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segunda-feira, 21 de abril de 2025

Cap. 2 (final) - Fichamento do livro de ficção - ANTONIO - Autora: BEATRIZ BRACHER

Cap.2   

         Xavier esteve internado no Sanatório quando era jovem lá pelos vinte de idade.     Antes disso, já tocou a vida a dois com a adolescente Elenir que era do interior e saiu de casa cedo e morava em São Paulo.   Eles tiveram um filho e nesse tempo ela estava pelos quinze de idade.

         O pai de Xavier era médico.  Dr Emmanuel.    Xavier foi destaque como aluno da renomada Faculdade de Direito da USP no Largo São Francisco em SP.

         “Foi brilhante, é certo, mas sem a disciplina, a inteligência não leva ninguém a lugar algum”.   Xavier é o mais velho dos irmãos.

         Página 87 – a autora cita os empregos relevantes dos netos de Xavier.   No caso.... “e mesmo a Renata, coitada, assessora de imprensa de uma editora”.

         “O problema não é ser empregado, longe disso, é deixar de ser você, deixar de construir um você que sirva de verdade no mundo”.  (fala da mãe)

         A mãe e palavras sobre o sentido da vida.   “Você não pode apenas fazer parte da máquina, tem que ter algum comando.  Essa é a responsabilidade.  Não  pelo poder do dinheiro, você tem a obrigação de acrescentar algo ao seu país.”

         “Não temos o direito de participar apenas como gado...”  (isto dito em 2007).    Página 89

         A avó falando com o neto Benjamim sobre o pai dele, filho dela.  E na época Benjamim tem um filho pequeno, Antonio.

         Raul   (o melhor amigo de Teodoro, pai de Benjamim)

         Haroldo  (o melhor amigo de Xavier, avô de Teodoro)

         São Paulo da época...  (anos 80)

         “Prédios enormes, recuados e fechados, carros e mais carros, entramos pelas garagens, subsolos, elevadores e portas de aço escovado, janelas de vidros duplos pretos, verdes e cinza.  Janelas soldadas protegem-nos do barulho, da fumaça e do suicídio.”

         “Abdicamos das ruas e nos isolamos...”

         ...   O amigo de Xavier, formado pela São Francisco, Advogado.   Convidava Xavier que foi colega de turma, para pegar alguma causa, tentando assim ajudar o amigo a ter algum ganho.  Xavier que buscava viver de arte, teatro.   Não teve êxito nessa vontade de ajudar o amigo.

         Xavier chegou a ter uma editora e foi à falência por falta de habilidade nos negócios.

         Uma frase do velho amigo sobre Xavier.  “Delicioso com os amigos e as amantes, devastador com os filhos, parasita com a mulher”.

         Além do mais, Xavier era mulherengo.

         Ambos os amigos passaram uma temporada em Paris.  O amigo fez Mestrado lá e Xavier curtia a noite na cidade e ia direto nos teatros.  Em um ano lá, fez um “mestrado” na noite parisiense.

         Sobre Xavier nas palavras do amigo Haroldo:

         “Quando Benjamim morreu bebê, durante todo o período do luto, em casa, no hospício e depois em Paris, Xavier nunca se referia para o amigo sobre o sumiço da jovem Elenir, mãe do bebê que morreu logo depois do nascimento.

         “Elenir dissolvia-se em um momento encantado, como se tivesse morrido junto com a filho deles.”

         Teodoro, filho de Xavier, foi na juventude se aventurar com amigos e amigas pelo interior de Minas Gerais.    Bebedeiras, farras, encrencas.   Pegou sífilis, doença venérea que teria levado ele mais adiante à loucura.

         O que Teodoro pensava da arte, ele que tocava violão e compunha.

         “Um artista só é artista quando ele é reconhecido.   O que o torna artista não é a sua arte, mas o reconhecimento da sua arte, pois somente o que ele criou gera movimento”.

         Raul  - amigo de Teodoro

         Jovens e na boa vida, descobrem inclusive a arte do escritor paranaense Dalton Trevisan  (o “Vampiro de Curitiba”)

         Teo de volta a São Paulo, doente mental e dando trabalho enorme para a família.   É internado duas vezes.  Foge as duas vezes do sanatório.

         Vive pelas ruas, mora em favela.   Ajuda os outros e vai tocando a vida inclusive dando algumas aulas só para ajudar os outros da favela.

         “O povo dos tempos de Teodoro já eram os miseráveis, favelados, sem terra, sem história e com raiva”.     “Não deixavam nunca de saber quem Teodoro era...”

         Na favela, numa das enchentes, ele ajudando outros favelados.   É contaminado com a água da enchente e fica doente e morre.

         Mais adiante a mãe dele, que enfrentou uma vida dura, cuidando do marido Xavier que não se ajustava em nada e só criava problemas.   Quatro filhos, a esposa achou meio de no caos geral, conseguir estudar e ser Professora na USP no contexto da obra de ficção.    Não cuidava muito da própria auto estima, da saúde.   Fumava bastante e bebia também.   Acabou tendo um câncer e faleceu.

 

OBS:  No livro fica meio implícito que de um lado, Xavier teve um filho chamado Benjamim que morreu logo que nasceu e ele abandonou a mãe desse filho. E que lá muito adiante, o filho dele, Teodoro (o Teo) nas andanças da vida, teria tido um filho em incesto e colocou no filho o nome de Benjamim também. Este que no tempo de nascer seu filho Antonio, busca com a familia e amigos recompor a história da familia e entender um pouco de como foi a vida do pai dele.

         FIM.                  21-04-2025     

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Cap. 1 - fichamento do livro - ANTONIO - Autora: BEATRIZ BRACHER

 

Cap. 1                    abril de 2025

 

         Este livro é de 2007 e a autora que eu não conhecia é bem conceituada e tem vários prêmios no setor.    Descobri a obra por ter sido lida por uma das filhas antes da pandemia.   O livro ficou por aqui e resolvi ler apesar de ter sempre uma fila de livros para ler como costuma ocorrer com muitos leitores.

         O livro é uma ficção e tem como mote uma família paulistana de classe média alta decadente nos anos 80.   Tem um protagonista na família e a autora conta um pouco da trajetória deste narrada por várias pessoas.   Pela avó do protagonista, pelo amigo mais próximo dele na juventude.  

         Há também narrativa de outros membros da família e também por amigos próximos destes, como amigo do avô do protagonista.

         Neste caso, pelo que achei mais relevante em pensamentos expressos e que mostram um pouco da visão de mundo expressa na arte mas que conversam com nossas vivências e percalços também.

         Um narrador explicando para o protagonista Benjamim.

         “Tuas tias Flora e Leonor eram as meninas mais modernas que eu conhecia.  Acho que foi a primeira casa onde namorados e namoradas passavam a noite juntos e a gente podia fumar o que quisesse numa boa”.

         Isabel falando de Xavier, avô do protagonista:

         No passado Xavier partiu para longe e conheceu Elenir com quem teve Benjamim que morreu poucos dias após o parto a fórceps (a “ferro” como se diz no popular).

         Se encontraram e começaram a se relacionar em São Paulo depois que ela deixou os pais.  Ela teria uns quinze anos apenas e tiveram o caso e o filho.

         Xavier fez Direito na renomada faculdade do Largo São Francisco em São Paulo.    Leu na juventude muitos livros, filósofos.      ...”descobria a minha infinita ignorância, no lugar das nossas certezas de ignorância”.

...    “A alienação veio depois, porque alienação é quando o cara não consegue enxergar a realidade, começa a criar uma outra realidade que só ele vê”.

         Nas falas da Isabel

         Isabel vinha de um colégio de freiras, onde só estudavam meninas.  Decidiu fazer Letras dos Clássicos na USP.   Mudança radical, inclusive por estudarem alunos de ambos os sexos juntos.   Para ela, um mundo novo.

         Um da família um tempo ficou surtado e foi parar num sanatório.  Andou lendo bastante a Biblia e no dia da visita da família começou criticar a religião com base numa passagem do velho testamento.  Sobre Abraão e a decisão de Deus sobre o destino de Sodoma e Gomorra.  A relação incestuosa deste com as filhas.  Segue nesse trecho um diálogo complexo em família.

         Agora é Raul, amigo de Teodoro, o Teo, pai do protagonista.

         Raul contando das andanças dele e Teo na juventude.  Passeio de barco pelo Rio São Francisco.  Eles e três amigas.  Bebedeiras, sexo e encrencas.

         A avó de Teo, Isabel, professora.   Fumou muito no passado e enfrenta um câncer.    Ela falando ao neto Benjamim.   “A velhice é uma merda.  Não teria feito diferente, mas que é uma merda, é.”

         Isabel é a esposa de Xavier .

         Na juventude, Teo deixou São Paulo – SP e foi morar na Serra do Cipó em MG e lá nasceu Benjamim.  Numa fazenda, numa condição tosca de vida e moradia.

         Teo não foi visitar o pai quando morreu.   Lá na fazenda Teo era Tito e o filho Benjamim era Beibi.

         A família de Isabel era da burguesia paulista e estranhava ver ou saber de filhos ou netos sendo empregados.    Isabel e Xavier tiveram quatro filhos em cinco anos. 

         Isabel recordando na fala com o neto Teo.    ... “nos anos que fiquei em casa cuidando dos filhos, foi uma coisa meio de bicho, ancestral.  Parir, amamentar, lavar, afastar os perigos”.

         Continua no capítulo 2   (de aproximadamente 4 capítulos)

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Cap. final - fichamento do livro - TRILHOS, CAFÉ E TERRA VERMELHA - autor: Jornalista ROGÉRIO RECCO

 capítulo 9/9                        abril de 2025

         Os filhos de Amedeo.  O filho Hugo Francisco Boggio fez Engenharia Agronômica na ESALQ USP         Piracicaba  (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz).    (Local onde fiz o mesmo curso nos anos 70)

         Item:   O Cansaço começa a incomodar

         Amedeo já com mais de sessenta anos de idade já anda cansado.  Morar em São Paulo e viagens frequentes para administrar suas propriedades distantes no Norte e Noroeste do Paraná.

         Em 1963, uma nova geada forte afeta os cafezais.  Geada seguida de inverno seco e os incêndios devastaram a região, inclusive os cafezais com folhas secas pela geada.

         Mais adiante o autor cita que as estradas do Paraná começaram a ser asfaltadas em maior intensidade a partir do governo Ney Braga (1960-1964) e no governo seguinte de Paulo Pimentel (1964-1967).   Este último nos tempos em que o Governo Militar indicava os governadores.

         O asfalto deu mais um alento ao povo das regiões Norte e Noroeste do Paraná.

         Capítulo – A fatalidade

         A empresa aérea do Fontana, a Sadia, fazia voos regulares para a região.   Estava numa fase de ter aviões novos de fabricação inglesa.  Aviões Dart-Herald, modelo HPR-7 com capacidade para 58 passageiros.   A Sadia fazia voos diários entre RJ-SP-Curitiba-Londrina-Maringá-PR.    Avião turbo-hélice com velocidade média de 435 km/hora.

         Amedeu vinha ao Paraná nesse dia num avião da Sadia com apenas dois anos de uso e 3.200 h de voo.   Tempo ruim chegando perto de Curitiba, região de montanhas da Serra do Mar.  Faltava 25 km apenas para chegar ao aeroporto Afonso Pena e o avião acabou batendo numa montanha da Serra.

         Dos 20 passageiros, só duas pessoas sobreviveram.   Amedeo morreu nesse acidente em 1967.

         Final – A fazenda de Amedeo em Maringá – PR é uma relíquia

         Dos anos 50, resta em Maringá na Avenida Guaiapó a Capela de Nossa Senhora Aparecida, da qual Amedeo ajudou com projeto e parte do material.

         Ele tinha perto da zona urbana a fazenda Kaetê com a sede preservada, construída em 1952.    Tem reserva de mata que ele deixou intocável.

         O cuidado dele com a história sempre foi presente e ficou material produzido por ele em anotações, filmes e fotos.

         Quando o pai morreu (1967), o filho Hugo, Engenheiro Agrônomo prestava serviço na Casa da Lavoura de Presidente Epitácio – SP.   Deixou o emprego e veio cuidar da fazenda da família.

         Nessa fase a serraria da Familia Boggio em Umuarama PR já estava em decadência inclusive por conta da pouca oferta de toras na região.  Em 1971 encerrou as atividades da Serraria Aratimbó e o terreno foi loteado por ficar em lugar valorizado dentro da cidade.

         O acidente que levou Hugo aos 39 de idade.  Ele voava com o primo piloto num voo entre Mogi Mirim e São Paulo.   Era um voo de retorno para casa em São Paulo e já era à noite, tempo chuvoso.   O pequeno avião se choca em um edifício perto do aeroporto no bairro Moema.

         Já a Fazenda Kaetê em Maringá PR que tinha café, teve a lavoura arrasada pela geada negra de 1975 e foi erradicada.

         Tereza e Amedeo

         Tereza, rodeada dos netos, veio a falecer aos 80 de idade em 1998.   Relembrando, que Amedeo chegou como imigrante no Norte do Paraná e foi um dos pioneiros em Londrina, quando esta tinha apenas 18 moradias. Isto em 1930.

         Tem atualmente rua em Maringá em homenagem a Amedeo Boggio, assim como há em Umuarama PR também.

         Finalmente destaco que o livro contém vários (9) QRCode que permite com celular captar as imagens de fotos e filmes curtos do acervo coletado por Amedeo e que mantém originais no acervo da família.

         O autor deste livro, o experiente jornalista Rogério Recco cita 43 bibliografias consultadas, algumas das quais andei lendo anteriormente.

         Agradeço aos que tem acompanhado esta e outras resenhas ou fichamentos que tenho feito.        resenhaorlando@gmail.com    Curitiba PR  

segunda-feira, 31 de março de 2025

cap. 8/9 - fichamento do livro - TRILHOS, CAFÉ E TERRA VERMELHA - Autor: Jornalista ROGÉRIO RECCO

 Capitulo 8/9  

         Capítulo – São quatro cidades-polo.  Amedeo se torna fazendeiro

          Londrina, Maringá, Cianorte e Umuarama PR.

         Aliás, Cianorte leva no nome referência à Cia Melhoramentos do Norte do Paraná.

         Os corretores a serviço da CMNP eram chamados de picaretas e os que chegavam interessados em comprar terras eram os “jacus”.

         As derrubadas das matas sempre tinham acidentes com os operários.  Derrubar no machado e picadas com foice.  Depois da derrubada, retirar a madeira nobre e queimar o que sobrava.  Deixar a área livre para plantios.

         Plantio de café principalmente.  No meio dos cafezais, costumavam plantar o que chamavam de “lavoura branca” de ciclo curto para manutenção das famílias.  Lavouras como arroz, feijão e milho.

         Anos de boas safras, preços do café oscilando para baixo, safras ruins, preço subindo.   E tinha sempre o fantasma das geadas fortes.

         Muitos cafeicultores se davam bem no negócio e sempre havia uns outros que não acertavam e poderiam sair mais pobres do que chegaram.

         O avião torna o trem obsoleto

         Já na década de 1940 o trem, por ser lento e ter muitas paradas, já passa a sofrer a concorrência com os aviões.

         Paranavai – PR foi fundada em 1961.

         Amedeo comprou mais uma fazenda, desta vez em Paranavai.  Só que o local é de terra arenosa e bem menos fértil que a terra roxa do eixo Cambará a Maringá.   Terra arenosa e muito mais suscetível à erosão.

         O café não se dá bem em Paranavai por conta da fertilidade baixa, erosão e ataque de nematoides que atacam o sistema radicular do cafezal e derruba a produtividade.

         No livro, entre os pioneiros de Maringá, são citados família Bulla, Romero Fontes  (que conheço).

         Umuarama PR, a derradeira etapa da colonização pela CMNP.  A cidade foi fundada na última gleba adquirida pela CMNP.  Era a Gleba Cruzeiro com 40.000 alqueires.  Foi comprada em 1952.

         Umuarama em dez anos, de área de mata, em 1961 já é uma cidade com 50.000 habitantes.    (Cheguei como Eng. Agrônomo recém formado em Umuarama em 1977, logo depois da grande geada de 1975 que arrasou os cafezais do Paraná).

         Ocorre que Umuarama também tem solo arenoso e o café não se desenvolveu bem nesta região, semelhante ao que ocorreu em Paranavai.

         No local a cafeicultura foi substituída por pastagem e criação de bovinos.

         Eu, leitor, atuando profissionalmente no setor de Crédito Rural do Banco Mercantil de SP que tinha vínculo com a CMNP, presenciei a debandada de muitos pequenos produtores de café atingidos de forma radical pela geada.   Muitos seguiram para Rondônia e Mato Grosso, onde conseguiam comprar extensões de terras bem maiores, apesar da carência de estrutura.  Era um recomeçar com derrubada da mata, plantio e assim por diante.

         O autor do livro cita que após a geada de 1975 Umuarama chegou a perder dois terços da população.    O café ocupava bastante mão de obra e as pastagens de gado envolvem ocupação de poucos empregados.

         Voltando ao trajeto do Engenheiro Amedeo.   No começo da colonização em Umuarama PR, havendo muita madeira das derrubadas das matas, Amedeo transfere sua Serraria Aratimbó de Arapongas para Umuarama.

         Capítulo – Nada de Improvisos

         Nos anos 1940 Amedeo já registrava seus empregados.  Coisa rara no setor em sua época.

         Em 1950 a serraria dele tinha 47 empregados.   Em 1958, com o declínio da oferta de madeira para serrar, a empresa estava com 22 empregados.

         Quando a serraria de Amedeo estava em Umuarama era comum as concorrentes locais não registrarem os empregados e supunha-se que viviam se acertando com os fiscais do governo.   Fiscais estes que sempre faziam operação pente fino na serraria de Amedeo e sempre a papelada estava em dia.   Consta que os fiscais chegavam a fazer a chamada de empregado por empregado para conferir com os livros de registros.   Sempre em dia.

        

         Continua no capítulo 9/9

domingo, 30 de março de 2025

cap. 7/9 - fichamento do livro - TRILHOS, CAFÉ E TERRA VERMELHA - autor: Jornalista ROGÉRIO RECCO

 capítulo 7/9

 

         Entre 1930 e 1945.  Golpe militar em 1930 derruba o governo e assume Getúlio Vargas que fica esses quinze anos como presidente.   Ele tinha simpatia pelo fascismo italiano, tempos de Mussolini governando aquele país.   Aqui o longo governo de Getúlio recebeu o nome de Estado Novo.

         Trecho que destaco na íntegra do livro:

         “Para a historiadora Maria L.T. Carneiro da UFRB Universidade Federal do Recôncavo Baiano, o governo Vargas exibia características do fascismo europeu como a ideia de um estado forte, a personificação do poder central, a crítica à democracia parlamentar, a luta contra a pluralidade de partidos, o combate às ´ideias exóticas`, a adoção de uma política migratória antissemita, além da censura e da repressão”.

           Vargas colocou na clandestinidade vários partidos que se opunham a isso.   (página 120 do livro em pauta).

         Amedeo tomava em casa o “negrone”, aperitivo preparado com campari, cinzano e gin”.

         II Guerra Mundial

         Dia 22-05-1939 a Itália e Alemanha assinam o Pacto de Aço com o qual o Reich assegura a aliança do regime fascista em vista do desencadeamento da guerra.

         Em setembro de 1939 a Alemanha invade a Polônia e começa a II GM. Os chamados Países do Eixo era composto por Alemanha, Itália e Japão que se confrontaram com os Aliados.

         Varios navios brasileiros foram atacados durante a guerra.

         No Brasil, imigrantes da Alemanha, Italia e Japão não podiam ostentar seus símbolos e nem se manifestar na língua deles.

         A polícia confiscou os rádios dos imigrantes do Eixo.   Em 1941, após o ataque à base americana de Pearl Harbor (no Havai) os USA entram na guerra.   Entra e passa a pressionar o Brasil para entrar também pelos Aliados.

         Teria havido 607 mortes de brasileiros em navios afundados pelos países do Eixo em nossa costa marítima.

         O Brasil entra na guerra e há racionamento de combustível, sal e alguns outros gêneros.

         Em termos da colonização do Norte do Paraná, por esta época já havia pouca madeira para a atividade da serraria do Amedeo, que muda a mesma para Arapongas onde ainda havia abundância de oferta de toras para serraria.

         Muda em 1942.      Nesse tempo um vizinho pernambucano treinou um papagaio para falar palavras ofensivas em italiano.  Isto deixava Amedeo muito aborrecido.

         Em certa etapa da guerra, a Itália muda de posição.  Abandona o Eixo e passa a combater os Alemães.

         Nesse tempo o Império Britânico vai se desfazendo.  Vai perdendo suas colônias espalhadas pelo mundo afora.

         Em 1943 o Brasil adere à ONU Organização das Nações Unidas.   Os USA montam uma base militar em Natal-RN que fica num ponto estratégico inclusive por ter uma maior proximidade com a costa africana.

         Cai Mussolini na Itália e esta é subjugada pelos Aliados e nessa ocasião a Itália se volta contra os Alemães.

         Em março de 1943, Getúlio coloca a FEB Força Expedicionária Brasileira a serviço da guerra em território italiano combatendo os alemães.

         A guerra terminou em 1945.     

         Em 1947 oficialmente é inaugurada a cidade de Maringá.   Antes dessa data já havia colonos no local.  Entre os pioneiros em Maringá, o padre alemão Michael Emil Clement Scherer, que em 1936 compra o primeiro lote rural de 800 alqueires  (24.200 m2. Cada alqueire) em Maringá.  Foi assim o primeiro fazendeiro de Maringá, o primeiro padre e o primeiro morador local.

         Decreto de Vargas do final de 1943 obriga os municípios com nomes inspirados em países do Eixo a mudarem de nome.   Nessa leva, a Nova Dantizig passa a se chamar Cambé-PR e assim por diante.

         Consta que na II GM o Brasil da era Vargas mandou 25.334 soldados para a Itália para combater a Alemanha.    Lema dos brasileiros na guerra: A cobra está fumando.    Isto porque antes da decisão do Brasil entrar na guerra nosso povo costumava dizer que só entraríamos quando a cobra fumasse.

         Em 22-04-1945 a Russia toma Berlim, a capital da Alemanha.  No dia seguinte, Hitler se suicida e uma semana depois, a Alemanha se rende.

         Mussolini tenta fugir para a Suiça com a amante e é pego e assassinado.

         O Japão continuou os combates.  Em agosto de 1945 os USA soltaram duas bombas atômicas que mataram muitos milhares de japoneses.   Em 02-09-1945 o Japão se rendeu e terminou a II G.M.

        

         Continua no capitulo 8/9  

sábado, 29 de março de 2025

Cap 6/8 - fichamento do livro - TRILHOS, CAFÉ E TERRA VERMELHA - autor: Jornalista ROGÉRIO RECCO

 capítulo 6/8                            março de 2025

 

         Terceira Parte -   Um novo desafio para o Eng. Amedeo começa em Nova Dantzig  (depois, Cambé-PR).

         Em 1935 Londrina já tem população razoável mas falta de energia elétrica e as ruas ainda são de chão.   É lama ou poeira.  Há poucos médicos na cidade nesta fase.

         Amedeo, logo que chegou ao Brasil em 1922, esperava prosperar e depois seguir para a Austrália.  Mas o sucesso aqui e o casamento, mudaram seus planos e adotou o Brasil.

         A cidade europeia então chamada Cidade Livre de Dantzig depois passou a se chamar Gdansk  (terra do Lech Walessa) era uma cidade portuária entre a Alemanha e a Polônia.  Cidade portuária, estratégica.

         Em 1939, a Alemanha de Hitler anexou a cidade em seu primeiro ato de guerra que depois se expandiu e se inseriu no contexto da II G.Mundial.

         Figura importante no lugar

         Amedeo e a serraria.   Na então Nova Dantzig que depois passa a se chamar Cambé-PR.   Ele como engenheiro, fez até o projeto da primeira igreja do local, a Capela de Santo Antonio.   Doou parte da madeira também para a obra da Capela.   A população ajudou muito com mão de obra.

         A ânsia de construir a capela foi tanta que se esqueceram do detalhe de comunicar o Bispo de Jacarezinho – PR que era a sede da Diocese.   O bispo teria ficado aborrecido.   Depois contornaram tudo.

         A serraria fica maior

         80% das toras que chegam à serraria são perobas com 20 a 30 metros de comprimento e 60 a 80 cm de diâmetro.    As serras no caso são movidas a vapor produzido por queima de lenha que era abundante na região.   Equipamentos a vapor importados, sendo um da Inglaterra e outro da Alemanha.

         Em termos de madeira, havia também marfim, cedro, ipê, imbuia, cabreúva e outras.

         Amedeo constrói também uma olaria em Cambé e assim fornece boa parte do material básico para construção de casas da época.   Madeira e tijolos  para paredes e estrutura dos telhados e telhas cerâmicas.

         Apenas a 16 km de Cambé surge o povoado de Rolândia.   Bastante imigrantes alemães se estabeleceram em Rolândia.

         Entre 1919 e 1933 a Alemanha se chamava República de Weimar.

         No começo vinham da Alemanha pessoas pensando em lidar com a zona rural.   Com a chegada do nazismo na Alemanha, começaram a vir imigrantes alemães refugiados e muitos destes tinham inclusive formação universitária.   Muitos deles eram alemães de origem judaica.

         Willie Davis, inglês, cafeicultor, foi sócio de Tonico Barbosa.  Chegou à região antes da CTNP Cia de Terras Norte do Paraná.   Depois W. Davis chegou a ser Diretor Técnico da CTNP.

         (O estádio de futebol de Maringá tem o nome de Willie Davis)

         Um refúgio no sertão

         Na época da perseguição nazista, já havia um acordo comercial bem articulado entre a CTNP e uma instituição alemã que cuidava de negociar com os emigrantes daquele país.    O interessado em migrar para o Brasil vendia seus bens na Alemanha e aplicava numa “Carta de Terras” no Norte do Paraná.  Terras cobertas de mata virgem.   A CTNP usava esse dinheiro para comprar equipamentos para a ferrovia.

         Muitos judeus alemães fizeram essa permuta para evitar ter seus bens confiscados pelo nazismo.        Os judeus que ficaram até mais tarde para tomar decisão tiveram seus bens na Alemanha nazista confiscados e ficaram com apenas dez marcos (moeda alemã) para saírem do país.

         Uma das cláusulas da Carta da Terra.   Em tempo de guerra, navios poderiam ser afundados na viagem como alguns foram.    Uma cláusula do documento dizia que se o interessado não conseguisse chegar no destino, a pessoa no caso perdia seus bens.    Vários perderam os bens nessa situação.

         Amedeo e o casamento com Tereza.   (notar que o livro foca bastante no Engenheiro italiano Amedeo inclusive por conta da proposta do autor que teve acesso ao acervo da família dele notar a riqueza de material sobre a colonização do Norte do Paraná.   Como já foi dito, Amedeo era meticuloso nas anotações, em fotografar e filmar o andamento das obras por onde atuava)

         ... os parentes de Tereza, paulistas originários da Italia.   Alguns deles voltaram para a Itália para participar do esforço de guerra.   Eram pilotos de aviões e atuaram nessa condição.   Terminada a II G.M, voltaram para o Brasil e trouxeram no navio um dos aviões que usaram em combate.   Aqui davam aulas para formar novos pilotos.

         Um dos primos de Tereza, Eurico,  funda a fábrica de baterias Heliar.

         Tereza Di Marzo era filha de um italiano morador na capital paulista onde atuava no ramo de importador de vinhos.   Ela fez curso Normal (para Professora) e teria sido a primeira mulher a tirar um brevê de piloto no Brasil.

         Imigrantes italianos gostavam do fascismo.   Jornais do fascismo italiano chegavam regularmente ao Brasil.   O autor deste livro cita que os imigrantes italianos radicados no Brasil aceitavam o fascismo muito mais do que os que migraram para a Argentina.

         O empresário Francesco Matarazzo em muito de esforçou para divulgar o fascismo aqui no Brasil.

         Estima-se que em 1930 havia ao redor de 435.000 italianos no Brasil.  O autor destaca que nessa época ainda não tínhamos o IBGE.

 

         Continua no capítulo 7/8

quinta-feira, 27 de março de 2025

Cap.5/8 - fichamento do livro - TRILHOS, CAFÉ E TERRA VERMELHA - Autor: Jornalista ROGÉRIO RECCO

capítulo  5/8 

         O desafio da ferrovia.    Construir uma ponte sobre o Rio Tibagi que é o segundo maior rio do Paraná.  Ponte de 294 metros de extensão. Em concreto.

         Londrina sofria em 1932 pela revolução paulista que fechou a fronteira e pelo fato da ferrovia ainda não ter atravessado o Rio Tibagi e assim ainda não chegava até Londrina.

         Terminada a revolução em São Paulo, inicia-se a ponte para a ferrovia e muitos moradores agricultores de Londrina, animados, vão trabalhar na obra da ponte para conseguir recursos para pagar as prestações dos lotes rurais que compraram da CTNP. Cia de terras do Norte do Paraná.

         Em 1933 segundo um relato, Londrina passa a ter 400 casas.   Em 1934 o município já tinha a ferrovia e a estação ferroviária construída.   Entre 1932 e 1949, além das estações já existentes, a ferrovia colocou no trecho Cambará-PR a Londrina, mais 12 estações, o que não agradou os passageiros pelas paradas frequentes e o aumento do tempo de percurso.

         Página 89   E explosão populacional.

         Em 09 de março de 1925, empreendedores brasileiros assumem a CTNP.  Em 1939, começo da II Guerra Mundial e a Inglaterra tem suas demandas financeiras para o esforço de guerra.   Nisso ela coloca a venda várias empresas, inclusive a CTNP.

         Em 1942 o Engenheiro Gastão de Mesquita Filho vê nessa oferta para venda da CTNP um ótimo negócio e vai ao RJ (então capital federal) em busca de investidor.

         Encontra seu amigo Gastão Vidigal que na época era Diretor do Departamento de Comércio Exterior do Banco do Brasil.

         Compram a empresa que depois de várias mudanças de acionistas passa a se chamar CMNP Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná, isto a partir de 1951.

         (nos anos 70 eu, leitor, trabalhei como Eng. Agrônomo no Paraná no Banco Mercantil de SP que tinha entre seus acionistas a família Vidigal)

         A CMNP tinha como sócios o Grupo Vidigal e o Grupo Mesquita.

         O presidente Getúlio Vargas exigiu que a ferrovia passasse a ser federal.

         Até 1943 as vendas de terras pelos ingleses não tinham deslanchado muito.  Tinham vendido só 23,6% dos lotes rurais e  26,6% dos lotes urbanos.

         Até 1960 a CMNP vendeu 76,6% das áreas rurais e 71,4% dos lotes urbanos.

         Em 1932 apareciam pela ordem decrescente as receitas de milho, madeira, café e feijão.

         Em 1930 começa a produção de café no Norte do Paraná.  No final da década de 30 o café já estava na liderança das rendas agrícolas do PR.

         Nas mãos do governo a ferrovia se deteriora

         A gestão estava nas mãos da estatal RVPSC Rede Viação Paraná Santa Catarina.   Transportava bastante gente e carga mas era mal administrada.

O povo fazia chacota inclusive pela falta de pontualidade.  Apelidou a RVPSC de Restaurante Vagabundo Pastel Sem Carne.

         (O prof. Jonas Liasch mantem um blog sobre ferrovias)

         Só em 1975 inauguraram o trecho Apucarana a Ponta Grossa-PR rumo ao Porto de Paranaguá.   Antes o ramal que vinha de Ourinhos dava volta por Jaguariaiva onde alcançava a ferrovia antiga que ia de Santos até Rio Grande-RS passando por Jaguariaiva.   A volta era de 300 km o que desanimava os que demandavam por frete para o Porto de Paranaguá.

 

         Continua no capítulo 6/8