capítulo 7/12
Sobre a difícil descida da Serra do Mar pela trilha da época
rumo a Paranaguá, usando burros cargueiros.
O autor se admira da habilidade dos burros que fazem aquele trecho. Os animais são treinados para essa
travessia. Primeiro os burros descem a
serra sem as cangalhas e sem carga para se ambientarem ao terreno. Numa segunda fase, descem com a cangalha
vazia. Numa fase posterior, descem com
meia carga e quando estão bem treinados, levam carga completa.
O autor registra na região de Paranaguá o Rio Cubatão que
tem o leito com pedras no fundo.
Descreve a parada em Morretes e fala do lugarejo e seu povo. Cultivam banana, mandioca e cana. Cana para fazer rapadura e cachaça.
Entre Morretes e Paranaguá, o pesquisador viajou de
barco. Mangue no entorno e muitas aves
aquáticas com destaque para os coloridos guarás com sua cor coral.
Segundo o autor, Paranaguá foi o primeiro lugar onde se
descobriu ouro no Brasil. “Antes mesmo
de 1578”. O governo de então criou uma
fundição de ouro em Paranaguá.
Até 1812 Paranaguá foi comarca e neste ano a comarca passou
para Curitiba.
Em Paranaguá.. “A
Câmara Municipal está instalada num prédio bastante grande que defronta o rio e
tem dois pavimentos. Conforme o costume
o andar térreo é ocupado pela cadeia”.
Cita o prédio grande feito pelos Jesuítas. (Conheço o prédio que está bem conservado e
tem instalação ligada à UFPr Universidade Federal do Paraná).
Pelo porto de Paranaguá na época se exportava muita madeira
de peroba e canela preta, além de mate e alguns produtos mais.
Em 1836 foram 134 os navios que aportaram em Paranaguá. Sobre este povoado: “Essa cidade é certamente uma das mais
bonitas que já visitei desde que cheguei ao Brasil”. Destaca porém que a água da cidade é de
qualidade medíocre.
“Ali e em Guaratuba... singular costume de comer terra...” (por má nutrição). As pessoas que comem terra ficam com a pele
amarelada e morrem mais precocemente.
Escravos... “veem-se
negros com mordaça na boca rolando na terra para poderem aspirar um pouco de pó”. ...”comer cacos de potes de barro, de
preferência oriundos da Bahia”.
(provavelmente com mais microelementos)
Um padre, ao dar a comunhão perguntava se a pessoa tinha o
costume de comer terra e transformou isso em pecado. Não dava comunhão a quem comesse terra.
Em 1820 o distrito de Paranaguá tinha 5.000 habitantes.
Ele diz que acha qual razão de fazendas de gado terem menos
escravos. Primeiro, porque a atividade
usa pouca mão de obra. Segundo, porque os
brancos não se sentem diminuídos trabalhando montado num cavalo e cuidando do
gado.
Paranaguá e sua área de planície litorânea. Muitos bananais. Produz mandioca e cana mas o clima não é bom
para produção de café.
Árvores cortadas na altura de um metro. Nasce mato em volta do toco e assim a árvore
não rebrota. “Se este livro cair nas
mãos de um fazendeiro ele rirá dos meus conselhos... mas seus netos...” irão me agradecer e ficar ricos porque adotando
a limpeza no entorno do toco da árvore ela revive e será de novo uma árvore de
grande utilidade e valor. (como faziam
na França da época).
Sobre topografia e clima...
“Isso viria a confirmar a lei segundo a qual há muito maior
uniformidade, de um modo geral, na temperatura e vegetação do que nas terras do
interior”. (terras próximas ao
litoral estão em altitude próxima da altitude do mar e assim tem clima e vegetação
semelhante na faixa costeira)
Visitou a Ilha da Cotinga
(no guarani, Cotinga – semelhante ao quati)
Visitou em Paranaguá a capela do Rocio onde é celebrada
anualmente uma festa que junta muita gente da região. A capela era dedicada a Nossa Senhora do
Rosário.
Viu por lá os ritos da Semana Santa e de malharem o Judas no
sábado da aleluia. Essa tradição veio
de Portugal.
O autor que usava burros de carga para suas andanças na
pesquisa botânica, notou que no litoral de Paranaguá era difícil encontrar
burros. Usavam mais as canoas e nos
trechos por terra, carros de boi.
Ao partir rumo a Laguna, teve que contratar carros de bois
para a missão.
Capítulo IX Viagem de Paranaguá a Guaratuba. Essa última cidade e seu distrito.
Uso de canoas num trecho e carros de boi em outros trechos
entre Paranaguá e Guaratuba. Em
Paranaguá, na Ilha do Mel, já existia o pequeno Forte (um fortim) para proteger
a cidade de invasores por mar.
Caiobá, do guarani caioga – casa de macacos.
Destacou a beleza das aves guarás, muito comuns no litoral. O nome científico do guará segundo o autor
é Ibis rubra.
No passado (em relação a 1820) os guarás eram encontrados nas costas marítimas desde o ES até Santa Catarina. Foram desaparecendo de muitas regiões e em 1820 o autor encontrou em bandos na região de Guaratuba. Guara-tiba em tupi seria reunião de guarás. Em 1820 o povoado de Guaratuba não tinha mais do que quarenta casas.