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terça-feira, 26 de outubro de 2021

CAP. 11/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - História de homens e mulheres que (re) humanizaram o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - Editora Voo - ano 2020

 CAP. 11/35                leitura em outubro de 2021

         Veio e trouxe a bagagem de palhaço consigo.    O pai mesmo enfermo já articulou lá no hospital para o filho mostrar sua arte junto a crianças internadas no Incor.    Eram umas vinte crianças.    Foi essa a primeira apresentação de palhaço em Hospital no Brasil e ele em seguida montou o Projeto Doutores da Alegria.

         No dia que percebeu que seu pai, nove meses depois da primeira apresentação no Hospital onde fora internado, estava nos momentos finais da vida, ele prometeu para o pai que não regressaria aos USA e ficaria no Brasil ajudando a cuidar da família.    E assim fez.

         Em 1991 nasceu o Projeto Doutores da Alegria.   Aqui o personagem dele virou o Doutor Zinho.

         Em 2106 o Doutores da Alegria comemorou os 25 anos de atividade com uma bagagem de mais de 1 milhão de visitas a crianças pelo Brasil inteiro.     Inspirou em torno de 900 organizações semelhantes ao Doutores da Alegria pelo Brasil afora.

         Ele alerta que é bastante delicado se apresentar em hospitais.  Há que se seguir muitas regras e ter certas habilidades e cuidados que requerem treinamento.   Não se deve improvisar.

         Bate papo com Wellington 

         Hoje em dia ele fica na condição de Empreendedor Social.   É membro da entidade Ashoka e lá ele se enquadrou como Empreendedor Social.

         O Projeto Doutores da Alegria tem algo a ver com o sonho do pai dele, que queria o filho formado Médico.

         E o Wellington pelo Médicos da Alegria tem se apresentado inclusive na Faculdade de Medicina da USP.   Ele também tem proferido palestras para médicos e alunos de medicina da USP.

         Os males atuais:   “É todo mundo precisava.  Eu não sei mais onde começa e onde termina o Hospital.   Hoje a gente está cultivando doenças em uma série de relações pela vida”.   Então, na dúvida, tenha sempre um bestiologista por perto.

         “Eu aprendi, por exemplo, que é no local de trabalho que a pessoa se interna”.    “No mundo corporativo, tem muita gente doente e estressada...

         Segundo Wellington “a palavra trabalho tem raiz etimológica ligada a tortura (do latim tripaliu) que era um instrumento de tortura.

         “Se eu acredito em outra estrutura de trabalho.   Quero buscar implementar uma visão que seja mais coletiva, fluida e divertida.  Aí reside a força criativa mais importante.  

        

         Outra Humana de Negócios:    Adriana Barbosa

         “Da Praça Benedito Calixto para o Mundo”

         Ela é paulistana.  Aos vinte anos trabalhava numa gravadora.  Ela é preta e seu chefe era preto.   Quando ele deixou o emprego, ela foi despedida.    Sem emprego, se virou pela Vila Madalena com um pequeno brechó ambulante.  Expunha roupas em feirinhas.

         Um dia resolveram, ela e uma amiga, criar a Feira Preta em São Paulo.

         Eram muitas baladas na Vila Madalena nos anos 1990.  Por essa época a Unilever lançou o sabonete Lux Pérola Negra com um grande show no Parque Anhembi em São Paulo.

         Adriana e a amiga Deise passaram a frequentar o SEBRAE para articular a Feira Preta.  Foram conquistando patrocínios e apoio inclusive da Prefeitura de SP.    A primeira Feira Preta aconteceu na Praça Expedito Calixto no bairro de Pinheiros em SP.

         Inauguraram a Feira Preta com Show da cantora Paula Lima, preta que apoiava a iniciativa.

         Passados poucos anos, cassaram a autorização de realizar a Feira Preta em Pinheiros e ela supõe que tenha sido por discriminação.

                   Segue no próximo capítulo

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

CAP. 10/35 - fichamento do livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que (re) humanizaram o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

 CAP 10/35            leitura em outubro de 2021

         Ele explicando o cair na real:   “A minha responsabilidade não era com as pessoas com quem estava falando, mas com acionistas que eu não conhecia – provavelmente um profissional liberal de algum pequeno país europeu, interessado em fazer seu patrimônio crescer sem saber o que o seu dinheiro estava financiando”.

         Na fase de gestor de fundos, praticava corrida para tentar fugir dos problemas de consciência.  Chegou a correr em várias maratonas inclusive no exterior como a de NY.

         As corridas e os treinos ajudavam ele a se reconectar com a infância e equacionar a fase de predador, deixando isso para trás.

         Mais adiante resolveu deixar o mundo das finanças tal como fazia.   Ele é nascido em Buenos Aires e descendente de belga.  O pai dele foi dos maiores laneros do mundo na Patagônia.   Tinha 15.000 ovelhas para produção de lã em 56.000 hectares de terras de pastagem.    Além da produção própria de lã para mercado interno e externo comprava lã nas fazendas da região para revender.

         Na década de 1990 houve a decadência do comércio de lã natural pela expansão de tecidos artificiais.  

         Ele estudou Engenharia Agronômica antes de partir para o lado das finanças.    A última corrida dele foi atravessando o deserto do Atacama.  Depois deixou o trabalho em finanças e as corridas.   O salar de Atacama fica numa altitude média de 2.300 m acima do nível do mar.   Ao partir para a corrida no Atacama, avisou os colegas que estava deixando o emprego.

         Logo após, perdeu o pai e por essa época nasceu o quarto filho dele.

         Teve contato com a produção de filme e também com empresários diversos, dentre eles, Rodrigo Baggio, empreendedor social da Ashoka e fundador do CDI.

         Foi consultor da Natura.    Na Europa em viagem conheceu no trem a primeira mulher ganhadora do Prêmio Nobel em Economia.  Laureada em 2009.  Elinor Ostrom, norte-americana.   Ela e o termo Commons – “administração de recursos comuns feitos pela própria comunidade”

         Comprou o livro da economista.   “Ali encontrei o propósito que estava buscando”.  Inclusive usar a internet, trocar conhecimentos em rede.

         “Compartilhar o conhecimento comum”.  

         Em 2017 nasceu a startup TAQE, fundada por ele, Ernesto juntamente com Renato Dias e outros sócios.

         Aplicativo – plataforma que coloca pessoas que buscam emprego e a ponta empregadora com afinidade de interesses.

         “Em 2020 Ernesto tornou-se CEO do Regenerative Capital Lab, iniciativa criada por outro entrevistado deste livro, John Fullerton, para investir e alavancar projetos regenerativos pelo mundo.

         Mais do que nunca, o predador virou articulador e regenerador.

         “Se o ser humano não aprender a amar o ser humano, vai ser difícil ele amar o planeta (e cuidar dele)”.   “Se não amar a própria espécie, como vai amar as outras?”.

 

         Outro Humano de Negócios -   Wellington Nogueira

         “Palhaçada é coisa séria”.       (Doutores da Alegria)

         Foi na juventude professor de inglês no CCAA e no Positivo.   Dar aula com humor era seu estilo.   Ter autoridade em sala de aula sem precisar reprimir.

         O pai dele queria que ele estudasse medicina.  Ele queria ser ator.

         Vendeu o que tinha e foi para NY para estudar artes dramáticas.   Se destacou em sua faceta de palhaço.   Foi parar num grupo que se apresentava em hospitais para o público infantil, geralmente acometido de doenças graves.    No dia dele em teste para ser palhaço em visitas a hospitais...   “quando fui sair da última visita, uma criança falou:  Ei, doutor, eu me sinto muito melhor agora!”.   Isso marcou muito ele.

         ...”depois daquele dia o palhaço entrou de vez em sua vida”.

         O nome do personagem dele:  Calvin Clown.    O palhaço transforma tudo em arte.

         O pai dele, cardíaco, foi internado em situação grave no Incor em São Paulo.   O palhaço voltou urgente para acompanhar o pai doente.   Afinal, quando ele partiu jovem para correr atrás do sonho, o pai deixou claro que apoiava isso mas que se algo não desse certo, que o pai estaria pronto para recebe-lo de volta.     Ficou a gratidão do filho e com ela, o gesto de voltar às pressas para acudir o pai.

         Veio e trouxe a bagagem de palhaço consigo.    O pai mesmo enfermo já articulou lá no hospital para o filho mostrar sua arte junto a crianças internadas no Incor.    Eram umas vinte crianças.    Foi essa a primeira apresentação de palhaço em Hospital no Brasil e ele em seguida montou o Projeto Doutores da Alegria.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

CAP. 09/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - Editora Voo - 2020

 CAP. 09/35

          Entrevista com Chris Anderson

         De onde veio o modo de ele se relacionar com os povos.   Ele diz que na escola na Índia onde estudou, região do Himalaia, estudava numa escola com alunos procedentes de trinta países.   Essa diversidade o ajudou.                      Não se fechar em só focar estudos em algo restrito.       “O físico David Deutsch no livro A Essência da Realidade, argumenta que nós ficamos muito obcecados em nos aprofundar em temas restritos.   Esse foi o conselho que ele lhe deu.   Para ir mais fundo e progredir, é preciso entender o contexto e como as coisas estão conectadas.  A visão é multidisciplinar.

         “É na intersecção que as coisas estão que as ideias nascem.   A empresa ter propósito”.

         “Eu acredito piamente que as companhias precisam fazer algo pelo mundo”.

 

         Outro Humano de Negócios:   ERNESTO VAN PEBORGH

         De predador a regenerador.    Argentino.    Fez MBA na Universidade de Harvard.   Trabalhou no City Bank em NY.    Atuando posteriormente em Buenos Aires.   Um dia um investidor tinha cinco milhões de dólares e estava em negociação com ela para aplicar.   Nisso o investidor lhe perguntou:   “Qual valor socio ambiental o dinheiro investido nesse fundo pode gerar?”

         Ele ficou atordoado com a pergunta e ela mexeu muito com ele.   Levou nove anos para entender a magnitude daquela pergunta e a importância daquele investidor.     Esse investidor é o suíço Sthetan Schmidheiny, herdeiro.... , dono da Eternit, da Amanco e outras empresas.

         “Dez anos antes, ainda na década de oitenta, o empresário suíço anunciou que sua empresa deixaria de usar o asbesto, um mineral largamente usado na indústria de fibrocimento até ser descoberto como cancerígeno”.     (Era super comum inclusive como caixas d´água nas residências no Brasil por décadas).

         Na Conferência ECO 92 no Rio, evento da ONU, o suíço foi nomeado Conselheiro do Secretário-Geral da ONU sobre indústria e negócios.    Ele criou o World Business Council for Sustainable Development – WBCSD e também a AVINA, uma das principais – senão a principal – fundações da A.Latina a promover a visão de sustentabilidade nos negócios.

         Para Ernesto, antes da pergunta do suíço...   o capitalismo para ele era, até então, muito claro e brilhante: ganhar dinheiro, crescimento e poder.

         No ano de 2000 a Argentina quebrou e muitas empresas tiveram enormes dificuldades.   O fundo gerido por Ernesto aproveitou a oportunidade para comprar empresas em dificuldade, reestruturá-las e vende-las com bom lucro.  Nessa fase ele demitiu muita gente.   Dentro desse período o sogro dele levou a família para passear na Europa e ele ficou só e engajado na missão de demitir pessoas nas reestruturações em curso.

         “Na verdade eu era uma máquina de gerar dinheiro para os acionistas e estava destruindo valor social”.   “Foi quando percebi que eu era um predador”.

         Ele explicando o cair na real:   “A minha responsabilidade não era com as pessoas com quem estava falando, mas com acionistas que eu não conhecia – provavelmente um profissional liberal de algum pequeno país europeu, interessado em fazer seu patrimônio crescer sem saber o que o seu dinheiro estava financiando”.


continua em breve...

domingo, 17 de outubro de 2021

CAP. 08/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que (re) humanizaram o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - editora Voo - ano 2020

CAP 08/35

         Bate papo do autor do livro com a Safia:

         Desde a década de 80 que ela lida com Fair Trade  (Comércio Justo).

         A iniciativa mais marcante vem da Inglaterra com o Ethical Trade Initiative.      “Agora todas as empresas britânicas que faturam a partir de 38 milhões de libras por ano precisam dizer o que estão fazendo para erradicar a escravidão moderna dentro da sua cadeia de fornecimento”.

         “Em vez  de cobrar das pessoas, eu prefiro pensar sobre o que a classe média e os profissionais mais capacitados são cúmplices dessa situação”.   Essas pessoas ficam aferradas ao status quo, que está conectado a injustiças sociais e à destruição dos recursos naturais.

         ...”buscar ... transição urgente e enorme de uma abordagem linear para uma abordagem holística.   Adotar uma abordagem verdadeiramente multistake holder e colaborativa.

         Ela disse que hoje todos tem seus celulares com câmera e podem registrar no ambiente de trabalho situações indignas, insalubres e denunciarem.

         Ela é vegetariana e sente que o ex marido era alinhado às ideias que ela defende e isso ajudou nessa de buscar o Comércio Justo.

         O que é importante para você hoje?    - Igualdade e verdade, humanidade e conexão com as pessoas.     Penso que qualquer empresa que coloque as mulheres e a natureza no centro daquilo que fazem ajudará a  reequilibrar o poder.   “Precisamos de uma abordagem mais humana nos negócios”.

        

         Outro Humano de Negócios citado:    Chris Anderson

         A paixão como motor.

         Cita o portal para se postar ou ouvir palestras, áudios.   Portal de conferências.    www.ted.com   TED Ideas Worth Spreading.    Hoje em dia o TED tem mais de 200 colaboradores e faz até seis conferências por dia em vários lugares do mundo.    Chris se declara uma pessoa que sempre foi sonhador e que não é uma pessoa extrovertida.    Ele é nascido no Paquistão.    O pai dele era oftalmologista e tinha uma clínica ambulante e a família andava pelas aldeias paquistanesas e ele ia fazendo cirurgias de cataratas e outros procedimentos oftalmológicos nos pacientes.

         Fizeram evento pelo TED no Rio de Janeiro para 2.000 pessoas em 2014.   Entre brasileiros e estrangeiros presentes no evento no Rio de Janeiro estava o neuro cientista brasileiro Miguel Nicolelis.   Também a cientista política Ilona Szabó e o líder indígena Tashka Yawanawá.

         O Chris veio ao Brasil para ajudar na organização desse evento.   No passado, até os 13 de idade, Chris acompanhou o pai nas andanças como oftalmologista no Paquistão, Índia e Afeganistão.

         Na Inglaterra ele fez posteriormente o curso de Jornalismo.   Chegou a criar uma revista que cresceu bastante e a editora chegou a criar mais de 150 títulos.    No ano de 2000 estourou a bolha da internet e muitos do setor faliram.   Ele quase quebrou, tendo que reduzir drasticamente o tamanho da empresa e demitir mais de mil colaboradores da equipe.   “Eu sobrevivi através da leitura, que me reconectou com o mundo de ideias que havia perdido”.

         Ele em certo tempo adquiriu a TED, empresa de conferências.   Assumiu a TED em 2002.    “É preciso que você saiba de uma coisa: eu não falo bem em público”.     Na fala dele do dia de assumir a TED, na plateia estava inclusive Jeff Bezos da Amazon.   Este que no meio da apresentação, ficou em pé no meio da platéia e aplaudiu Chris.  Foi muito motivador.

         Queria levar as palestras para a TV mas o setor achava que assistir palestras era chato.   Em 2005 o Youtube entrou no setor e isto ajudou a TED.   Em 2006 eles começaram a usar o Youtube e a palestra do político e ativista americano Al Gore sobre mudanças climáticas foi bastante acessada, dentre outras.   A TED foi sucesso e se desdobrou para vários nichos: TEDx, TEDWomen, TED Yont, TED-Ed

         “Ao doar gratuitamente sua melhor ideia ou conhecimento, você ficará surpreso com o que recebe de retorno”.   A TED dispõe inclusive de uma série de podcasts.


continua no próximo capítulo 

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

CAP. 07/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - Ed. Voo - 2020

CAP. 07/35 

     Safia é liderança no setor e foi em 2006 laureada com a Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth.    Ela é filha de pai indiano-mauriciano com mãe suíça.    Os avós de Safia eram empreendedores sociais.     Ela na juventude.    ...”eu nunca tinha pensado sobre relacionamento entre os produtos e as pessoas responsáveis por fazê-los”.

         “Os consumidores poderiam dar voz a pessoas economicamente marginalizadas”.

...      vender café produzido por índios mexicanos de Chiapas, marginalizados.    Safia e sua iniciativa conseguiu colocar o café deles no exterior, valorizando o lado Socio Ambiental, além da qualidade do produto.

         Ela leu inclusive o livro do americano Noam Chomsky – “Manufacturing Consent: The Political Economy of Mass Media”.

         Ela morando no Japão montou um negócio de produtos no Comércio Justo.   Escoando produtos à base de algodão orgânico da Índia, Bangladesh e Zimbabue.   Em seis anos conseguiu estabelecer cadeias de comércio justo em oito países.   A empresa dela se chama People Tree, fundada em 1991.    Ela conseguiu que as peças vendidas pela People Tree seguissem o Padrão Global de Texteis Orgânicos certificadas pela Soil Association.

         Receberam também selo de produto da World Fair Trate Organization.   Colocam os produtos em mais de 500 pontos de venda no mundo além de manter loja na Inglaterra e no Japão.

         Quase três décadas de atuação e mostram que é possível o Comércio Justo.   Um alento ao mundo.    “Esses valores já estão incorporados à decisão de compra de um terço dos consumidores de todo o mundo, de acordo com a Mc Kinsey & Company”.   Produzir e comercializar respeitando os ditames da Sustentabilidade Social e Ambiental.

         A indústria da moda é o segundo setor da economia mundial que mais consome água, além de produzir cerca de 20% das águas residuais do mundo.

         Tecidos de micro fibras sintéticas descartados nos oceanos são estimados em 500.000 toneladas por ano.

         GEE Gases do Efeito Estufa.   Do total de gases emitidos, 8 a 10% vem da indústria da moda.    Isto é mais do que toda a aviação mais o transporte marítimo mundial.

         Safia já lançou nove livros sobre moda sustentável.       

         O Comércio Justo ajuda a erradicar o tráfico humano e o trabalho análogo ao trabalho escravo.    (há em São Paulo muitos casos envolvendo bolivianos que são trazidos para trabalhar no setor de confecções em condições péssimas e sempre tem havido denúncias ao Ministério do Trabalho).     Pelo fundo afora, não é diferente.

         Ela participa do (Re)humans.      “... precisamos focar em transformar agora nosso sistema capitalista disfuncional para evitar a catástrofe climática e o colapso ecológico”.

         “Nossos filhos e netos estão forçando os adultos de suas famílias a agir e pensar em seu futuro”.    “O direito deles de ter um futuro...”

         Ela como articuladora -  “... atuar junto a formuladores da política da moda...”

         “Levei, por exemplo, a atriz Emma Watson, designers e jornalistas famosos até as favelas para conhecerem os trabalhadores das fábricas de roupas, sentarem em suas camas e ouvirem suas histórias”.

         “Há casos de mães que ficam até seis meses longe dos filhos...    Totalmente diferente do que ocorre no Mercado Justo.    Neste se leva em conta se as trabalhadoras estão perto dos seus filhos.

         “Ela é fã declarada da ativista Greta Thunberg”.    Cita um grupo de ativistas da Extinction Rebellion.

         A voz da Safia já ecoa no Forum Econômico Mundial.   Já esteve no Brasil em dezembro de 2018 para visitar artesãos e produtores e participar do 2º Forum sobre Comércio Justo e Ético entre a União Europeia e Brasil.

         Ela fala de ecocídio que se avizinha.

         Bate papo do autor do livro com a Safia:

         Desde a década de 80 que ela lida com Fair Trade  (Comércio Justo).

         A iniciativa mais marcante vem da Inglaterra com o Ethical Trade Initiative.      “Agora todas as empresas britânicas que faturam a partir de 38 milhões de libras por ano precisam dizer o que estão fazendo para erradicar a escravidão moderna dentro da sua cadeia de fornecimento”.

         

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

CAP. 06/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - Editora Voo - 2020

CAP. 06/35 

     Ele abriu uma pequena loja na Rua Oscar Freire em São Paulo.   O foco dele era ouvir as clientes no que ele chama de “escuta ativa”.    “Grande parte das nossas interações é de interações projetivas, a gente ouve parcialmente.    O silêncio interno é imperativo para compreender a perspectiva do outro”. 

         A experiência mais humana.   O valor da empatia.

         Dados do SEBRAE – quase 25% das empresas sucumbem em dois anos e quase 50% em quatro anos.

         Ele disse que a Natura quase entrou nessa estatística.    Ele chegou a vender o fusca da família para injetar capital na empresa.    Apresentava os produtos que fabricava aos Salões de Beleza.   Muitas clientes adquiriam o  produto e se interessava em revender também.   Aí ele foi estruturando a rede de distribuição.   Essa rede se iniciou em 1972/1973 – rede de venda direta.    “Venda Direta ou venda por Relações”.   Há uma consultora da Natura que está com 85 anos de idade e ainda atua com a Natura e tem 42 anos como consultora da empresa.

         No ano de 1974 ele fechou a loja da Rua Oscar Freire em São Paulo e o foco era na rede.   Passou a ter sócios que ajudavam na rede de distribuição.     Bem mais recente, comprou a Avon e expandiu a Rede Natura por mais de cem países.   Tem inclusive loja em Paris.

         Abriu o capital da Natura e migrou da gestão familiar para gestão profissional.   Ele é médium espírita.

         Entrevista com Luiz Seabra promovida pelo autor deste livro.

         Formação da pessoa – ele acha que a atenção e o carinho na infância são primordiais.  “A base emocional define o destino”.

         “Ele percebia que a indústria da beleza vinha explorando o medo do passar no tempo”.    Uma visão dele:    “Uma experiência filosófica que nós vamos ter que viver como sociedade é uma transição da competição exacerbada entre países, empresas, pessoas, para uma forma de cooperação na construção de sociedades”.

         Visão de futuro:   “Funções sociais mais centradas no ser do que no ter”.

         Lá atrás, no tempo dos barbeadores, consultou o vidente Sana Khan.  O vidente predisse que ele seria “um trator... semeador...”

        

         Segundo Humano de Negócios – SAFIA MINNEY

         Quem paga o preço da roupa barata?   

         O mundo está produzindo anualmente 140 bilhões de novas peças de vestuário.    Isto para 7,6 bilhões de pessoas.     Só a rede Zara lança até 24 coleções por ano.   É o que chama de fast fashion.   Roupas quase descartáveis.

         Roupas geralmente costuradas nos países pobres como Bangladesh, Paquistão e Sudeste Asiático.   Remuneração miserável aos empregados; jornadas longas e contato com produtos químicos perigosos nos tecidos.

         Tudo sem preocupação com o meio ambiente.

         A cadeia produtiva do vestuário/confecções é a segunda mais danosa ao meio ambiente em termos mundiais, só perdendo para a do petróleo.

         Safia tem contato com a Rede Nelis que busca a Sustentabilidade.

         ...” e usar a produção de roupas e tecidos para promover um sistema construído na justiça social e ambiental”.

         Safia foi uma das primeiras no fair trade que é um movimento “um sistema que promove a transparência, a responsabilidade e a parceria entre compradores e fornecedores”.   Tradução – Comércio Justo.

           A expressão surgiu nos anos 1990 como “Comércio Alternativo”.   “... é provar ser possível um novo sistema econômico que coloca as pessoas e planeta com o mesmo nível de importância que o lucro”.

         Duas entidades:

         Fair trade International e a World Fair Trade Organization lideraram esse movimento.         ...”conectadas com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável definidos pela ONU.

         Safia é liderança no setor e foi em 2006 laureada com a Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth.    Ela é filha de pai indiano-mauriciano com mãe suíça.    Os avós de Safia eram empreendedores sociais.     Ela na juventude.    ...”eu nunca tinha pensado sobre relacionamento entre os produtos e as pessoas responsáveis por fazê-los”. 

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

CAP. 05/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - Editora Voo - 2020

CAP. 05/35

 

     São líderes com intenso senso de justiça, resiliência, ética, idealismo, empatia e compaixão, com capacidade de inovação e comunicação.    HuNe Humanos de Negócios ou ReHu (Re)Humans.

         “São capazes até de injetar um certo romantismo nos negócios, ao nos fazer acreditar que é possível ter mais em jogo do que dinheiro”.

         Página 35 – Nos USA, declaração de 181 líderes empresariais.   “O lucro dos investidores não será mais importante do que as necessidades dos outros stakeholders como clientes, funcionários, fornecedores e comunidades locais.

         ...”há um despertar espiritual no mundo e isso está se refletindo nas empresas”.     “Não se trata de religião no local de trabalho; trata-se da necessidade de se reconciliar com o aspecto humano das empresas”.     “E da conexão com o planeta, a fonte de tudo que temos, um imenso organismo vivo”.

        

         Entrevistado:   Luiz Seabra da empresa Natura – O mago dos negócios

         Ele é paulistano, foi bom aluno e veio de família de poucos recursos.

         Aos 15 de idade já trabalhava no mesmo emprego do pai.   Recebeu proposta da Remington Rand no setor de fabricação de barbeadores elétricos.   Em cinco anos de emprego já era chefe do departamento pessoal.

         O fascínio dele é o relacionamento humano.   “logo descobri que a autoridade só é respeitada à medida que você respeita de volta, com base no diálogo aberto, franco e transparente”.   

         Ele muito jovem já tinha colocado a si o desafio de elaborar creme para a irmã usar num salão de beleza.   Nisso já buscava informações sobre a pele das pessoas.    O setor de barbeadores também tem conexão com essa preocupação.     O barbeador era um concorrente da Gilette.     Mais adiante a Remington fechou no Brasil sua fábrica de barbeadores e ele deixou o emprego.

         Ele foi trabalhar numa fábrica de cosméticos que tinha só dezessete colaboradores.

         O pai dele era português e veio para o Brasil com a cara e a coragem fugindo da Primeira Guerra Mundial.  No começo, dormia na areia da praia no Rio de Janeiro por não ter recursos.   Na busca de oportunidade, veio à pé do Rio à cidade de São Paulo onde começou a nova vida.

         A mãe dele, mineira, filha de portugueses.    Ele tem mais três irmãos e seu pai era católico.    Ele acompanhava os pais nas missas e era comum ele desmaiar na hora do uso do incenso com o odor forte.    (ele diz que também via coisas... seria mediunidade – a mãe era espírita e seguia também a Seicho No Iê).   Ele diz:    “Pessoas de origem pobre muitas vezes precisam de um apoio religioso ou espiritual.   Qualquer coisa que traga esperança de dias melhores”.

         Bem jovem, colocado para bater de porta em porta e vender a Revista Sentinela ou a Biblia.      Diz que essa experiência de contato com o público ajudou na formação dele.   Ele pregava com base na Biblia.   “A descoberta do outro”.   Era um processo de espalhar a palavra, que foi muito importante para a Natura.

         Na juventude leu textos Rosa Cruz.    A irmã dele aos 21 de idade, iria trabalhar com limpeza de pele e ele então aos 12 sentiu que iria fazer os cremes para pele.

         Mais adiante, se empregou com um francês que fazia cremes para pele e cabelos.

         Trabalhou depois na Mesbla que era o top da época.   Nesse tempo ele era casado e estava para chegar o seu quarto filho.

         O francês dos cremes chamou ele para ser sócio no negócio.   O nome da empresa lembrava coisa francesa e Luiz já sonhava em lidar com produto mais natural e disso surgiu o nome Natura.   A Natura começou em 28-08-1968.

         Até na cabeça dele tinha aquilo de que cosmético era coisa para o sexo feminino apenas.   Nesse começo da Natura, as empresas fortes no setor eram as multinacionais Avon e Helena  Rubinstein.

         Ele abriu uma pequena loja na Rua Oscar Freire em São Paulo.   O foco dele era ouvir as clientes no que ele chama de “escuta ativa”.    “Grande parte das nossas interações é de interações projetivas, a gente ouve parcialmente.    O silêncio interno é imperativo para compreender a perspectiva do outro”. 

         A experiência mais humana.   O valor da empatia.      

segue no próximo capítulo...