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sábado, 2 de julho de 2022

CAP. 14/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

CAP. 14/22

        

         Água mineral e bebidas alcoólicas vindas da Europa em grande quantidade para os festejos do casamento do filho do rajá.

         Paco, o experiente cozinheiro assessorando Anita inclusive no Cerimonial.   Indica para ela ir a Calcutá (que já foi capital da Índia) em busca de ingredientes.

         Em 1911 Calcutá ainda era a capital da Índia colonial sob comando britânico.    Estava próxima a mudança da capital para Delhi.   “A vida em Calcutá é a mais parecida à de Londres sem estar na Inglaterra”.

         Todos os preparos do casamento e vem a notícia de que a noiva Brinda não embarcou no navio previsto para traze-la à Índia.

         A noiva e seu namorado na Europa.  Ela indiana e ele europeu católico.   Brinda tentando terminar o namoro com o jovem militar.   – Você esquece a diferença que há entre nós.  Ele: - Não existem diferenças entre duas pessoas que se amam.

         - Sua família é católica e eu sou hindu.   Ela para si:   “Como deixa-lo se o amo tanto”.  Se referindo ao namorado militar europeu.

         Ela ficou agitada e nem comia direito.   Acabou ficando doente.

         Brinda tem apenas dezesseis anos.    A governanta de Anita tentando convencer Brinda.   “Não poderão ser felizes se causarem infelicidade a seu redor”.

         Brinda acaba embarcando no navio rumo à Índia e decide pelo casamento com o filho do rajá.  (cujo rajá pagou seus estudos na Europa)

         A noiva sendo preparada pelas esposas do rajá, incluindo no preparo, relembrar os costumes do seu povo.   A noiva, atarefada diz:  “Estive tão ocupada que consegui me manter em um estado nem feliz nem infeliz.”

         Até o governador britânico do Punjab e esposa estiveram presentes no casamento.   Jantar para oitocentos comensais e servido no parque do palácio.

         Houve as treze salvas de canhão para celebrar o evento.

         Para o casamento fizeram primeiro uma festa ocidental com menos convidados e depois uma festa Oriental para muitos convidados, mais de dois mil.

         A noiva, segundo a tradição, vem sobre um elefante, trancada num pequeno compartimento.   Não pode ser mostrada antes do rito do casamento.

         Evento de destaque histórico na Índia de 1911 foi a visita do Rei Jorge V e a rainha Maria.   Para o evento  (nada a ver com o casamento do filho do rajá), foi construído um Portal no porto em Bombaim e o portal foi batizado de Porta da Índia.   (local que visitei em 2019 quando cheguei na Índia por Bombaim, hoje, Mombai).

         Os reis lá chegaram dia 02-12-1911.   Na época da visita do rei, o príncipe mais rico da Índia era o Nizan de Hyderabad.

         O filho do rajá que se casou com Brinda tem um apelido de Karan.   Após o casamento ele e esposa voltaram à Inglaterra para ele continuar os estudos de Engenharia Agronômica.

         Nome do filho de Anita com o rajá:  Agit.

         O ambiente no palácio vai ficando cada vez pior para Anita.  Ela passa a ter insônia.

         O filho do rajá com a primeira esposa vem um dia cobrar do pai o que manda a tradição.   Que o pai passe a respeitar sua primeira esposa e siga os costumes do seu povo.   Isso irritou muito o rajá.

         O filho e herdeiro do trono, após casado, resolveu enfrentar o pai pelo tratamento dado por ele à sua mãe, a primeira esposa do rajá.

         Brinda, nora do rajá, depois disso tudo, também adere ao apoio à primeira esposa do rajá e decide.   Ela e família...  “Comunicamos meu sogro de que a partir de então nos negávamos a nos relacionar com Anita e que não estaríamos presentes aos eventos e recepções que soubéssemos que ela estaria”.

         O rajá tomou isso como injusto porque se afastou das outras esposas mas não as abandonou em termos de amparo, até por conta da tradição.

        

         Continua no capítulo 15/22

sexta-feira, 1 de julho de 2022

CAP. 13/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 13/22

 

         Os franceses no tempo colonial quando teve o Camboja como um dos seus domínios na Ásia, chegou a desmontar templos históricos e reconstruí-los em Paris.    O autor aqui cita templos famosos descobertos como o Templo de Angkor no Camboja.

         O rajá acredita, depois de rodar pelo mundo, que seria possível maior entendimento entre o Oriente e o Ocidente.

         Viagem do casal para a Espanha.   Lola odeia a Índia e está encantada com o retorno sonhado à Espanha.

         Anita conseguiu incluir a babá Dalima na comitiva de 35 pessoas que irá à Espanha.

         Anita em Bombaim onde tomará o navio para a Europa.   Já está mais entrosada com esta cidade da Índia.   Cidade grande.

         Bombaim  (hoje, Mumbai) é a verdadeira porta de entrada da Índia, a apenas vinte dias de navegação da Europa.    Desembarcam no porto de Marselha na França.    Muitos repórteres querendo entrevista-la.     A família de Anita tinha viajado da Espanha até Paris para lá se encontrarem.

         Em Paris, são presença em jantares badalados, inclusive com presença de escritores como Marcel Proust, Émile Zola e Paul Bourget.

         O rajá tem já acertado o casamento do seu filho Paramjit, o herdeiro de Kapurthala, com a princesa Brinda “que agora termina os estudos em Paris”.

         Fazem compras na loja Cartier e relógio da moda para seu filho, o modelo Santos Dumont, assim chamado em homenagem ao aviador brasileiro.   O rajá conheceu Santos Dumont na viagem anterior a Paris.

         Quer a festa de casamento do filho em alto estilo e na ocasião inaugurará o castelo novo que construiu para morar com Anita.

         Sobre a noiva Brinda...   “As indianas estão acostumadas desde a infância a seguir o caminho determinado por seus pais sem opor-se a isso, nem questioná-los.”

         Brinda no tempo de estudo em Paris se apaixonou por um oficial do exército francês.   Ela está dividida entre retornar à Índia contrariada e a insegurança de partir para seu amor com o jovem francês.

         A avó ficou apavorada quando soube do batizado do netinho e que para ela não valia por não ser no rito cristão.   Numa escapada, ela levou o netinho para a Catedral de Notre Dame em Paris e batizou o netinho de forma meio improvisada, mas do gosto dela.

         A avó deu ao neto o nome de Angel.

         Anita entrega à mãe o manto que mandou fazer para nossa senhora da Vitória, padroeira de Málaga, por sua promessa no parto difícil que teve.

         A mãe conta a Anita que o pintor Anselmo, por quem ela foi apaixonada, se casou.

         Quarta Parte

         A roda do karma gira para todos.

         Jardim do palácio do rajá cuidado por quinhentos jardineiros.   Do reino do rajá se avista a Cordilheira do Himalaia em cujos picos mais elevados tem gelo eterno.

         O rajá sobre seu novo palácio:   “Consegui transplantar um pedaço da França para os pés do Himalaia”.

         O luxuoso castelo mais perto da cidade e mais longe do seu povo.

         O castelo foi feito em nove anos por seiscentos trabalhadores.   A quase totalidade dos 108 quartos com banheiro do castelo levam nomes de cidades da França.

         Anita já no novo palácio, fica sem a companhia da governanta e da criada Lola.

         O rajá quis fazer a zanana (onde ficam as outras esposas e concubinas) para o novo palácio.   Sua primeira esposa negou com base na tradição.

         ...”cada um tem o seu lugar.  – Nosso mundo afundará se as tradições não forem mantidas” – diz a sua primeira esposa.

         Para mais afrontar as outras esposas, o rajá determina que Anita vai organizar os detalhes do casamento do príncipe herdeiro, que é filho do rajá com a primeira esposa.    Tarefa que deveria ser, por honra, da mãe do herdeiro.

         O rajá decidiu gastar a metade da receita anual do seu estado para celebrar o casamento do filho.   Em 1911, o rajá decide que o ensino fundamental será gratuito aos meninos e meninas no seu reino.   Os muçulmanos locais ficaram em pé de guerra.  Não aceitam o estudo das meninas.

 

                            Continua no capítulo 14/22

quarta-feira, 29 de junho de 2022

CAP. 12/22 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 12/22

 

         O rajá vai fazer aniversário e cumprir um rito, a puja em família e desta vez pediu para Anita acompanha-lo nas orações.  Ela destaca:   - “Uma vez você me disse que preferia que eu não fosse a essa puja, lembra?”  Para não ferir a sensibilidade das ranis...  (outras esposas do rajá).    – Tem razão, mas mudei de opinião.  Quero que você vá à puja para deixar claro que não pretendo tolerar que a ignorem.   Você estará lá, na primeira fila.   Como a nova marani de Kapurthala.   Se você quiser, é claro.

         No começo do século XX um terço da Índia era governada por 562 marajás.   “Em mil anos de história, nem um único marajá foi assassinado por seus súditos”.    (muito comumente são tidos como possuidores de  poderes divinos)

         As maiores diversões dos príncipes indianos eram as mulheres, o esporte e a caça.   Um dos tipos de caçada:  A cavalo, caçar javali com lança, o que é um esporte perigoso.

         O livro Kamasutra era a base da educação sexual dos marajás.   O livro data do século IV dC.

         Em 1890 o rajá tomou posse ao completar 18 anos.  No rito, um representante inglês citou frase de um poeta do Punjab:

         “Só a memoria dos justos deixa uma doce fragrância no mundo e floresce no pó”.

         O rajá esposo de Anita foi obeso, mas aos vinte anos perdeu peso e seguiu daí em diante com peso normal.

         Anita participar da puja será um confronto com três mil anos de tradição.    Anita sempre recebendo joias do marido.   Um dia ela vê a “meia lua de esmeralda” na testa de um elefante.  Algo de enorme significado junto ao povo e à tradição local.    Ela pediu essa joia e o rajá teve que enfrentar a comoção do povo por conta desse capricho de Anita.

         Deu a joia e causou reboliço no reino.

         “Mais que um presente, foi um ato político”.

         Indianos mais conservadores, os de perto do deserto do Rajastão.   Já onde Anita mora é no vale do Kangra (um rio).    Ela, jovem, linda.

         “O contrário de uma indiana à moda antiga como Harbans Kaur, que é proibida pela lei purdah de se misturar socialmente com homens que não sejam seu esposo.”

         “A lei do purdah alude ao costume de origem muçulmana de usar o veu”.

         O nababo em outro evento comendo carne e bebendo champanhe, proibidos pela tradição do seu povo.  Anita do lado, pergunta sobre isso.  Ele brinca dizendo que usa seus poderes e batiza o que consome com nomes do que pode consumir.

         “O que significam as restrições religiosas para alguns soberanos que julgam ter origem divina?   Os ritos e as proibições são para os homens, não para os deuses”.

         O palácio do rajá de Patiala é muito maior e mais rico que o do rajá de Anita.

      Pensamento de Anita:  “Se esse mundo desmoronar, tem outro no qual se apoiar:  o de sua família e amigos na Espanha”.

         O chefe dos cozinheiros comanda uma equipe de 95 cozinheiros do palácio de Anita.  Cuidam da comida de mais de mil pessoas entre os da casa e convidados.   Os hindus (a religião predominante na Índia) são vegetarianos.

         ...”A Índia não era a América.   Vinham a um país que arrastava uma civilização de milhares de anos, fruto de uma intensa miscigenação de culturas, religiões e etnias.  Uma civilização com alto grau de refinamento e tolerante nos costumes”.

         Os europeus do passado aprenderam o uso do banho diário com os indianos.   A palavra xampu vem do idioma hindi e significa massagem.   Mesmo no fazer sexo, os europeus aprenderam muito com os indianos.

         O rito de comer com a mão.   “O arroz só com a mão direita, reservando a mão esquerda para a higiene pessoal, como os hindus e os muçulmanos”.

         O inglês costumava mascar tabaco que deixava os dentes escuros.  Os indianos usam mascar noz-de-areca que deixa a boca avermelhada.

         Cita-se o grande poeta do passado, Omar Khayyan nascido em 1.048 na Persia (atual Irã).

         Por longo tempo os britânicos não fizeram objeção aos costumes indianos e a mistura com os europeus era tolerada.   Bem mais adiante, os britânicos perceberam que surgiriam mestiços europeus indianos que poderiam ter poder para enfrentar o Império Britânico.

 

                   Continua no capítulo 13/22     

domingo, 26 de junho de 2022

CAP. 11/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 11/20

 

         O autor descreve como é o rito do batizado dos siques.   Inclui os dizeres...  “amarás o homem sem restrição de casta ou crença...”

         No período mais quente do ano, na região do Punjab onde Anita reside, na hora mais quente do dia pode a temperatura chegar aos 42 graus Celsius.

         A ama de leite do filho de Anita.   Jovem mãe indiana.  Usa o tilar, o ponto vermelho na testa.  O tilar invoca o terceiro olho, que vê para além das aparências.  O nome da ama de leite no caso é Dalima.  

         Após tempos secos e de extremo calor, as chuvas chegam e a alegria é geral.   Chuva abundante, colheitas abundantes e afasta risco de fome.

         Os filhos do rajá estudando na Inglaterra e um deles na França.  Os da Inglaterra estudaram no tempo em que também lá estudava um indiano que mais adiante entraria para a história, Jawaharlal Nehru.

         Por lá se planta bastante arroz e muitas outras culturas e dentre muitas outras, a cultura de manga que é originária do continente asiático.

         Kirpan é o tradicional punhal sique de defesa pessoal.    Anita faz amizade com Bibi, uma parente do rajá, um ano mais velha que ela.  Bibi estudou na Europa e é extrovertida.  É presbiteriana e faz algo que é totalmente reprovável na sua região: é fumante.

         A Bibi (apelido dela) fala inglês e francês fluentes.  Seus pais são pela Índia independente, ao contrário do rajá que é fiel ao império britânico.

         Bibi se torna amiga de Anita e o rajá fica contente porque assim sua esposa tende a ser mais acolhida na Índia.

         Bibi saía rotineiramente  passear a cavalo com Anita e expunha suas ideias contrárias às tradições da Índia, aí incluídos a família escolher os noivos para os filhos e tudo o mais.

         Ela também explicava a Anita como é a Índia com sua cultura e suas tradições.  Bibi levou a amiga para conhecer uma ex nobre que vive numa casa de barro com o marido ex militar britânico.  A ex nobre teve um caso com o então militar e se tornaram amantes no passado e foram descobertos.  Ela foi deserdada e teve que abandonar o palácio.

         Vive com o marido numa pequena propriedade do casal.   Ela pagou caro pela própria liberdade e escolha.

         Anita...   “Ela está pensativa, porque a história da Kaur não a deixa indiferente”.    “Ela está vendo uma mulher que pagou muito caro por sua liberdade”.

         As perguntas que passam pela cabeça de Anita.   – E se você se apaixonar por outro homem?   - Você realmente é apaixonada por seu marido?

         Anita vai com o rajá em todas as festividades e eventos sociais para os quais são convidados.

         A capital Lahore, da província do Punjab fica há três horas de carro do palácio dela.   Lahore é considerada a Paris do Oriente.

         A cidade mais aberta e tolerante da Índia, nisso supera a capital nacional Delhi.

         Exceção em Lahore é o Punjab Club, o preferido dos ingleses, onde na entrada tem o cartaz:  “Só para Europeus”.

         Em Lahore  (1908) os ingleses que comandam o Punjab são instalados num antigo castelo mongol.

         Anita e o rajá semanalmente vão à cosmopolita Lhore.  Vão ambos de Rools Royce.   Ele deixa ela com sua dama de companhia e criadas  no comércio para compras e vai tratar de assuntos dele pela cidade.

         Na audiência do rajá com o governador, este informa que Anita não tem o direito de ser chamada de Alteza fora da jurisdição do rajá.

         “O governo da Índia não reconheceu e não reconhecerá o casamento de Sua Alteza com a  senhora espanhola”.

         O rajá era simpático aos britânicos e estudou na Inglaterra, ficou ofendido com as diretrizes dos britânicos sobre sua esposa.

         “Seu papel não é lutar, mas reinar sem ter que dar explicações a ninguém”.   É o que fez a vida toda.

        

         Continua no capítulo 12/20

quinta-feira, 23 de junho de 2022

CAP. 10/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 10/20

 

         Lua de mel do rajá no estado da Caxemira.   A Caxemira era na época um estado com quatro milhões de habitantes e tão grande como a Espanha em termos de território.    Um vale verde cheio de rios e tem vista para a Cordilheira do Himalaia com sua neve eterna.

         De volta da lua de mel, ambos na rotina da casa, cada um faz suas preces, de manhã dentro da fé de cada um e se dão bem assim.

         No seu reino vários outros palácios.

         O rajá sugeriu a Anita que aprendesse o idioma urdu para ela se comunicar mais com as pessoas.

         Incenso para afugentar insetos.   Músicas.   Inclui os ghazales, “poemas em urdu cantados como baladas de amor.   São emocionantes porque todos evocam destinos trágicos que o amor acaba por redimir”.

         Malária era comum por lá naquele tempo (1908).   Eram muitas doenças, inclusive em crianças.   Malária, febre tifóide, varíola.

         Depois de um parto sofrido e complicado,  Anita dá a luz um menino.   Houve treze salvas de canhão para comemorar.   Distribuição de alimentos nas igrejas, homens montados em elefantes distribuindo balas para as crianças pelas ruas.  Soltaram, como se faz por tradição, os poucos presos que haviam no reino.   Tudo no contexto das celebrações do nascimento do filho do rajá.

         Capítulo 22

         O filho de Anita não é o primeiro na linha de sucessão ao trono, havendo dois à sua frente.   Filhos de outras esposas do rajá.    Anita não foi morar na “zenana” que é o local onde vivem as outras esposas do rajá.   Isso causou muita raiva nas outras esposas, além do fato de Anita ser estrangeira.

         Nada material falta às mulheres do harém, mas há meses o rajá não se relaciona com as outras esposas e concubinas.   Por isso o harém definha.

         Anita não foi visita-las nem uma única vez.   É o que mais fere as mulheres do harém, mais do que qualquer outro motivo.

         “Negando-se a fazer parte do harém, Anita fechou as portas da amizade com as outras mulheres do rajá...”

         ...”quem garante que o rajá não vai nomear o filho de Anita como seu sucessor?”.

         O rajá com Anita tem a desaprovação da família, do harém, do seu povo e da coroa britânica.

         Por outro lado, há convites e mais convites de outros reinos vizinhos para o casal, até pela curiosidade de conhecer a bela jovem espanhola.

         Até pensando na segurança do filho, Anita quer ve-lo batizado o mais breve possível.   Que seja no ritual sique para aproxima-lo da cultura local.

         “Anita é suficientemente inteligente para saber que para seu filho a religião é a melhor proteção, e até a garantia de futuro”.

         O batismo.   Após quarenta dias do nascimento, em comitiva por 60 km de rodovia até Amritsar, a cidade santa dos siques e a segunda maior cidade do Punjab, depois de Lahore, que é a capital.

         O Templo de Ouro em Amritsar.   Nesse templo fica a edição original do primeiro livro sagrado, o Granth Sahib.   Usam uma escova de pena de pavão para espanar o livro sagrado.

         Circundar, no pátio do templo, o lago sempre no sentido horário como parte do rito.  Eles usam um tipo de rosário sique.

         O fundador da religião sique, o hindu chamado Nanak.   Ele aos doze anos negou os ritos dos hindus com seus mil deuses e criou um misto com o islamismo que é monoteísta.   Proclamou:

         “Não há hindus, não há muçulmanos, não há nada além de Deus, a Verdade Suprema”.

         Isto tudo na mesma época em que Lutero e Calvino fundavam novas religiões na Europa.  (pelos anos 1500)

         “Nanak condenava a idolatria e, em vez do dogma e da doutrina, defendia a crença básica na Verdade.”

         “É religioso quem considera todos os homens como seus iguais”.   Começou a ter Shishyas que no vocábulo sânscrito significa discípulos de onde deriva a palavra sique que dá o nome à religião deles.

         (Na atualidade apenas uns 2 por cento do povo da Índia segue a religião sique.   A grande maioria segue o hinduismo e em escala bem menor, o islamismo e muitas outras religiões).   Guru significa Mestre.

         “Ele (Nanak) e seus sucessores lutaram contra o ritualismo excessivo, contra a desigualdade e contra a discriminação e maus tratos às mulheres”.

         Foram perseguidos pelos mongóis ao longo dos tempos.

         Os siques passaram a chamar por sobrenome Shing (leão)...   “povo que teve que lutar heroicamente por sua identidade e suas crenças ao longo de séculos”.

 

         Continua no capítulo 11/20        

segunda-feira, 20 de junho de 2022

CAP. 09/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

CAP. 09/20

         Continuação das excentricidades dos nababos, rajás e marajás da Índia.   

         O nababo de Junagadh chegou a ter quinhentos cães e tinha veterinário inglês para cuidar da saúde deles.   Chegou a fazer um “casamento” solene de um casal de cães num evento para cinquenta mil convidados, muitos deles, pessoas ilustres.

         Outro caso...    “famosas joias de Patiala, conhecidos em toda a Índia”.

         Três rajás reunidos na cidade de Simla, que é um lugar de clima ameno por se localizar perto da Cordilheira do Himalaia.   Estação de verão dos nobres.

         Rajendar gostava muito de cavalos e mantinha setecentos cavalos puro-sangue em seu reino de Patiala, o que destacou  a Índia em cavalos de corrida.

         Segundo o Kamasutra que é a “bíblia” do sexo.     ...”a melhor amante tem que ter a pele clara e não deve ser procurada no próprio país...”

         “O conceito peculiar do amor dos indianos separava a mulher-mãe com quem o homem se casa da mulher-amante, com quem se diverte e usufrui do sexo”.   O autor relembra que a Índia é uma antiga civilização poligâmica...

         A primeira europeia que se tem registro histórico que se casou com um rajá não deu nada certo.   Suspeita-se que o filho dela com o rajá foi envenenado.   Evitar que no futuro o tivessem como rajá um mestiço.

         A esposa estrangeira no caso morreu cedo de males do corpo e da alma.   O rajá na versão oficial teria morrido aos 27 anos de “uma queda de cavalo” o que seria uma morte honrosa na cultura deles.   Na real, morreu de excesso de alcoolismo.

         Capítulo 20 -     O rajá Rajendar do reino de Patiala já era excêntrico, mas seu filho superou o pai.   Pesava 130 quilos e tinha um apetite incomum para comida e para o sexo.   Conseguia comer três frangos inteiros numa só refeição.   Seu harém chegou a ter 350 esposas e concubinas.  O nome dele era Bhupinder e era contemporâneo do rajá Jagatjit Singh, marido de Anita.

         Ambos eram famosos na Europa.   Ambos da região do Punjab na Índia.

         ... Filhos do rajá de Patiala.   Uma vez havia 53 carrinhos de bebê em frente à casa do rajá, todos filhos dele.    Sua morada tinha uma criadagem de 3.500 pessoas.     Ele era fanático por polo equestre e mantinha o time dos Tigres na liderança do campeonato nacional da Índia.

         Médicos indianos ou europeus consultando mulheres sem poder tocar nelas naquela época (1908).  Era complicado.

         Há citação de que na Índia tem pardais.  Sabemos que esses pássaros são originais da Ásia e que foram introduzidos no Brasil tentando controlar larvas de mosquitos para evitar epidemias.   Não deu certo essa iniciativa e os pardais se aclimataram por aqui numa boa.

         Terceira Parte     - capítulo 21

         “Sou a princesa de Kapurthala”

         Anita, grávida de oito meses, calorão, recebe uma caixa de madeira.  Dentro, algo estragado.   Eram presuntos e queijos especiais mandados da Europa por seus pais.   A caixa demorou cinco meses para chegar ao destino e chegou lá com os produtos deteriorados.

         Ela escreveu aos familiares que não precisariam mandar mais nada, já que ela tinha um tratamento adequado e que os produtos não teriam chance de chegarem ao destino de forma adequada.

         A irmã de Anita vai se casar com o jovem americano aventureiro.   Ele é evangélico e ela é católica.   Os pais dela não queriam o casamento mas não teve jeito.   Só conseguiram que ele se convertesse ao catolicismo e assim ela se casaria na igreja como eles imaginavam que tinha de ser.

         Anita não pode ir ao casamento da irmã por conta da gravidez.   Lamentou porque além disso, a família também não pode vir ao seu casamento na Índia.

         Anita e o rajá passaram a lua de mel no estado da Caxemira em um dos palácios do marajá Hari Singh.     ...”à beira do lago coberto de lótus de Srinagar, a Veneza do Oriente, capital do estado.

         A Caxemira era na época um estado com quatro milhões de habitantes e tão grande como a Espanha em termos de território.    Um vale verde cheio de rios e tem vista para a Cordilheira do Himalaia com sua neve eterna.

        

         Continua no capítulo 10/20 

quinta-feira, 16 de junho de 2022

CAP. 08/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 08/20

 

         Havia pacto entre os britânicos e os rajás, dos britânicos governarem mas não se meterem na vida doméstica dos rajas e seus haréns.

           Uma passagem curiosa que destaca o uso da bombacha...   “três criados siques vestidos com camisa Achkam e calças bombachas, de turbantes”...

         Aos 21 de idade, o rajá, contrariando a lei inglesa, viajou ao exterior e levou sua segunda esposa disfarçada de criado na comitiva toda masculina.   Naquele tempo não havia o passaporte individual.   O rajá percorreu com sua comitiva vários países, mas na Inglaterra teve que manter a esposa escondida no hotel.

         Visita à França.    O jovem rajá tinha lido muito sobre a França, seus reis etc.    E tinha paixão pela arquitetura.   Os rajás da Índia tinham queda pela arquitetura e viam na construção de obras monumentais a forma de se imortalizarem no poder e na fama.    O rajá se apaixonou por Paris.  Sobre Londres diz  ...”me parece cinza, industrial, chata e feia”.

         Palácio de Versalhes (Paris) com sua galeria de espelhos.  O pé direito desse palácio tem a altura de doze metros.  Nele, a Galeria das Batalhas numa extensão de 120 metros ostentando telas sobre as batalhas.

         O rajá resolveu fazer um palácio no estilo francês até para se contrapor ao império britânico.   Contratou um arquiteto francês e seu palácio seria uma mini réplica do Palácio de Versalhes e do Palácio das Tulherias.

         Seu palácio teria 108 quartos com banheiros e água aquecida.   Elevadores elétricos (em 1908 por aí), teto de ardósia que viria da Normandia.

         Tempos da Europa curiosa com encantos da Ásia.  Época em que foram descobertos os templos de Angkor no Camboja, então colônia francesa.

         No seu reino o rajá  tinha suas limitações sociais pelos costumes e pelas normas britânicas e na França passeando e falando o francês fluente se sentia mais livre.

         O rajá visitou o Instituto Pasteur e conheceu pessoalmente o pesquisador Pasteur.

         Depois de Paris, foi de navio até Nova Iorque.   Em NY a imprensa ficou o tempo todo na cola dele e sua delegação.   Chicago estava em plena exibição de uma Exposição Universal.   Pela primeira vez esta exposição era nos USA.   Aberta por seis meses, recebeu 27 milhões de pessoas, equivalente à metade de todo o povo dos USA de então.  Ano de 1893.

         Nessa viagem longa, a esposa do rajá foi escondida e disfarçada de simples integrante da delegação, toda ela masculina.  E ela ficava trancada nos hotéis e não falava o idioma inglês nem francês.   Ela acabou caindo no alcoolismo.

         O rajá com quatro filhos, e foi encaminhando um a um para estudos na Europa.   Ele era chegado nas viagens.  Calcula-se que ele no cargo viajou um quarto do tempo do seu reinado.   Ele tinha que prestar contas inclusive de suas viagens.  No período de 1899-1900 ele gastou em viagens para a Europa, um quarto da arrecadação do reino.

         Ele seguia tanto o sistema europeu que uma vez cometeu com seu povo um sacrilégio, como sique, não faz barba e ele uma vez cortou a barba no costume ocidental.   “Os siques interpretaram isso como uma renúncia a sua religião e a sua identidade”.

         Mais adiante os siques adotaram a prática de raspar a barba também.

         Extravagâncias  dos rajás.    O deste romance, com mais destaque é ele ter feito um castelo no estilo francês para seu reino.

         Extravagâncias de outros rajás, marajás e nababos.

         Um rajá não deixou os trilhos do trem passarem pelo seu reino para evitar que passageiros de outras religiões comessem carne de vaca no restaurante do trem em seu reino.

         O marajá de Bharatpur nunca viajava sem a estátua do deus Krishna. Havia sempre um assento reservado para a divindade nos voos.   Os megafones do mundo inteiro repetiriam com frequência a mesma chamada:  “Ultima chamada, Sr Krishna, apresente-se no portão de embarque...”

         O nababo de Rampur, de grande cultura, “organizava competições de palavrões em punjabi, urdu e persa.    O nababo sempre ganhava.   Obteve seu recorde ao soltar vários palavrões e insultos durante duas horas e meia sem parar, enquanto seu rival mais próximo ficara sem vocabulário ao cabo de noventa minutos”.

 

         Continua no capítulo 09/20