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sábado, 28 de maio de 2022

CAP. 07/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

 CAP. 07/08

 

         Migrantes haitianos pesquisados e suas trajetórias.    Citados com nomes fictícios para preservar a privacidade deles.   Foram colocados nome africanos.

         Uma delas:   Niara – nasceu na capital do Haiti, Porto Príncipe.    Ela fazia faculdade lá e trabalhava.    Um tio que migrou para Maringá-PR e que tem um pequeno comércio na cidade  convidou ela para migrar e ela veio.   Chegando ao Brasil, descobriu que veio grávida.   Agora com uma criança e tendo que trabalhar, dificulta para tentar retomar os estudos.

         Outra:   Ashia (Esperança) -  Ela morava no interior do país e ainda não trabalhava mas estudava.   Veio porque o namorado tinha migrado para esta região em estudo.    Terminou o ensino médio no Brasil e está cursando a UEM, curso de Letras.   Reside em Maringá com o marido e a filha.

         Outra:  Makini  (Calma) – Iniciou no seu país o curso de enfermagem e pretende dar sequência no curso no Brasil.

         Outro: Bomani (guerreiro) – Atualmente cursa engenharia de produção com ênfase na Construção Civil na UEM.

         Outro: Ayo (felicidade) – Trabalhando na construção civil ou fazendo bico no mercado informal.

         Capítulo 6 – Análises

         Quatro dos cinco casos em estudo se referem a pessoas que não estavam em vulnerabilidade social no Haiti e migraram esperando encontrar no Brasil mais chances de realizarem seus planos.

         Encontraram aqui uma realidade desfavorável ao seus planos, de certa forma.

         6.1 – Da expectativa à nova realidade.       ...estudo aponta:    “que a maior parte dos haitianos que migram para o Brasil buscam trabalho.   Em segundo lugar, esperam melhorar de vida e, em terceiro lugar, ajudar a família por meio da migração.”

         Os desafios enfrentados no processo migratório:    A maioria dos haitianos que migraram para o Brasil nunca tinham ouvido um diálogo em português.   Não conhecer o idioma impede o entendimento dos direitos do migrante.   Para acesso aos direitos, tem que entender o idioma.

         6.3 – Acolhida e inclusão de haitianos e haitianas em Maringá-PR

         Os haitianos pesquisados de Maringá, ao chegarem à cidade já tinham um “elo” na cidade ou região, representado por algum parente ou namorado da mesma origem.

         6.4 – Perspectivas sobre educação no Haiti e no Brasil

         Na fala do pesquisador Arroyo (2009)    -  “falar com os alunos não de cima para baixo, impositivamente, como se fosse dono da verdade a ser transmitida...”

         ...”A relação professor-aluno precisa ser colaborativa, respeitosa...”

        

         Continua no capítulo final 08/08

sexta-feira, 27 de maio de 2022

CAP. 06/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

 CAP. 06/08

         Capítulo cinco do livro – Metodologia aplicada

         Foi escolhida a abordagem qualitativa.   “A opção metodológica foi a Etnopesquisa e o Estudo das Narrativas de migrantes haitianos...”

         ... “A partir da compreensão de que a Etnopesquisa crítica busca inserir o pesquisador em um campo que ele não faz parte”.

         ...”Para observar e compreender o cotidiano e as verdades do outro, é necessário que o pesquisador deixe de lado suas verdades”.

         5.2 – Etnopesquisa implicada e o Estudo de Narrativas

         “A pesquisa em história oral exige procedimentos específicos, por exemplo, devolver as entrevistas transcritas para os entrevistados para que estes possam analisar, retirar ou acrescentar alguma informação”.

         “A história contada é tão verdadeira quanto a escrita”.    “Narrar e ouvir fazem parte de um processo de aprendizagem”.

         Segundo Josso (2004) “propõe o conceito ‘caminhar para si’ como uma forma de aprender sobre si mesmo e sobre o meio”.   De acordo com a autora Josso, ao  descrever uma viagem, narrar sobre o trajeto percorrido, descrever a bagagem, as passagens e os lugares, o individuo descreve também sobre si mesmo”.     ...”viagem e viajante são apenas um”.

         5.3 – Procedimentos metodológicos de coleta e análise de dados

         Tratando-se de pesquisa envolvendo pessoas, o projeto passa antes pelo crivo do Comitê de Ética da Universidade, para depois se partir para o trabalho de campo em si.

         5.4 – Acesso ao campo.    O trabalho de campo desta pesquisa foi no decorrer dos anos 2018 e 2019.   O pesquisador participou de reunião pública para  a criação da Ong AERM Associação dos Estrangeiros Residentes na Região de Maringá-PR.   Foi no ano de 2018

         ...”que vivem na pele a experiência de ser um refugiado e imigrante dividido entre a gratidão do pouco que tem e a luta por conquistar o muito que falta”.

         Há refugiados da guerra da Síria inclusive em Maringá-PR e região.

         Missão Paz é uma das ongs que atuam no acolhimento de migrantes e refugiados.

         Giovani (co autor deste livro) tem um tio que é padre da ordem dos Scalabrinianos.     “e os trabalhos dessa Congregação são voltados para imigrantes ao redor do mundo”.    A convite do tio, Giovani foi a São Paulo conhecer as obras de atendimento da Casa do Migrante na capital, sob gestão dos Scalabrinianos.

         Como parte da interação com o trabalho da entidade, Giovani passou a ajudar a atendente da secretaria da Casa do Migrante e assim interagiu com os que lá chegavam em busca de atendimento, além de atender demandas de informações pelo telefone.  

         Em São Paulo, capital, há o Museu da Imigração com bom acervo.

         O Departamento de Geografia da UEM Universidade Estadual de Maringá tem trabalho nessa área da migração.  Tem projeto de extensão universitária na área.

         A UEM também tem o ECI Escritório de Cooperação Internacional.

         Numa articulação do Giovani, três haitianos conseguiram se matricular na UEM na categoria de vagas remanescentes nos respectivos cursos.

         Outra ong, a ABUNA de Maringá acolhe migrantes e refugiados e tem apoiado os que estão em situação de vulnerabilidade social.

         Almoço de integração com migrantes e refugiados que contou inclusive com estes tocando músicas com instrumentos típicos da Síria e ofertaram doces sírios por eles confeccionados.

 

         Continua no capítulo 07/08

quinta-feira, 26 de maio de 2022

CAP. 05/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

 CAP.05/08

 

         Temos desde 2002  uma Resolução do CNE Conselho Nacional de Educação que analisa diplomas universitários de imigrantes que tem curso fora do Brasil.   Estando nos conformes, esses diplomas são validados aqui.

         Em Resolução de 2016 do CNE, o Brasil passa a analisar títulos de Pós Graduação, Mestrado e Doutorado feitos por imigrantes antes de entrarem no Brasil.   Os títulos são analisados por universidades públicas do Brasil que mantenham os respectivos cursos.  Se tudo estiver nos conformes, esses títulos também são homologados no Brasil.

         Os imigrantes ao tentarem fazer faculdade no Brasil poderiam concorrer nos vestibulares, mas a barreira do idioma é um obstáculo.   Redação é um dos gargalos.

         A UEM Universidade Estadual de Maringá-PR   tem um regulamento que apoia a inclusão de migrantes.   Conta já com alguns haitianos fazendo graduação.

         Capítulo 4 – A importância da Educação Social e do Trabalho das ONGs para a garantia de direitos dos Migrantes residentes no Brasil

         O livro cita a Declaração Universal dos Direitos Humanos, esta que foi promulgada em uma Assembleia da ONU após a segunda guerra mundial.   Foi promulgada em Paris em 1948.

         No Brasil importante documento de 1990 se refere ao ECA Estatuto da Criança e do Adolescente. 

         Direitos básicos – moradia, segurança, educação e afins.

         4.1 – O papel da Educação Social   -   O Educador Social está numa área de estudo ainda pouco conhecida no Brasil e é recente em nosso meio.

         Lidar com público em vulnerabilidade social e o de violação de direitos.

         “Na Educação Social os educandos são cuidadosamente conquistados, ouvidos, para que se inicie o processo educativo”.

         Educação Social...  engajado na luta dos oprimidos...

         ... pedagogia social e popular de Paulo Freire...    “valoriza o saber popular em vez do saber padronizado pela elite”.

         ...”une teoria e prática com a finalidade de converter os alunos, professores e todos aqueles que participam da sociedade em potenciais protagonistas da transformação social”.

         Pessoa vulnerável na escola regular não vê sintonia entre o que tentam ensinar e o que ela anseia aprender e por isso ela se desmotiva e há evasão.

         ...”o não  aprendizado dos conteúdos são formas que essas crianças tem de falar que essa escola não consegue enxergar seu cotidiano, seus desejos, sua existência”.

         “Educação Social...  tem uma preocupação com a formação cidadã de toda e qualquer pessoa...”

         “O papel do Educador Social é ter uma preocupação com o outro que, em muitos momentos, nem o próprio outro tem, seja por falta de conhecimento ou pela falta de esperança”.

         A Assistência e o Assistencialismo.    “ O assistencialismo é uma prática sistemática de caridade que provoca dependência e submissão dos usuários”.     ...”é uma prática contrária ao objetivo da emancipação que buscamos”.

         Há projetos de lei buscando regulamentar a profissão de Educador Social e definir graduação adequada a esse profissional.

         4.2 – Educador Social para Migrantes

         Alguns fatores de vulnerabilidade do migrante: “instabilidade financeira, dificuldade com a nova língua, separação familiar e pouca previsibilidade do futuro próximo.”

         Havendo estrutura de apoio a esses grupos, haverá mais proteção e mais voz e visibilidade a eles.   Por lei de 2002, associações serão sem fins econômicos.   Só podem haver para fins políticos ou sociais.

         4.3 – Associações e outras instituições que atuam em prol dos imigrantes – do global para o local.

         Na região de Maringá – PR, as de destaque:

         1 – ACNUR Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

         2 – Caritas Brasileira  - ligada à CNBB – Igreja Católica

         3 – Missão Paz em São Paulo 

         4 – AERM  Assoc.dos Estrangeiros residentes na região de Maringá-PR.

         ACNUR, criada pela ONU em 1950, após a segunda guerra mundial.

         A Caritas está presente em 165 países e aqui é ligada à CNBB Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

         Caritas ...”busca a autonomia e transformação social das pessoas em vulnerabilidade”.

         Em termos práticos e também conceituais, a Caritas, por ter foco no trabalho de Voluntários, fica num sistema algo diferente do que propõe a Educação Social que pressupõe profissionais graduados para a finalidade e dedicação prioritária à causa.

        

         Continua no capítulo 06/08

quarta-feira, 25 de maio de 2022

CAP. 04/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

 CAP. 04/08

 

         O Paraná é o terceiro em número de haitianos, abaixo de SP e RJ.

         No Paraná predominam haitianos com idades entre 30 e 59 anos, sendo a maioria do sexo masculino.     Costumam vir antes para tentar emprego e se conseguir, a meta costuma ser trazer a família.

         Até 2018, na região de Maringá-PR, registrados 6.386 haitianos. 

         O livro cita o filme documentário “Travessia Brasil- Haiti”.

         No Haiti, 50% da população é urbana.   Em Pato Branco, são 94% da população da cidade, moradores na zona urbana.   Em Pato Branco, 99% das crianças em idade escolar, escolarizadas.   No Haiti são 38% analfabetos.   Naquele país, 55% da população vive abaixo da linha internacional de pobreza, vivendo com menos de US$.1,25 por dia per capita.

         Haiti – história e contextos:   Migrações forçadas, como escravizados africanos no passado.  Depois no Caribe, se concentraram em migrações regionais.   Na Costa do Caribe (na América Central), predominam negros e mulatos.    Os negros da elite no Haiti sabem ler e escrever em francês, língua dos colonizadores do passado.    Os camponeses, geralmente muito pobres, tem baixa escolaridade ou são analfabetos e concentram a pobreza em maior grau.

         No começo da colonização espanhola no Mar do Caribe, o atual Haiti era um ponto importante para os colonizadores (é parte de uma ilha), isto no século XVI.  Já no final do século XVI Cuba passa a ser o ponto mais importante para os colonizadores na região e o Haiti perde a atenção da Espanha.    A França passou a ocupar o Haiti e usando mão de obra escrava, expandiu principalmente as culturas de cana de açúcar e café para exportação.   Em 1804 o país conquistou a independência da França.  

         A ilha onde fica o Haiti tem um segundo país que é a República Dominicana, com quem o Haiti tem conflitos históricos.

         A República Dominicana conquistou a independência em 1844 e este país fez um branqueamento do seu povo enquanto o Haiti ficou com sua maioria negra.

         O povo do Haiti fala o idioma Kreyol e tem cultura de herança africana e francesa.    Já na República Dominicana se fala o espanhol e a herança é hispânica.    O Haiti pratica o vodu como seita religiosa e a República Dominicana pratica o cristianismo.

         Em 1915 houve no Haiti a chegada dos Marines, militares americanos que passam a exercer influência no país e que seria um dos fatores de estagnação local.   Afetaram o sistema de posse da terra, permitiu-se estrangeiros terem terras no país e os americanos trouxeram o protestantismo para o Haiti.

         Governos autoritários.  Um deles, Duvalier, aliado dos USA.   O sistema enriqueceu ditadores e resultou como o único país das Américas entre os 25 mais pobres do mundo.

         Nas últimas décadas parece ter havido menos governos autoritários por lá.    A partir de 2004 o Haiti passou por uma ocupação militar internacional sob a supervisão da ONU.  Missão das Nações Unidas para a paz e a estabilidade do país.   A missão com militares de vários países foi comandada por um General brasileiro.

         Há estudos acadêmicos que afirmam que a tal missão matou muita gente no Haiti e aterrorizou o país.   Em 2017 foi decretado o fim da Missão.

         O terremoto de 2010 teria deixado ao redor de 300 mil mortos e outro tanto semelhante de feridos no país.   Depois do terremoto, pobreza e falta de saneamento, o cólera bacteriano se espalhou e agravou a situação geral.

         3.2 – Políticas de acolhimento aos imigrantes haitianos no Brasil

         Portaria de 2018 tratava especificamente dos haitianos.  Em novembro de 2019 o governo Bolsonaro revogou essa portaria e deixou mais precário o acolhimento dos haitianos que chegam ao Brasil.

         Vinham ao Brasil, haitianos que viviam na miséria e eram acolhidos com Visto Humanitário.   Na sequência, também passaram a imigrar ao Brasil, haitianos que buscavam melhor meio de vida mesmo não tendo perfil de viver na miséria.

         Esta restrição pela revogação da portaria vai tornar mais difícil a regularização dos novos imigrantes do Haiti que demandam o Brasil.

         3.2.1 – Políticas de inclusão aos migrantes haitianos nas instituições de ensino superior no Brasil.

         Continua no capítulo 5/8

segunda-feira, 23 de maio de 2022

CAP. 03/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores - Giovani Giroto e Ercília Maria Angeli Teixeira de Paula

CAP. 03/08

         Capítulo do livro – 2.2 – As Ongs, instituições religiosas e Associações: Produção acadêmica sobre formas de acolhimento aos migrantes e atendimento educacional em diferentes contextos de formação.

         A Missão Paz de São Paulo da Igreja Católica é uma das Ongs que atuam junto aos migrantes haitianos.   Cita no livro também a Pastoral do Migrante em São Paulo, ligada à Igreja Católica.

         No Mato Grosso há relato do SESI Serviço Social da Indústria oferecendo cursos profissionalizantes ao migrante.   Naquele estado, também o IFMT Instituto Federal do Mato Grosso oferta cursos profissionalizantes aos migrantes em apoio à inclusão social destes.  No Campus de Sinop-MT há cursos do IFMT nessa linha.

         Atuação da Cáritas de Maringá-PR como mais um meio de apoio.  Aulas de português aos sábados, porque na semana os estudantes tem jornadas de trabalho longas e pesadas.

         2.3 – Pesquisas sobre inclusão de migrantes haitianos e haitianas na educação básica no Brasil e suas narrativas.

         ...”a pesquisa de Giroto e Paula (2019).... que o professor precisa ser paciente, tolerante e apoiador”.    ...”antes mesmo de aprender conteúdos, precisam romper a barreira da língua e da sobrevivência (Giroto, Paula, 2019)

         “Ou seja, segundo os autores, o ensinar vai muito além do currículo, perspassa pela acolhida e socialização...”

         “De acordo com Moraes (2019) o futebol, o brincar e a matemática são as três categorias que mais aproximam os alunos haitianos e os brasileiros”.   Atividades que são entendidas como língua universal.

         2.4 – Educação no Brasil para migrantes haitianos: produção acadêmica acerca da inclusão na educação superior e suas narrativas

         Há em determinadas universidades públicas o programa Pro-Haiti.  Mesmo na UNILA Universidade Latino Americana, que tem proposta de inclusão, há relatos de racismo contra acadêmicos haitianos.

         A UFPR Universidade Federal do Paraná tem algumas ações para acolher acadêmicos haitianos e demais migrantes e refugiados.

         Capítulo 3 – Migrantes, Apátridas e Refugiados.  Quem é quem nos processos históricos mundiais de migração?

         Alguns dos fatores que tem provocado migrações:  pobreza, guerras, catástrofes naturais, questões religiosas, políticas e sociais.

         ACNUR Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.

         Há pessoas pelo mundo na condição de apátridas, ou seja, sem uma nacionalidade plena.    A ONU em 1954 criou o Estatuto dos Apátridas no qual consta que estes devem respeitar as leis do país onde estão e receber do país um “tratamento tão favorável quanto possível”.

         Declaração Universal dos Direitos Humanos

         “Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança individual”. 

         Principalmente na Europa vem crescendo no povo a reação contra imigrantes e refugiados.

         Estudo de 2008 mostra que mais da metade dos refugiados acolhidos em São Paulo já estiveram em outro país tentando sem conseguir a condição legal de refugiados.

         Isso encoraja outros a seguirem para o Brasil. 

         Pessoas que mudam de território dentro do próprio país ou para fora dele por causa de catástrofes naturais não se enquadram como refugiados.  

         O Haiti sofreu em 2010 um grande terremoto com muitos mortos.  A partir de 2012 o Brasil passou a conceder Visto Humanitário a haitianos no governo Dilma.

         3.1 – Diáspora haitiana para o Brasil.      A PF Polícia Federal tem o sistema SISMIGRA que registra imigrantes.    Pelo Sismigra, de 2010 a 2019 constava com 110.571 haitianos em situação legal no Brasil.

 

                   Continua no capítulo 04/08 

domingo, 22 de maio de 2022

CAP. 02/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão - Autores - Giovani Giroto e Ercília M. Angela T. de Paula

 CAP. 02/08

 

         O acesso aos imigrantes haitianos na região que vivem uma vida de desafios e enfrentam preconceito.    O Haiti vivenciou ditadura, depois a busca de redemocratização e também golpe de estado.   Instabilidade política e econômica agravou a pobreza e levou muitos a migrarem.  Houve também o forte terremoto (2010) que complicou ainda mais a situação do país que fica no Mar do Caribe na América Central.

         Um mote da pesquisa:   “Por que os haitianos escolheram o Brasil para migrar?”.    “Como os haitianos tem sido recebidos no Brasil pelo Estado, Ongs, associações e escolas?”.  No livro há outras indagações.

         A pesquisa se debruçou nos itens educação, acolhida e inclusão.

         Foi feita uma revisão bibliográfica sobre o tema além do trabalho de campo e seus desdobramentos.

         “Este livro, fruto da dissertação de Giovani, orientado pela professora Ercilia, integra normas, conceitos...”

         Algumas instituições que tem atuação no tema da migração: ACNUR, ligada à ONU que trata de refugiados; Missão de Paz e Casa do Migrante em São Paulo; ABUNA, Cáritas (ligada à igreja católica) e a AERM em Maringá e região.

         Metodologia empregada no estudo:   Etnopesquisa e o Estudo das Narrativas.    “A cada capítulo trouxemos um pouco de poesia”.    “A partir de agora, convidamos você a conhecer mais de perto a beleza do povo haitiano naquilo que eles sabem fazer com maestria:  (Sobre)Viver”.   “Boa leitura!”.

         Capítulo 2 -   O que dizem as pesquisas sobre migração haitiana e Educação:  Uma abordagem multirreferencial.

         A imigração de haitianos no Brasil começou a crescer de 2010 em diante.  Após o grande terremoto de 2010 que atingiu aquele país.   Era tempo aqui do governo Lula.   O Brasil passou a ser considerado pelos migrantes haitianos  como um país de acolhida.   Uma das dificuldades é o idioma.

         No Haiti eles falam uma língua local e também uma parte do povo domina a língua francesa em decorrência dos longos tempos em que foram colônia da França.

         Ongs da região tem ajudado dentro do possível esses imigrantes, sendo uma delas a Cáritas Brasileira.

         Há diferentes plataformas que permitem acesso via internet a trabalhos acadêmicos dentro de temais os mais variados.   Um deles é o Portal de Periódicos da CAPES, órgão público que apoia com bolsas os pesquisadores.

         Nas buscas, palavra chave “migração haitiana”...   resultou em poucas pesquisas disponíveis publicadas na web.

         Já essas mesmas palavras-chave tiveram maior número de resultados no Google Scholar.   Refinando a busca, acessando “acolhida e educação de imigrantes haitianos no Brasil”, essa busca chegou a 23 trabalhos científicos que foram integralmente analisados em seus conteúdos.   Segue no livro uma lista de artigos, dissertações, teses sobre o tema que foram analisados.

         Todos tabulados com dados do título, autor, ano, tipo de trabalho, área de conhecimento.        

         Dentre outros, citado:   “A presença haitiana no Brasil: o município de Mandaguari-PR”.  Autoria de Rosseto, 2018 – Dissertação de Geografia.

         (Mandaguari fica ao redor de 30 km apenas de Maringá-PR)

         Os autores deste livro buscaram abranger o período de 2009 a 2019, mas os trabalhos publicados eram de 2014 em diante.

         Não deu para buscar o foco apenas em Educação e se agregou campos como Ciências Sociais, Direito, Geografia, Ciências da Religião e afins.

         A revisão bibliográfica ficou com 1 tese (doutorado), 8 dissertações e 14 artigos.

         2.1 – Inclusão, acolhimento e direito à educação:   Pesquisas que discutem os desafios e dificuldades dos migrantes haitianos no Brasil.

         Mais comum nos trabalhos analisados o foco no direito dos imigrantes, olhando a parte legal e correlatos.    A Educação aparece nesses trabalhos numa posição secundária.

         Em Foz do Iguaçu-PR há a UNILA Universidade Latino Americana, criada pelo Brasil na fronteira, visando estreitar os laços com os países vizinhos.   A UNILA é federal.  A UNILA até pela proposta de integração e inclusão social, apoia a formação profissional inclusive de haitianos para que estes estejam preparados, se for o caso, para ajudarem no futuro a reconstruir o próprio Haiti.

 

         Continua no capítulo 03/08        

sexta-feira, 20 de maio de 2022

CAP. 01/08 - fichamento do livro: (SOBRE)VIVÊNCIAS MIGRATÓRIAS: Narrativas Haitianas sobre Acolhida, Educação e Inclusão. Autores: Giovani Giroto e Ercília M. Angela T.de Paula

Cap. 01/08                                     leitura em maio de 2022

 

     O Haiti, pequeno país localizado na América Central, foi entrando no nosso cotidiano pelas imigrações de pessoas oriundas daquele país principalmente a partir de 2010, ano em que ocorreu um grande terremoto que matou muita gente e agravou ainda mais a situação de extrema pobreza de muita gente.

           Depois acompanhamos ao longo do tempo alguns passos da missão militar brasileira que atuou designada pela ONU em ações naquele país onde militares de diversos países participaram de Missão de Paz sob comando dos militares brasileiros.

         Dois Professores/Pesquisadores da UEM Universidade Estadual de Maringá-PR que tem pesquisas na área de Educação acompanharam na região de Maringá imigrantes haitianos, publicaram inclusive no formato de livro o resultado de suas pesquisas.    

         Tem a forma requerida pela Academia e traz luz num tema que faz parte do nosso meio e pouco conhecemos sobre as demandas e anseios desses imigrantes que vieram em busca de melhores condições de vida.

         Vamos à obra em si.

         Uma introdução de Franciele Clara Peloso, pesquisadora de Pato Branco-PR

         ...”em um país em que vivemos uma realidade violenta no sentido de imposição de valores de origem europeia e mais recentemente, norte-americana, branca, urbana e cristã em um país que não reconhece seu processo de colonização, tampouco suas heranças colonialistas, que não reconhece sua razão de existir, explora, discrimina e faz sofrer as outras e outros que continuam chegando”

......   “Migrar é travessia que faz alvoroço na vida.  ...O fato é que migrar é sempre ruptura”.

         ...”Paulo Freire (2008) nos diz que no fundo é muito difícil viver esse processo de ruptura, pois implica conviver e educar muitas saudades diferentes, tais como a da cidade, a do país, a das gentes, a da comida, do seu chão, dos cheiros, paisagens e estéticas”.

         ... “fazer esperançar um outro mundo possível onde todas e todos sejamos capazes de experienciar a liberdade de estar, sem deixar de ser”.

                            Franciele C. Peloso   - junho/21  - Pato Branco- PR

         Capítulo 1 – Introdução    -  Brasil no século XIX e imigrantes europeus chegando. No século XX, chegada de imigrantes japoneses.

         No século XXI novos fluxos migratórios, incluindo os haitianos.

         A caminhada dos autores deste livro.    A mãe de Ercilia foi professora de escola rural no interior de São Paulo.   Mudaram várias vezes em função do trabalho do pai, que é Engenheiro Agrônomo.  Ela, Ercilia, foi professora concursada em São Luis do Maranhão e lá vivenciou uma realidade diferente.   Veio para a UEPG Universidade Estadual de Ponta Grossa para estar mais próxima dos familiares.   Nesta universidade, trabalhou muito com alunos hospitalizados como já tinha trabalhado no Maranhão.

         Na UEM em Maringá-PR, novos desafios, novos projetos.   Nesta universidade os pesquisadores Ercilia e Giovani se encontraram atuando em tema similar, voltado à Educação.   Ambos se debruçaram inclusive na obra do educador Paulo Freire.

         Tiveram contato com imigrantes haitianos que frequentavam o Hemocentro de Maringá em tratamento de anemia falciforme, patologia que atinge muitos negros no Brasil e no mundo.

         Há em Maringá-PR a Associação de Imigrantes de Maringá e Região.    

         Os trabalhos aqui abordados neste livro foram antes da ocorrência  da pandemia da covid-19.

         Ercilia continua com atividade docente na UEM e faz Pos Doutorado na Universidade Estadual da Bahia.  UNEB/BA.

         A mãe de Giovani também foi professora.  Ele, natural de Jussara-PR, foi fazer faculdade na UEM em Maringá-PR e se mudou para esta cidade.

         Graduado, lecionou Filosofia em escola pública.   Vivenciou na categoria de professor, greves do funcionalismo estadual, mais concentradas no professorado que é uma categoria numerosa.

         “Isso fez com que ele pudesse compreender na prática que educar é um ato político” (Shor , Freire, 1986 – p.17)

         Giovani atuou como Educador Social.   Na continuidade dos estudos na UEM, foi aluno da Professora Ercilia, coautora deste livro.

         “Durante a disciplina, fizemos muitas leituras sobre Paulo Freire e reflexões acerca da teoria da Educação Social”.

         Ambos passaram a participar de todos eventos que envolviam imigrantes na região de Maringá-PR.

         ...”muita atuação e envolvimento para compreender as principais necessidades dos imigrantes...”

         ...”com postura dialógica, nossa pesquisa aconteceu sempre em contato e sempre compartilhando conquistas, medos e esperanças”.

         Nessa trajetória de pesquisa  “nem tudo foi tranquilo...”   ...os conflitos reafirmaram nosso desejo de seguirmos sempre juntos e em busca de uma pesquisa consistente, analítica e reflexiva”.

                            Continua no capítulo 02/08