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quarta-feira, 31 de julho de 2024

Cap. 8 - fichamento do livro de ficção - SUKIYAKI DE DOMINGO - autora coreana - BAE SU-AH

 capítulo 8.

 

         ... No-Yong diz:   “Viver ativamente não combina comigo.  Isso me cansa.  Não consigo compreender por que as pessoas não me deixam em paz.”

...

         “Tudo o que eu quero é desfrutar o meu direito de ser pobre”.

         O entrevistador também teve uma infância pobre e por decorrência, de baixa classe social.  Quando cobra reação do No-Yong, de certa forma está refletindo também sobre a sua própria história de vida.

         “E aquele homem, invisível, encolhido num casulo, estava estimulando o complexo de inferioridade do entrevistador Sung-do.”

         ...”Sung-do sentiu o rosto enrubescer.   Depois da vergonha, sentiu dor.  Ficou pálido.”

         O diálogo com No-Yong que se manteve na cama coberto até a cabeça,  chegava ao fim.   O entrevistado pede desculpas por não ter dado uma entrevista formal.  Achou que a prosa não foi uma entrevista formal.

         Sung-do avisou que ia embora, saiu e encostou a porta e No-Yong continuou quieto, na cama, todo coberto.

         Capítulo – A triste sociedade miserável

         O irmão de No-Yong no passado morreu de fome por questão voluntária. Ele e seus filhos.

         A desigualdade na sociedade coreana vem de muito longe e nos anos 70 se agravou inclusive com o êxodo rural, havendo mais competição dos trabalhadores na disputa por empregos.   Queda nos salários etc.

         “A corrupção em todos os níveis da sociedade”.    (num país que passou por uma guerra entre 1950 e 1953)

         A autora cita o chamado Exército Branco que era  contra o Exército Vermelho pró soviético.

         Comentário do pesquisador sobre a miséria, após ouvir muitos entrevistados.    “Geralmente eram críticas, desprezo, pena, alívio (de a miséria não fazer parte de sua vida).   Na maioria dos casos, abominação contra esse mal.”

         “Como imaginado, as pessoas eram generosas e racionais quanto à miséria no nível social, mas se mostravam completamente diferentes quando se tratava de indivíduos”.

         “Ninguém queria se relacionar pessoalmente com gente da camada social pobre”.

         ...

         “As pessoas que negam a pobreza a todo custo têm uma reação geralmente ligada com a inibição sexual.  O hormônio masculino reagia por meio do ódio ou raiva, enquanto o hormônio feminino se associava com o sentimento de vergonha”.

         Frase do entrevistador sobre si:  “Que eu saiba, ninguém da minha família exerceu funções intelectuais”.   Antepassados...  muitas vezes a pobreza e no contexto, álcool, desemprego, jogo etc.

         A família do pesquisador era de cinco irmãos.  Destes, só ele conseguiu cursar uma universidade.   Já a geração do pai dele era raro chegar ao final do curso de nível médio.    O pai dele lutava para dar teto, comida e roupa para a família.  Livros em casa, só os didáticos.

         O pesquisador terminou a faculdade e ia empurrando a vida e se virando com um emprego.  Escrevia artigos para publicação.   Namorava há quase uma década a irmã de No-Yong mas tinha pavor de ter filhos, o que requeria recursos financeiros escassos na vida dele.  Medo da miséria.

                 Ainda sobre os familiares.   “O que eu vi até agora foram os meus primos herdarem a pobreza de geração a geração, tirando o caso excepcional de dois deles, que se tornaram funcionário público e outro, professor de ginásio”.

         Ele na troca de ideias com a noiva.  “Disse que não queria herdar a miséria.   ....eu conheço de perto a vida da classe popular, vulnerável à menor crise econômica”.

 

         Continua no capítulo final (9)

terça-feira, 30 de julho de 2024

Cap. 7 - fichamento do livro de ficção - SUKIYAKI DE DOMINGO - autora coreana BAE SU-AH

 capítulo 7 

 

         Na infância deles, um dia o parente os levou a um restaurante muito chique.   A irmã lembra que o irmão No-Yong fez fiasco no restaurante.  Engoliu tudo que era comida sem nem mastigar.  Chegou a passar mal.

         A irmã recorda o fato: “Você estava com aparência tão lamentável que o parente ficou muito triste”.

         - Triste com o quê?

         - Com o fato de você ser a personificação da pobreza em si.   “Que você tenha lembranças apenas da nossa miséria”.

         A irmã querendo descobrir mais da infância dela e achar que já foram bem de vida no passado.   No-Yong acha que o mal das pessoas é quererem ter algo de especial.  “Tipo sou especial” para alimentar o amor próprio.

         Para No-Yong, tudo no mundo estava poluído de tanto “eu”.  O mundo é uma poluição em primeira pessoa”.

         Outro capítulo -  Estou apenas, apenas rabiscando...

         A irmã escrevendo da Alemanha uma carta ao irmão preguiçoso.  Diz que falar com ele é como conversar com uma porta.     ...”você estava apenas morando naquela casa de favor”.   “Francamente, não vou negar que me sinto mal por você.  Eu não te amo”.

         Uma amiga que foi ex paquerada por No-Yong.   Você deveria escrever.   “Se puder escrever, terá muito mais liberdade de ser você mesmo”

         Há pessoas que encontraram o verdadeiro eu através do ato de escrever.

         A amiga falando de conhecidos que subiram na escala social e na política e mudaram muito e mudaram para pior.   “Um bando de cretinos que só consideram como parte da alta sociedade as pessoas com dinheiro e influência”.

         Ela, refletindo sobre a aceitação da sociedade:   “Eu desejo curtir, ser respeitada, amada e sempre conservar a minha beleza.”    ...”desejos que todo  ser humano tem...”

         ........................

         Agora é uma carta da irmã Jun-hee  (a noiva) para o preguiçoso.   A irmã disse que tem sempre pequenos reparos a fazer na casa dela e que ele poderia fazer em troca de poder ir comer na casa dela sempre que tivesse fome.   Ela tem medo de ocorrer uma recessão na economia e o setor imobiliário no qual ela trabalha entrar em baixa e ela perder o emprego.

         “O meu único sonho é arranjar um emprego fixo, estável, sem risco de ser despedida”.

         Pobre:    “Eu só existo por meio do trabalho”.

         Falando com o irmão:  “Você não liga para a pobreza, não tenta escapar dela, não busca cegamente o dinheiro e nem tem ódio”.

         O irmão deles que morreu foi de pobreza.  E podia ter ficado revoltado com a condição dele.     Os três irmãos, quando pequenos, foram sendo passados de parente em parente, sempre mantidos os irmãos separados.

         Carta de No-Yong para Ji-sun

         A ex paquera dele já está noiva há oito anos e está para se casar.   O preguiçoso está escrevendo uma carta para a ex paquera no balcão de uma repartição pública, usando papel e caneta desta.   Faz isso disfarçado.    

         Pés sujos e descalços.   Os outros olham e sentem repulsa.

         Capítulo – Contrabaixo

         No-Yong no passado fez o serviço militar.  Foi depois disso que morou com a irmã mas ela com o tempo se cansou de sustenta-lo.   Ele que nunca quis arranjar um emprego.

         A irmã foi morar só, mas sempre dava uma passada na casa do irmão para saber como ele estava e trazia comida para ele nessas ocasiões.

         Agora a irmã tende a ir morar com o namorado e certamente deixará de ve-lo. 

         Ele reflete:  “Não tenho nada além de uma irmã na minha vida.”

         Por outro lado ele mostra a falta de reconhecimento por ela.

         Capítulo – o entrevistador

         O entrevistador tenta entender a posição do pobre por opção.  No-Yong falando da irmã.   “Ela não gostava do fato de eu seja a personificação da pobreza e de saber que eu não mudaria”.

         Os amigos  do entrevistador que eram próximos de No-Yong disseram que ele teve um passado vivendo nas casas de gente bem de vida.

         ... No-Yong diz:   “Viver ativamente não combina comigo.  Isso me cansa.  Não consigo compreender por que as pessoas me deixam em paz.

         ...

         Continua no capítulo 8.

sábado, 27 de julho de 2024

Cap. 6 (de 8) - fichamento do livro de ficção - SUKIYAKI DE DOMINGO - autora coreana BAE SU-AH

 

capítulo 6    (de oito)

 

         O marido falando para a esposa grávida:   ...”para evitar que você engorde, quero que passe a fumar”.

         Yo-han Kim, amigo da que vai se casar, telefonando tarde da noite para ela a fim de se divertir em tentar fazer ela mudar de ideia.  Sempre ele lembrando que ela é de origem pobre.   E diz:   “Mas que droga.  Não entendo porque as pessoas querem tanto se casar.  Além do mais, estão poluindo este mundo puro com gens inferiores”.

         Outro capítulo – Gang-Shi

         Sobre a separação dos pais da menina Mali.   A menina não compreendia, mas sofria.   Para ela não era uma ansiedade existente na descrição, mas que existe como um fantasma numa noite escura.   A mãe chorando trancada no quarto escuro”.

         A menina Mali, filha de pais separados, na periferia, estava na escola e nenhum coleguinha falava com ela.  Só uma menina um pouco mais velha fez amizade com ela.

         Essa amiguinha todos os alunos sabiam que o pai a maltratava.  Ela fingia não saber que os outros sabiam disso.

         Essa amiguinha contou a Mali sobre menstruação e a deixou impressionada, mas a que contou disse que era só de ouvir falar, porque ainda não tinha chegado à primeira menstruação.

         Disse que ouviu dizer que é dolorida, que quando começa se repete mês a mês, até o fim da vida.

         O nome dessa amiga de Mali se chama Gang-shi.    A mãe dela abandonou o lar há cinco anos e ela vive só com o pai “sadista”.

         Capítulo – Um dia negro

         O passar do tempo de dois amantes, ambos dando escapadas na vida de casados.  Cada vez que saiam juntos, sempre em hotel diferente para não serem flagrados.

         Passa o tempo e a relação entre os amantes vai se desgastando.

         No hotel.... “E uma irreconhecível estranheza e uma depressão parecidas com um prato vazio”.

         ... ela  .... “estar viva era um motivo de aborrecimento”.

         ... tipos de pobreza.  Uma delas é a pobreza faminta.

         “A fome é o princípio básico da definição de pobreza – apesar dela ter sido ignorada com frequência nos últimos tempos”.

         A fome...     “Ela se manifesta por estômago vazio, tontura, dor de cabeça, ânsia de vômito, falta de energia e olhar vago”.

         Outro capítulo -  Mas vem cá.  Você tem alguma coisa para comer aí?

         É meio recorrente a presença do peixe defumado no livro e certamente faz parte do cotidiano do povo coreano.

         O protagonista deste conto, No-Yong, passa fome e não trabalha.  (ele é irmão da noiva de um conto anterior...)

         Na cabeça dele:  “Necessitar de dinheiro para sobreviver era uma barbaridade.  Isso implicava em trabalho”:  O que uns e outros achavam dele.

         “E também na maioria das vezes, odiavam No-Yong, que queria comer de graça, sem trabalhar”.

         O faminto que se recusava a trabalhar...  “Entretanto, não era pessimista na hora de se autoavaliar.  Considerava-se um homem emotivo e que tinha noção de moral.”

         Recebeu carta notificando a morte do irmão dele e não foi ao velório.  Ele se justifica:  “Estou com preguiça”.     (o irmão morreu de inanição, mesmo tendo família para ele cuidar).

         A irmã dele falando com o preguiçoso.   Ela recordando que tiveram um início de infância abastado, depois veio a miséria e foram separados dos pais ou por eles foram abandonados.  Ficaram espalhados, os três irmãos, um com cada parente.   (o que morreu e tinha família, o preguiçoso e a noiva).

         Na infância deles, um dia o parente os levou a um restaurante muito chique.   A irmã lembra que o irmão No-Yong fez fiasco no restaurante.  Engoliu tudo que era comida sem nem mastigar.  Chegou a passar mal.

         A irmã recorda o fato: “Você estava com aparência tão lamentável que o parente ficou muito triste”.

        

         Continua no capítulo 7 de 8.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Cap. 5 - fichamento do livro - SUKIYAKI DE DOMINGO - autora coreana - BAE SU-AH (2014)

 capítulo 5

 

         Jin-ju (a noiva) ponderou que dificuldades sempre há e não chegam a ser desanimadoras.  Ela ficou indignada com a atitude do amigo de encontra-la só para colocar obstáculos na vida dela e no projeto de casamento.

         Após o encontro com a amiga e o jantar, Yo-an voltou pra casa e a esposa estava deitada.   Ela perguntou pela amiga e ele disse do seu modo o ocorrido.  Até riram, mas ela sentiu o costumeiro tédio da vida deles em casa.   Dez anos trabalhando muito, comendo fora para não deixar o apartamento com cheiro de óleo. Tédio.  

         Capítulo – cão amarelo

         Yoo-eun Bae, esposa de Yo-han Kim diz sonhar com umas férias numa  praia privada com aquele mar de águas verdes...     poder comer o que quiser, sem preocupação nem com o cartão de crédito...

         “Tudo que posso fazer é pensar, mas não posso colocar em prática”.

         “Por quê?   Porque isso é pecado.  A preguiça é vergonhosa.   O conforto faz o ser humano se tornar tolo...     são apenas lixo”.

         ...”tanto ele como eu gostamos de trabalhar.    E trabalhamos bastante.  Não consigo entender as pessoas que não gostam de trazer trabalho para casa.”

         ...”dão desculpa de querer passar mais tempo com a família ou o namorado para evitar de trabalhar nos fins de semana e gastar o máximo do tempo possível sem fazer nada.”

         “Todos nós sempre estamos ocupados e nos orgulhamos disso”.

         A ideia de ambos morarem numa casa com porão para o marido aprender e ter uma carpintaria.

         ...”ele sempre foi mais delicado e criativo, enquanto eu sempre fui mais determinada e direta.   Ele cuida da casa e eu continuaria no emprego.”

         O casal amigo do trabalho exagerado e do tédio, um dia se encontraram grávidos.  Ele:  - “Que merda!”   Ela: “Acho que não vai ser tão ruim assim”.  Ele:  ...”eu não vou mais poder ouvir música ou ler em casa.  Se bobear, vamos ter que contratar uma empregada”.

         Ele:   ... gastos, gastos, gastos...   Ela:   “Nossa, quanto ressentimento!

         Yoo-eun Bae sentou-se ao lado do marido:  - Mas pense bem, nós vamos ter um bebê.

         Momentos antes da esposa anunciar a gravidez, o marido estava lendo numa revista a biografia de alguém que morreu sem casar e não deixou descendentes.   A reportagem terminava dizendo:  “Uma vida criativa, abstinente e solitária”.     O marido concordou com o que leu:  Isso mesmo.

         ...”Ela:  se pensarmos em tudo antes, criar uma criança poderia ser mais divertido do que imaginamos.  Antes de tudo, será uma criança nossa.”

         Ela disse ter visto um filme antigo sobre bebê e acrescenta o que sente:  “Não me senti sozinha”.   Ele acabou, juntinho dela, sugerindo lerem livros infantis para o bebê.

         O pai.    “Afinal, você quer ou não essa criança?  Eu respeito a sua opinião.  Afinal, é verdade que temos um acordo antes de casar.  Se você disser não até a morte sobre empregada, eu vou dar um jeito.  Apesar de ser contra a minha vontade”.

         Ele fumando agora sem ter o hábito de fumar.  Só fumou no dia do próprio casamento e no dia que o pai dele morreu.

         Agora, fumando também.   E faz um escracho com a esposa, gargalhando:   “Mas as mulheres são realmente seres inferiores.  Ficam grávidas, ora.  Qual é a diferença com um broto?”

         ...Ele:   “ É um experimento criativo.  Podemos até tentar, mas tenho consciência de que é preciso um esforço enorme para cria-lo.  Nem um cachorro você quis ter.”

 

         Continua no capítulo 6    (de oito)

segunda-feira, 22 de julho de 2024

Cap. 4 - fichamento do livro - SUKIYAKI DE DOMINGO - autora coreana BAE SU-AH - edição em português de 2014

 capítulo 4

 

         A namorada de Sae-won, gordinha, sempre trabalhando em jornada de doze horas na oficina de costura da mãe.  A mãe sempre dando guloseimas para ela comer, o que a torna mais gorda e mais depressiva.

         Chorava escondida enquanto trabalhava.   O namorado há tempos não aparecia.

         Capítulo 2 -   Dois pombinhos fofos

         Babá e o ato de colocar o termômetro no ânus do bebê para medir a febre.   Deve ser rotina lá na Coreia.

         A professora Jin-ju, noiva, às voltas com os preparativos do casamento, além de dar aulas, arrumou um bico de babá de duas crianças.   As crianças Mali e Marc, nomes estranhos em seu país.

         A babá procurando apartamento para morar após o casamento.   Tudo muito caro.  Em lugar alto e ensolarado, o preço era lá no alto e restavam lugares baixos, pouco sol, muito vento e insetos.    

         O apartamento que a babá foi ver era pequeno, mal arrumado, mas era barato.

         Ela achava que os noivos, mesmo sendo de famílias pobres, tendo estudado em universidade nacional, logo teriam bons empregos e  morariam em lugar melhor dentro de Seul, a capital.

         Capítulo -    Modelo de pelos púbicos

         Ao descrever os personagens a autora dá uma carregada nas tintas.  Se bem que no mundo real...  as coisas não são tão diferentes, digo como leitor.

         “Seria incorreto dizer que ela era bonita, mas também não dava para dizer que tinha uma aparência comum”.

         O repórter entrevistando uma mulher, sobre a profissão dela.

         - “Sou modelo de pelos púbicos”.   O entrevistador estava montando uma matéria sobre pessoas que tinham profissões incomuns.

         A modelo estava com 21 anos de idade, era classe média, só atuava na área já há dois anos.   Após terminar o curso universitário, ela fumava dois maços e meio de cigarros por dia.

         Gostava de fazer chappsal K, sobremesa tradicional coreana, feita com arroz gelatinoso.

         O repórter perguntou o que ela provavelmente estaria fazendo daqui há dez anos.   A pergunta deixou ela confusa.

         “Eu não gosto de viajar e nem me dou bem com as pessoas”.

         O repórter perguntou:  - “Sua família sabe da sua profissão?”   Ela respondeu que sim.

         Sobre comidas.   “Em casa, eu não faço mais do que torradas”.

         A família dela tem doze cachorros em casa.

         O repórter é marido da professora Jin-ju que faz bico como babá.   Ela que levou as crianças um dia para comer no restaurante.

         O nome Jin-ju em coreano significa pérola.   Mesmo assim ela não gosta do próprio nome.

         Tudo que lembra a infância dela numa aldeia do interior a deixa triste.

         A entrevista foi ficando árida.  Depois a modelo convidou-o para irem comer num restaurante.    Logo em seguida ela deu por encerrada a entrevista.  Se despediu e se foi.

         Viagem a um paraiso esquecido.

         Os noivos, ele, Sung-do e ela, Jin-ju, ambos se amavam mas tinham histórico de vida na zona rural e de muita pobreza.  Eles temiam se casar e ter filhos e terem que viver amontoados em pouco espaço.

         O amigo de Jin-ju dos tempos de universidade, marca um encontro com ela para desanima-la.  Fala dos apertos no início e diz que o noivo dela, também amigo dos tempos de universidade, não seria o par ideal para a amiga.   E acrescentou que o noivo dela teria dito a ele que não era bem esse casamento que ele queria...     (amigo traira...)

        

         Continua no capítulo 5

sexta-feira, 5 de julho de 2024

Cap. 3 - FICHAMENTO DO LIVRO - SUKIYAKI DE DOMINGO - Escritora Coreana: BAE SU-AH - (2014)

capítulo 3

 

         Hye-jeon, ex de Ma, se vendo na condição de mudar para a periferia para reduzir despesas.   Agora separada e com filhos para criar.

         Conta ao filho Marc de dez anos e este quer saber para onde vão mudar e ele fica revoltado.    Até atualmente frequentava escola particular, participava com os demais alunos da orquestra da escola, estudava inglês mais avançado...   tudo isso custa caro.

         Marc diz:   - “Então é isso...  Então a gente não pode mais morar neste bairro.   Você diz que vamos morar fora da cidade e quer dizer então que vamos para a periferia, onde moram os pobres, não é?”

         Capítulo – A rainha da neve

         “Depois de ler Tolstói e Dostoiévski, chega-se à conclusão de que todas as outras obras literárias não passam de frases de efeito de capas de disco.”

         ... A solteirona Myung, quarentona, corpo delgado.   Não bonita, trabalhava numa editora que fazia publicação acadêmica meia boca.

         “Mas logo percebeu que entrara no meio mais sujo, em que todos os tipos de trapaça tinham o seu lugar.  Era uma sucessão de ambição, orgulho, plágio, repetição de temas, total autoritarismo e fraude”.

         Myung era colega de universidade de Doo-jeon Baik e ele era o pior de todos.

         Quando mais jovem, Doo era bonito, falava bem, era rico e se passava por socialista.  Doo era também amigo de Ma.

         Ma era de família bem de vida e dos três, ele era o que tirava notas maiores.   No tempo deles na universidade, a metade dos alunos eram do interior e pessoas de poucas posses.   Já os três amigos eram de famílias bem de vida.  Cursavam Administração de Empresas.

         Woo, namorador, tinha uma namorada fixa e outras de ocasião.  E gastava dinheiro da namorada fixa.   Ela acabou com o namoro.

         ....     “As preocupações e os tormentos seculares obstruem a sabedoria, e a ambição nos torna incapazes de tomar as decisões corretas”.

         ...Myung-ae Eum se cansou da futilidade de Woo, seu parceiro.

         Ele para ela era um reles gentalha.   Ela sabia que entre ambos tudo não fazia mais sentido...    tinha chegado ao fim e que era tempo dela voltar à solidão”.

         ...”pensou de repente que os homens eram seres desnecessários para a vida dela”.

         Myung-ae depois de fazer uma caminhada, estava na estação de metrô.  Sentou-se perto de um jovem e se interessou por ele.    Ele estava procurando um emprego ou algum bico para ganhar algum dinheiro.

         Ela propôs contrata-lo para fazer uma pequena mudança das traias do ex marido dela.   Enviar as traias para a nova moradia dele sem precisar olhar para a cara do ex.

         ....”Não é muita coisa.  É mudança, mas só tem alguns livros, roupas, cigarros e roteiros de filmes em três ou quatro caixas.  Dá para levar num carro só.   E eu empresto meu carro para você levar isso”.   Pago bem.

         O jovem que faria a mudança era Won.   Ele carregou a mudança e foi lá no bairro do ex de Myung-ae para a entrega.    Um bairro com muitos pássaros em gaiola.  Inclusive pássaros de grande porte. 

         Myung-ae não tinha mais pássaros em casa.   ...”Matei todos os pássaros com veneno de rato.  Não aguentava mais a barulheira que faziam”.

         O ex de Myung-ae é roteirista de cinema.  Cita um de seus filmes chamado Chealsea Girl e pergunta ao entregador se conhece o filme.

         O entregador Won, que não fez faculdade, não é de assistir filmes e não conhecia o filme citado.

         O ex que recebeu a mudança desconfiou que a ex estava de caso com o entregador e tratou-o muito mal.    Colocou o rapaz pra fora e deu o recado à ex sobre a suposta escolha dela.

        

         Continua no capítulo 4 

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Cap. 2 - FICHAMENTO DO LIVRO - SUKIYAKI DE DOMINGO - Escritora Coreana: BAE SU-AH - (2014)

 

capítulo 2                JULHO DE 2024

 

         Em tempo, sobre o capítulo 1 -   O que explica o nome deste livro, Sukiyaki de Domingo.      A primeira esposa de Ma vai até a casa dele muito constrangida com a missão de avisa-lo que os filhos do casal, crianças, querem muito ver o pai e sentem por isso.   Ma não está nem aí.   A ex ainda fica comovida com a miséria na qual ele vive com a companheira atual e sabendo que ele gosta muito de comer sukiyaki num restaurante simples da região, deixa dinheiro com a companheira dele para que eles tenham acesso ao prato tão do gosto dele.

         ...................

         “Escute.  Você não está me ouvindo, não?

         A mãe fitou a filha com insistência.  Era um olhar comparável a uma picada de cobra venenosa.

         Hye-run Bu, 20 anos, tem medo da mãe.    Trabalha na oficina de costura com a mãe e nada recebe.  Quer arrumar um emprego para ter seu ganho e para seus gastos, até por dica do namorado.

         Mas... “temia falar com a mãe mais do que temia a morte.”    Ou melhor, ela a amava  mais do que a morte.     

         Criar problemas com a mãe era a última coisa que queria no mundo”.

         A mãe criou ela sozinha.   Filha única, pela tradição do seu povo, tinha que guardar a virgindade e cuidar da mãe até a morte desta.

         A mãe costureira não tinha conta bancária.   Não confiava em bancos.  Guardava o dinheiro em casa.   No colchão, em vãos pela casa.

         Os homens gastam o dinheiro das mulheres.   Se ela tivesse um filho menino, não teria ficado com ele.

         “A ambição traz a infelicidade da mulher”. 

         No passado um homem dormiu duas vezes com ela e roubou todas as economias dela.

         Por isso era preciso ficar longe dos homens se quisesse proteger suas economias.

         O medo de um dia a filha gastar o dinheiro dela.   Se acontecer...

         “Vou lhe tirar o coração e mastiga-lo cru”.

         Não dando um tostão à filha, esta não teria como abandonar a mãe.

         A mãe de Hye de  madrugada contando o dinheiro e a filha chega.  A mãe ficou em pânico.  Nunca contava dinheiro perto da filha.    Dá a desculpa de que tem que ir pagando as contas do antigo marido, pai da sua filha.   E ainda culpa a filha pelo pai que ela teve.

         “Deixa a filha com cara de choro por culpa do pai”.

         A mãe faz drama dizendo que foi abandonada por todos e se preocupa se sua única filha abandona-la.

         O pai da moça não era tão mal assim e nem as deixou com dívidas grandes como dizia a mãe.   A mãe aumentava tudo e enganava a filha para te-la ao seu lado.

         A jovem tinha sido criada com oitenta por cento de sentimento de culpa e vinte por cento de bolacha de chocolate.  Dai que era gorda com seus setenta quilos.

         Capítulo – Retrato de um intelectual

         A sociedade e suas mazelas.   “Nós não admitimos os perdedores na sociedade.  Porque achamos que eles já tiveram chances suficientes.”     ... são indolentes   .... Foram eles que optaram por isso. (pela vida miserável)

         Quando Hye-jeon Park se separou de Ma, não tinha nenhum amigo por perto.     Antes, quando estava casada com Ma, eles frequentavam rodas de amigos intelectuais como Ma.    Quando se separaram, ela e Ma foram isolados pelo grupo de ex amigos intelectuais.

         Ela, antes do casamento, fez faculdade.  Casada, se isolou dos colegas de universidade.

         ... colegas do passado que agora estavam casadas com funcionários públicos ou professores endividados para sempre”.

         Hye separada de Ma e as crianças perguntavam pelo pai e estranhavam o fato de não mais poderem praticar esqui e balé.

         Doo-yeon Baik era um orador nato.

         Fez muitos elogios à ex esposa de Ma.   O pai de Doo tinha uma empresa textil.  Doo voltou para a universidade para fazer um mestrado.   “Após acabar com a empresa do pai”.

         O galanteador falido, Doo tentando conquistar a colega dos tempos da universidade.   Ela, agora, separada de Ma e tem os filhos para criar.

         ...”agora sou a responsável pelos meus filhos.   Não ousaria pensar em outras coisas.”

         Hye-jeon diz ao amigo que está pensando em se mudar para a periferia mas ela não gosta da periferia.  “Ela não tinha a mínima vontade de viver como viveram seus pais”.   Pobres e de periferia.

        

         Continua no capítulo 3