FICHAMENTO DO LIVRO O PODER AMERICANO E OS NOVOS
MANDARINS
AUTOR: NOAM
CHOMSKY - (cidadão americano)
Editora Record
– Rio de Janeiro – 2006 - 460 páginas
Fichamento pelo
leitor Engenheiro Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida - maio
de 2020 (época da pandemia do covid 19)
Sou um leitor
assíduo e assino jornal na busca de tentar clarear um pouco o que ocorre no
mundo atual. Elaborar dados e formular
e reformular conceitos pessoais com algum fundamento. Tenho acompanhado artigos e entrevistas do
autor Chomsky que é um Filólogo mas além de outras habilidades acadêmicas ele é
respeitado mundialmente pelas suas idéias e conceitos na área da Ciência
Política.
O livro em
pauta, comprado em sebo, escolhido a dedo, aborda em linhas gerais décadas de
estudos e documentos de umas quatro décadas da política americana, sempre com
base em dados comprováveis e literaturas citadas. Nada de eu acho.
Ele esteve bem
recentemente no Brasil e está com idade acima dos 90 e lucidez dos 30. Mais de 70 obras publicadas. Décadas de atuação como professor no
renomado MIT Massachusetts Institute of
Technology.
Os Novos
Mandarins que fazem parte do título da obra são os intelectuais influentes na
política americana, inclusive de defesa e guerra.
Na apresentação
do prefácio desta obra consta que em 2002 ele foi chamado como testemunha num
processo na Turquia contra o editor dele pelo posicionamento do autor. Chegando lá, foi dispensado pela justiça
porque os holofotes da imprensa internacional, pela visibilidade que ele tem,
estavam todos lá sobre o caso.
Avaliaram que era melhor não ouvi-lo para não dar vez e voz num momento
tão concorrido.
Nesse caso da
Turquia, a treta surgiu por ele denunciar a forma com que o país andava
tratando os curdos, povos que compõem a maior nação sem pátria do mundo, com
aproximadamente 36 milhões de pessoas, espalhados principalmente por uns três
países da região, incluindo a Turquia.
O livro em
pauta foi escrito originalmente em 1969 durante a Guerra do Vietnã e o autor é
um severo crítico da guerra em si e da ação americana naquela guerra.
Ele é um
humanista e defende de forma intransigente as pautas igualitárias. Tem empenho em dissecar a crueldade
imperial americana. No contexto, ele
critica os que ele chama de Novos Mandarins Americanos, os intelectuais
americanos que por ação ou omissão
apoiam a crueldade imperial.
Consta no
editorial em na década de 60 o autor já era considerado um “Einstein” da
linguística (Filólogo) e se ficasse
nesse foco já seria brilhante. Mas ele
foi mais longe.
Com a palavra o
autor do prefácio – Howard Zinn, acadêmico e amigo de Chomsky.
Página 11 – Em
um ensaio escreveu sobre a Guerra do Vietnã (em plena guerra) “Os intelectuais tem a responsabilidade de
dizer a verdade e denunciar mentiras”.
... com o objetivo de criar um mundo melhor.
Em 1966, 200
mil militares americanos estavam a caminho do Vietnã. ... arsenal de bombas que destruíam aldeias
e arrasaram a terra. Inclusive bombas de
fragmentação, lançadas por aviões.
12 – Charles
Mohr escreveu no jornal NY Times.
“poucos americanos tem noção do que o país está fazendo com seu poderio
aéreo no Vietnã do Sul. (parte aliada
aos USA).
O povo
americano nessa época do artigo já estava dividido sobre a guerra e os
intelectuais também.
O ensaio de
Chomsky mexeu com o povo americano, inclusive com os intelectuais que estavam
calados.
Circulavam
fotos de crianças correndo pela rua desesperadas, com o corpo incendiado por
bombas de napalm lançadas pelas aeronaves americanas. (uma mistura de combustível com óleo de uma
palmeira da região que torna a chama muito mais aderente e danosa).
Recrutas
americanos jovens iam para lá matar ou morrer sem entender a razão.
O autor, ainda
na Europa no passado, aos 13 anos viu repressão a greves em fábrica de tecidos
com uso de violência. Depois viu a
Guerra na Espanha com foco em Barcelona.
Despertou interesse quando estava na faculdade, por estudo do
Anarquismo. Ele estudou inclusive em
Harvard. (1957). ... convicção
política e crença... “natureza humana
fundamental baseada no instinto de liberdade”.
13 – Move a
luta dele pela Paz e Justiça Social.
Em 1964 ele,
nascido em 1928, já protestava nos USA contra a guerra no Vietnã, período em
que a guerra se acirrou. Nos USA houve
muitas manifestações populares contra a Guerra. Ele participava. Houve inclusive atos de desobediência civil
dos manifestantes pela causa da paz. Ele
participou e chegou ser preso.
No final de
abril de 1975 os USA retiraram as tropas do Vietnã mas a guerra civil lá
continuou e a América continuava mandando armas para a guerra.
Cita também
posteriormente, Ronald Reagan, presidente dos USA, determinando ações militares
contra os revolucionários de esquerda Sandinista na Nicarágua. Novos protestos nos USA e o autor sempre
participando e foi novamente detido.
Protestou
contra o envio de armas pelos USA à Indonésia que fazia guerra ao Timor Leste. Nesta guerra, depois de mais de 200 mil
mortos, por pressão popular nos USA inclusive, os americanos deixaram de enviar
armas e houve o fim do conflito e isto culminou com a Independência do Timor
Leste.
17 - Fala do Autor – Introdução
Governo liberal
dos USA que entrou na guerra do Vietnã.
Entrou com apoio de políticos, muitos intelectuais e acadêmicos. (juridicamente o Vietnã não chegou a
separar o Norte do Sul) A guerra civil
tinha no norte os comunistas e tinham apoio da URSS e o Sul tinha apoio dos
americanos.
“O rumo da
história pode ser determinado em grau muito significativo por aquilo que o povo
dos USA tiver aprendido dessa catástrofe que ele ajudou fortemente a
acontecer”. (a ação deste na Guerra do
Vietnã onde saiu derrotado).
“Três vezes na
mesma geração os USA com sua tecnologia arrasa um indefeso país asiático –
Japão, Coréia e Vietnã”
19 -
.................. continua nas postagens seguintes (boa leitura)