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domingo, 27 de outubro de 2024

Cap 1/7 - Fichamento do livro - A FILHA PERDIDA - Ficção - Autora: ELENA FERRANTE

 


         Autora  Elena Ferrante  - Editora Intrínseca -  2016

(outubro de 2024 – leitura)

         Livro traduzido do italiano por Marcello Lino

         A edição italiana foi em 2006 com o nome La Figlia Oscura

         A personagem protagonista do livro se chama Leda.   

         Leda dirigindo à noite, tem um mal súbito, apaga, é internada e se restabelecendo fica confusa sobre o que ocorreu.   “As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender”.

         Leda, mãe se duas filhas jovens, fica só na Itália e as filhas vivem com o pai no Canadá.

         Leda descobriu que essa distância das filhas não a afetou.

         ...”não senti mais aquela ansiedade por ter que tomar conta delas”.

         A mãe, Leda, telefonava com frequência para saber das filhas.

         Uma filha é Bianca e outra é Marta.

         Telefonemas entre mãe e filhas...

         ...”eram quase sempre apressados, às vezes pareciam falsos, como no cinema”.

         Leda é professora universitária.   Tem um relacionamento sexual de vez em quando com um colega professor da mesma universidade.

         Está perto de completar 47 anos.   Leda está se sentindo bem com seu corpo e sua toada de vida.

         Tirou um mês de férias e foi passar férias na praia.    Alugou uma pousada na praia e mantinha as janelas abertas nos dias ensolarados.

         “Eu me sentia leve, e sem culpa por isso”.

         O zelador da pousada se chama Giovanni.

         No passado, todo o tempo de Leda era centrado nas duas filhas.   Quando pequenas, nas preocupações com crianças e depois, quando elas eram jovens, que já  saiam para lazer, passeios, as preocupações eram com essa fase da idade delas.

         “Eu queria estar pronta para lidar com os pedidos repentinos de ajuda, temia que me acusassem de ser como eu de fato era:  distraída e ausente, absorta em mim mesma”.

         Leda vai procurar uma praia com lugar para estacionamento do carro.  Encontra um lugar com pinheirais.   Lembra da infância dela.    A mãe tirando a casca dos pinhões para as irmãs dela comer e as duas eram mais estridentes.   Leda era a mais tímida das irmãs.    A mãe tentava vencer a timidez de Leda quando criança.    “Você é pior que uma pinha verde”.

         Ela levou livros e mais livros para ler e preparar aulas durante as férias.

         Na praia conhece o jovem salva vidas chamado Gino.

         Marta é o nome da segunda filha da protagonista.

         Leda lendo na praia.   Uma grande família italiana por perto.  Avós, pais, filhos, netos.

         Quando criança Leda também era de uma família grande e barulhenta.

         No grupo de italianos na praia, uma jovem mãe e sua filha pequena, uma sempre junto com a outra.   A mãe se chama Nina.   A criança  se chama Elena.

         A mãe de Leda ralhava com ela e as irmãs e ameaçava abandoná-las.

         “Qualquer noite eu vou embora e quando vocês acordarem já não vão me encontrar”.

         As crianças ficavam morrendo de medo de isso acontecer de fato.

         Agora ali na praia, Leda observando a jovem mãe Nina e sua filha pequena.

         “Aquela mulher, Nina, parecia serena, e eu sentia inveja”.

         A posterior chegada do pai da criança e o reboliço da família.   Ele com presentes, sendo cumprimentado pelos familiares e depois chega até Nina, pega a criança no colo, beijos.   Para Nina, que é mais alta do que ele, puxa-a para ela se curvar para receber o beijo.

         ...”e roçou rapidamente os lábios dela, com a discreta autoridade de um proprietário...”

 

         Continua em capítulos de duas laudas.   Estimados em sete capítulos

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Cap. final - fichamento do livro de ficção - O FILHO DE OSUM - Autor: DECIO ZYLBERZTAJN

capítulo final

        

         Capítulo 12 – Morte e fuga

         Deborah de fato viajou com as pedras preciosas e como combinado com Anna, não pagou Jos que ficou em apuros com seus fornecedores traficantes.

         Alaor, sócio de Jos, estava doente e morreu.   A loja dele já estava em apuro financeiro.

         Anna e seu amigo delegado aposentado e suas colaboradoras, ajudaram a liquidar os haveres no Bairro e caíram fora.   Inclusive porque os bordeis do Bairro Bom Retiro em São Paulo estavam sendo obrigados a fechar.

         Jos fugiu para a Guiana holandesa para depois tentar conseguir uma viagem de navio até a Holanda.

         Sirenes na rua e a chegada da polícia no bordel.

         “- Lá vem eles novamente.  Vão entrar de casa em casa roubando o pouco que resta dessas mulheres.   A maior parte delas chegou aqui jovem, perdida, sem um tostão.  Vão sair daqui velhas, perdidas, sem nenhum tostão.

         “Mais sorte teve Diva, que não viveu para ver esta cena”.   Diva foi a gerente do bordel de Anna e morreu de sífilis.

         Capítulo 13 -  Despedidas

         Anna e as mulheres do bordel se despedindo e buscando alguma esperança para um futuro incerto.   Anna diz:    “Eu não tenho concelhos para dar, casas de mulheres mudam de lugar e de clientes, temos que nos adaptar.  Nós deixamos de dar lucro, os meganhas passaram a ganhar mais nos puteiros novos, nas casas noturnas e nas boates”.

         “Para putas velhas, em São Paulo, tudo acabou”.

         Anna abriu umas garrafas de champanhe que restavam e brindou com as mulheres da casa como despedida.

         Destacou que estava planejando ser professora de idiomas e literatura numa escola n interior de Minas Gerais, a convite da dona da escola.

         As crianças da escola que ganhavam livros de Anna souberam que ela iria embora e vieram trazer flores e se despedir.  Se posicionaram em frente ao bordel e leram poesias, trechos de poesias na verdade, de diversos autores e que diziam algo que se encaixasse ao momento.

         Muita emoção e lágrimas de Anna.   Nisso chegaram os policiais e dispersarem as crianças com alguma truculência.  Ralhando com as crianças por estarem na frente de um bordel.

         Capítulo 14 -   Os caminhos

         A viagem de Jos foi de navio até Belém do Pará.   Lá ele alugou um pequeno avião de propriedade de um holandês que era também o piloto.   Chegaram em Paramaribo, capital da Guiana Holandesa.   Ficou três meses lá até haver um navio que desse certo para leva-lo até a Europa.

         O caminho de Deborah

         Deborah voltou para sua terra natal na Bélgica e se articulou com comerciantes e lapidadores de pedras preciosas.

         Ela conseguiu quitar o imóvel que foi dos pais dela.   Depois restaurou e reabriu a loja que era da família.

         Viagem de Jos

         Ele foi de navio até o porto de Rottherdam.  Depois foi de trem até a cidade onde moraram seus pais.   Passou inclusive por Utrecht.

         Debora encaminhou as pedras para lapidadores da Antuerpia na Bélgica.   Mantém correspondência com a amiga Anna que continua no Brasil.   Remeteu à amiga a parte que cabia a ela na venda das pedras, como forma desta recuperar a perda que Jos lhe causou no passado.

         Deborah visita com frequência seu amigo Cornelius que tem problemas mentais decorrentes da guerra, da prisão em campo de concentração e do trabalho forçado.    Ele passou a lidar catando sucatas, levando para um galpão ao lado da casa e ir montando coisas sem nexo mas que para ele poderia ser um barco.    Sobe no barco fechado no galpão, lê em voz alta, faz discurso para ninguém.

         Capítulo 15 -   Coisas desimportantes

         Em resumo, Jos, para desencargo de consciência, resolveu se acertar diante dos erros do passado.

         Enviou duas caixas de pedras.  Uma para Preta Lina e outra para o amigo Cornelius, agora doente mental.

         Preta Lina colocou a caixa de pedras num barquinho com ajuda do carroceiro que trouxe a caixa e remaram até o lugar do rio que ela indicou.  Nisso Preta Lina passa a ir soltando as pedras na água do rio como oferenda a Osum para este perdoar Jos pelos pecados cometidos e tentar mudar a sorte dele.

         A caixa que chegou a Cornelius, este colocou a caixa de pedras preciosas num barquinho, foi para o lugar que achou melhor no rio e foi soltando as pedras na água até completar a tarefa.

         Assim ele se sentiu mais leve, aliviado. 

         Capítulo 16 -  Encontro no Galpão de Cornelius

         Deborah indo de barco encontrar mais uma vez o velho amigo Cornelius.    Não dialogaram, já que ele está demente.

         Ele lê no galpão e faz discursos entre altos brados.  Conversa aos quatro ventos.

         O barqueiro que está trazendo Deborah para mais uma visita ao demente pergunta a ela:   “Por que a senhora insiste em visitar seu amigo?  Ela responde   -“eu não sei responder.  Me sinto em paz quando ouço ele declamar.   Acho que precisamos dos loucos para aliviar um pouco da nossa demência.”

         Deborah assistindo e Cornelius declamando de forma teatral, trechos de livros.

         Lê inclusive uma fala atribuída a Jean Cocteau  (1889 – 1963)

         “- E quando estiverem no meu enterro, finjam chorar, meus amigos, pois os poetas fingem morrer”.

                   FIM                                          final da leitura 12-10-24


terça-feira, 15 de outubro de 2024

Cap.4 - fichamento do livro - O FILHO DE OSUM - Autor: DECIO ZYLBERZTAJN

 capítulo 4                            outubro de 2024

        

         Jos fazia ponto para realizar negócios na loja do amigo Alaor na Rua José Paulino no Bairro Bom Retiro que fica perto da estação da Luz.      

         Ali Jos comprava ouro, emprestava dinheiro a juro.     Um dia ele viu pela janela, Anna chegar na frente do Clube Progresso com uma sacola.   Logo os alunos de um colégio próximo cercaram ela para ganhar livros.  Depois as crianças subiam as escadas do Clube para irem ler os livros.

         O amigo disse para Jos que Anna fazia isso há anos.   Distribuir livros uma vez por semana.   E ela se reunia com as crianças leitoras uma vez por semana para discutirem sobre o que foi lido.

         O amigo de Jos disse que o Clube Progresso  era mantido por judeus comunistas, muitos que fugiram da perseguição nazista na Europa.   Esses judeus se reuniam no clube para defender suas causas.

         Capítulo 8 -   Bom Retiro e a Carioca

         Joan Fontaine (1949)     Em São Paulo o ramo da prostituição no bairro estava em baixa e a ordem era fechar as casas.

         A arrecadação de Jos com os bodéus estava em baixa.  Ele incrementava a compra ilegal de pedras semi preciosas para contrabandear com a Europa.  (Antuérpia, na Bélgica).

         Capítulo 9 – Os negócios de Jos  (1950)

         Carta de Cornélius ao amigo Jos depois do trauma da guerra e o nazismo.

         “Não é possível que o homem possa ter feito o que fez.   Percebo que as ideologias causam cegueira primeiro, seguidas por radicalismos que depois se autojustificam”.

         “Também percebo que os radicais demoram para compreender a natureza de seus desvios morais”.

         Cornélius, no fim da carta, se prontifica a ajudar Jos no comércio das pedras, achando que o negócio está dentro da legalidade.

         Cornélius é um humanista de ação e formação.  Sempre foi um leitor.

         Nos anos cinquenta o Bairro Bom Retiro ainda usava o sistema de queima semanal do lixo e isto poluía muito o ar.  Fumaça com cheiro ruim.

         Preta Lina, umbandista, se decepciona com o comércio das pedras e a ganância, ambição e vaidade ostentadas por Jos.

         “Osum gosta de azul, das pedras preciosas, de alegria.  Ela é filha da rainha das Águas, de Iemanjá.    Gosta de espelhos, das cachoeiras e de tudo que brilha na natureza.”

         “Ela gosta de usar e não de mostrar.  A beleza das pedras é coisa de Deus, os homens é que se matam por conta dela.   Acho que seu Jos se desencaminhou”.

         Capítulo 10 -  Nuvens Negras

         O Rio Tietê foi “retificado” na capital paulista e perdeu suas áreas de várzea que protegiam a cidade nos casos de enchentes.   E as várzeas mantinham a natureza com suas plantas e animais.

         O povo pobre e miserável, por falta de alternativa, foi ocupando as áreas na beira do rio e ficou vítima frequente das enchentes.

         Osum é mulher de Xangô.   No terreiro de umbanda onde Jos foi após pedir isso para Preta Lina.

         Ele viu as pessoas com roupas de cores amarela, azul e rosa.   As cores de Oxum.

         A mãe de santo do terreiro avisou Preta Lina:   “- O menino é filho de Osum”.   Disse isso apontando para Jos.

         Capítulo 11 -  O encontro

         Jos no trambique do contrabando de pedras precisava de alguém de confiança na Bélgica e que falasse o idioma local.

          Anna tem uma amiga no Rio de Janeiro, que foi refugiada da guerra, batalhou muito ao migrar para o Brasil e é empresária no RJ.   Usa o nome de Joana.   Ela criou a Ong que apoia no RJ e uma Ong em São Paulo, que acolhe velhas prostitutas que são vítimas da guerra e não tem mais renda.

         No passado, elas, jovens, ao migrarem, caíram nas mãos de traficantes humanos e foram forçadas a entrar na prostituição.

         Joana na verdade é Deborah, que no passado Jos agenciou para encaminha-la ao Brasil e fugir do nazismo.           Encaminhou ela para a Italia, violentou ela e reteve as joias que ela trazia como reserva de capital para recomeçar a vida no Brasil.   Jos ficou com as joias dizendo que elas seriam roubadas na viagem de navio.   Que ele depois mandaria as joias para ela e não cumpriu esse trato. 

         Agora Anna montou com Deborah um plano para darem o troco em Jos que as roubou e as entregou a traficantes humanos no passado.

         Deborah se dispõe, no plano, a ser a intermediária e seguir com o carregamento  de pedras preciosas de Jos e seus comparsas.   A missão era entregar o carregamento na Bélgica, receber a grana e repassar a Jos.   Este que recebeu recado de que se falhasse, pagaria com a própria vida.

        

         Continua no capítulo final

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Cap. 3 - fichamento do livro de ficção - O FILHO DE OSUM - Autor: DECIO ZYLBERZTAJN

 capítulo 3                        outubro de 2024

 

         Depoimento de Bela – Reminiscências da libertação

         ... “antes do fim da guerra, o grupo da resistência foi capturado.   Cornelius foi enviado para um campo de concentração.

         Jos comprou a liberdade na base do suborno aos soldados alemães, usando dinheiro das joias que tinha em seu poder.   Escapou e embarcou em navio para a América do Sul.

         “Todos pagaram um preço, menos Jos”.    “Entre os resistentes, Jos que fora herói, virou um traidor”.

         Capítulo 7 – Adeus rio Schelde, maio de 1945

         Porto de Santos, novembro de 1945.      Jos chega ao Brasil e tendo marcado com Anna, ela estava lá para recebe-lo.

         Anna criticando o tipo de “amigos” que Jos dizia ter no Brasil.    Os que articulavam para trazer garotas refugiadas da guerra na Europa para coloca-las como garotas de programa no Brasil sem elas saberem que estavam nas mãos do tráfego humano.

         Anna em referência aos amigos de Jos:    “Ah, sim, você nem imagina como eles facilitaram a minha vida.  Pois saiba que entre os seus amigos, aqueles que não foram mortos, estão presos”.

         Uma das residentes no bordeu mostrou a casa para Jos.  Depois ele sentou com Anna para uma conversa e ela narrou que ao chegar ao Brasil de navio, desceu em Santos.

         Foi levada diretamente pelo contato de Jos para um bordeu em São Paulo e lá o traficante ficou de posse dos documentos dela.

         Anna ficou sem alternativas e teve que se integrar ao grupo de prostitutas do bordeu.

         Jos quis saber de Anna por que ela aceitou ajuda-lo depois que ele a jogou, indiretamente,  nessa vida de prostituição, colocando-a nas mãos de traficantes de mulheres.

         Ela respondeu:  “Resolvi te acolher quando li a carta que me mandou há meses.   Não faço isso por caridade, faço pelos seus pais e porque preciso de uma pessoa para administrar um projeto que acolhe as velhas prostitutas judias, algumas que sobreviveram a filhos da puta como você”.

         Projeto

         Como há na Argentina e no Rio de Janeiro, para acolher as idosas doentes que foram trazidas ao país pelas mãos dos integrantes do tráfico humano.

         Anna está convocando Jos para ajudar uma líder do Rio de Janeiro que toca o projeto de acolhimento às velhas doentes vítimas do tráfico.   E Anna justifica:

         No projeto...  “vamos ter que arrecadar dinheiro e você sabe bem como fazer essas coisas”.

         Preta Lina, favelada, é durante o dia a cozinheira do bordel e vai à noite para casa na favela na margem do Rio Tietê.

         Preta Lina explicando as coisas para Jos.   “Os rios são o reino de Osum”.    Jos pergunta à Preta Lina quem é Osum.

         Ela explica:   “Osum, filha de Orumilá e Iemanjá, foi criada pelo pai que lhe fez todas as vontades.  Sou filha de Osum e ela me protege”.

         Dina, a ajudante de Anna no bordeu disse a Jos:

         - “Vá se acostumando, Jos.  Preta Lina fala de coisas que a gente só vai entender depois de algum tempo”.

         Havia pelo bairro Bom Retiro em São Paulo, muito imigrante chegando da Europa, fugindo da Guerra.

         Uns traziam ouro e joias para vender e poder ter algum dinheiro para recomeçar a vida.

         Jos logo entrou nesse negócio e também na agiotagem.   Em pouco tempo ficou bem conhecido no bairro.    Jos fazia ponto na loja de tecidos do Alaor na Rua José Paulino que fica no Bairro Bom Retiro.

         Continua no capítulo 4

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

cap. 2 - fichamento do livro: O FILHO DE OSUM - ficção - Autor: DECIO ZYLBERZTAJN

 capítulo 2                                 outubro de 2024

 

         O pai de Anna, amigo do também professor Mendel, era judeu polonês da cidade de Lodz.     Perseguidos de forma implacável pelos nazistas.

         Saul encaminhou a filha Anna para a casa do amigo Mendel que morava na Holanda para buscar protege-la dos nazistas na guerra.

         Os professores eram amigos desde a juventude quando estudaram e passavam férias na Alemanha.

         O filho Jos articulou uma migração de pessoas que partiram em pequenos barcos fugindo dos alemães.   Era considerado um herói pelos refugiados, mas ficou marcado pelos alemães.

         A mãe dele, Judith, desabafa:

         - “Meu querido filho é considerado um herói, mas eu quero um herói vivo”.

         Os alemães bombardearam inclusive o Porto de Rotterdam na Holanda.    Importante local de intercâmbio comercial da Europa.

         Os judeus sendo impedidos de ter suas áreas agrícolas, restrições no comércio e nem podiam nesse tempo de guerra, participar das piscinas públicas.

  •          Os “pogroms” (na web: todo movimento popular de violência dirigido contra uma comunidade étnica ou religiosa; carnificina ou massacre genocida organizado, especialmente de judeus) ocorreram inclusive na Holanda.    O pai de Jos querendo ficar na Holanda.

     “Eu gosto da Holanda e aqui você pode ficar até que os alemães desistam.  Daqui eles querem os portos, pois não há mais nada na Holanda, além dos holandeses”.

         Capítulo 5 -   Na resistência, 1941

         Cornélius, o dono do barco no qual Jos era um ajudante.    Cornélius gostava muito de ler e de escrever cartas.   E militava às escondidas, na resistência à ocupação alemã na região dele na Holanda.

         Cornélius mantem correspondência com o escritor Stefan Zweig.

         Consta que esse escritor e esposa, na Segunda Guerra Mundial se mudou com a esposa para o Brasil.   No Rio de Janeiro, se instalou na região serrana, Petrópolis, de clima mais ameno.    E que teria o casal se suicidado por desalento com a guerra.

         Capítulo 6 -  Resistência e Rendição

         Resistência, 1943

         Cornélius conhece o rio no qual navega desde menino.  É um navegador nato e habilidoso.   Deu até dicas para os soldados alemães na ocupação à sua região.  Era visto por estes como um aliado deles.    Vendia mercadorias no trajeto do rio.   Vendia mercadorias e cigarros inclusive para soldados alemães.

         5 de março de 1945, houve a rendição dos alemães.

         Jos após percorrer a casa onde morou e que estava abandonada e em condição miserável, após saqueada.   “Nada aqui lembra a minha família”.

         Jos viu um velho vizinho e perguntou pelos seus pais.   O vizinho informou que os pais dele foram colocados num trem pelos alemães e depois embarcados no caminhão que levaria eles até um campo de concentração.  Seria o fim dos pais de Jos.

         A cidade de Jos na Holanda, Wageningen é uma cidade medieval e tem uma parte murada.   Lá já havia no tempo de Jos a Universidade Agrícola de Wageningen.

         Jos foi ao cemitério, ajuntou duas pedras sobre um dos túmulos que lá encontrou e lá rezou pelos pais falecidos, mesmo sabendo que os restos mortais de seus pais estavam longe dali.

         Pegou em seguida parte de suas economias, comprou roupas e partiu para o Brasil para tentar encontrar Anna e talvez encontrar Deborah por quem tinha uma paixão.

         Dia 04 de maio de 2000 foi inaugurado na cidade de Wageningen o “Portal da Vida”, um monumento aos mortos da guerra.   Por acaso, o monumento ficou perto da casa onde morou a família de Jos.

 

         Segue no capítulo 3

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Cap. 1 - fichamento do livro de ficção - O FILHO DE OSUM - Autor: Decio Zylberztajn

 

  outubro de 2024

 

         O livro é uma obra de ficção pautada na trajetória de personagens judeus no tempo da segunda guerra mundial.   Familia holandesa que está na mira dos alemães nazistas que invadiram inclusive a Holanda.  

         Personagens que fogem da guerra e que chegam ao Brasil buscando reconstruir suas vidas, mesmo tendo perdido familiares e amigos durante a ocupação nazista no seu país de origem.

         Vamos à obra:

         Capítulo 1 – Preta Lina de Osum, Bairro Bom Retiro – São Paulo, ano 1893.

         Ariaxé, nome do centro do terreiro, onde moram os Orixás.

         Preta Lina, a Ialorixá.   O som do atabaque.   Uma devota entra em transe.

         Após o rito...  “Agora Preta Lina tinha maioridade, era Egbon, deixava de ser uma Yawo.”

         A Ialorixá fala ao ouvido de Preta Lina, agora uma iniciada, filha de Osum.

         ...” que Osum guie teus passos na vida.”

         Capítulo 2 -  Anna Lea na biblioteca do bordel, ano de 1952

         Anos da jovem no bordel.   Ora na cama com os clientes, ora na biblioteca com seus livros.

         ...” Agora a estante está vazia e eu com mais de trinta anos vou ter que mudar de cidade.   Uma puta velha é o que sou.   Por treze anos de trabalho no bordel foram os livros que me salvaram”.

         ... “bordel na Rua Aimorés”   (perto dos trilhos do trem)   SP capital.

         O governador e o prefeito mandaram fechar o bordel.

         Antes ali era um lugar estratégico.    A estação de trem trazia os viajantes e vinham também os clientes do bordel.

         Preta Lina, velha, lá da favela da várzea do Rio Tietê vem visitar a prostituta Anna.

         “Preta Lina, ela não gosta que eu  chame a sua morada de favela.”. 

         ... só quatro pessoas tinham acesso à biblioteca do bordel de Anna.  Inclui Egídio, que gostava da dona do bordel, Anna.    Termo curve para designar prostituta em hebraico pelo suposto.

         “A curve fugitiva de Lodz”.     Ela dizia:   “Sou impura e não posso rezar na sinagoga.    ...não terei direito a enterro decente”.

         Bracha – oração em hebraico.

         Egídio, “protetor” de Anna era um ex-delegado de polícia.

         A decadência da casa de prostituição de Anna.   “Vou vender esta casa e mudar para um lugar onde ninguém saiba que foi Anna Lea.   Na verdade acho que ninguém sabe quem é Anna Lea, nem você, nem eu mesma”.

         Capítulo 3  A caminho do Brasil.

         Anna Lea num trem na Holanda em 1938, perto de completar 18 anos.

         Anna em companhia do Professor universitário Mendel Litvak e sua esposa Judith.  Junto, Jos, filho do casal.    Ela, filha de um professor judeu, estava sob a proteção da família Litvak por conta da ocupação nazista na sua região na Holanda.   

         O risco crescente e a família que a acolhia resolveu embarca-la sozinha para o Brasil, viagem de navio a partir de Genova na Itália.

         Anna insistiu e trouxe bastante livros na bagagem.   Viagem de trem até Amsterdam.  De lá embarcaria sozinha em navio de Genova rumo ao porto de Santos no Brasil.      Anna era natural de Lodz na Polônia.

         No navio rumo ao Brasil, estavam cinco jovens desconhecidas entre si.  Ficaram trancadas num local insalubre.   O navio era um misto de cargueiro com algum setor para passageiros.

         Não demorou muito para os marinheiros, alcoolizados, invadirem o aposento delas e violenta-las uma a uma.

         Capítulo 4     Na casa do Professor na cidade de Wageningen em 1941

         O Professor Mendel morava numa casa que já tinha mais de duzentos anos.   Nessa casa, a família morava há anos e Anna passou a morar com eles por dois anos por conta da perseguição à família dela que era também judia.

         O pai de Anna, amigo do também professor Mendel, era judeu polonês da cidade de Lodz.     Perseguidos de forma implacável pelos nazistas.

         Continua no capítulo 2

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Capítulo final - Fichamento do livro O AVESSO DA PELE - Autor: JEFERSON TENÓRIO

 

Capítulo final        - setembro de 2024

 

         A Barca

         O professor já cansado de duas décadas dando aulas para alunos de periferia.  Pessoas que não se motivavam com as aulas.  Vários alunos negros em sala.

         O professor para chamar a atenção disse que presenciou dois crimes e que na próxima aula ninguém faltasse, pois ele iria trazer o criminoso para a aula.

         Trouxe o texto do livro Crime e Castigo (do autor Dostoyévski) cujo personagem  principal era o criminoso Raskólnikov.

         Foi lendo e fazendo gestos de ação e os alunos ficaram todos ligados na narrativa.   A prática deu tanto resultado que o professor continuou com a leitura do livro por várias aulas.

         A “barca” é a viatura policial na gíria das pessoas que vivem em Porto Alegre.

         Um  dos alunos se admirou porque o assassino do livro se arrependeu dos crimes.   O aluno diz:  “Lá na vila quando um cara mata para roubar, ninguém se arrepende”.

         Na região, o policial cujo amigo de farda foi abordado por um ladrão de celular, o ladrão após perceber que a vítima era policial, acabou atirando e matando a vítima.

         Os policiais do setor, num esforço enorme, buscam encontrar o assassino do colega.    “Ele, o policial, nunca pensa que vai morrer.   Na verdade ninguém ali pensa que vai morrer.  Eles acreditam que são imortais.  Porque, se eles não pensarem assim, não saem de casa”.  

         Rondas nas vilas dos pobres.

         “A cada hora que passava, a vontade de vingar a morte do colega cresce”.

         Na ronda noturna os policiais abordam o professor negro.    O professor não obedece aos comandos rudes dos policiais e estes dão vários tiros no professor.  Foi uma execução.

         O pai explicando ao filho de doze anos sobre a morte e o velório no caso de um parente.    “Mesmo que um amigo sinta uma dor maior, ninguém tem o direito de chorar mais do que os familiares do falecido”.

         “Minha mãe não quis ir ao seu enterro.   Preferiu ficar em casa.”

         Henrique era o professor que foi executado e Pedro, o filho dele que então era um jovem estudante.

         Pedro, tendo perdido o pai, estava no desalento.     Após almoçar com uma tia num restaurante onde conversaram sobre a vida, ela percebeu que ele estava desmotivado com os estudos.

         Foi então que minha tia pegou na minha mão e disse:   continue, querido, só isso.  Continue”.

         Sobre a memória do pai e o que os parentes narravam em recortes.

         “Prefiro uma realidade inventada, capaz de me por em pé.    Eu sei que essa história pode estar apenas na minha cabeça, mas é ela que me salva.”

         Sobre a trajetória e a morte do pai.   “Esta história é ainda a história de uma ferida aberta”.

         O jovem Pedro, antes da morte do pai, pretendia cursar arquitetura.

         O filho no IML Instituto Médico Legal vendo o corpo do pai.

         “A imagem de um pai falecido também nos mata um pouco”.

         O pai...    “Permaneceu.  Porto Alegre era um lugar que você construiu fora de si.   Você nunca esteve dentro dela”.

 

                   Fim da leitura dia 25-09-2024   em Curitiba PR

                   resenhaorlando@gmail.com