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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

CAP. 17/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re)humanizando o capitalismo. Autor: RICARDO V. CUNHA - Editora Voo - ano 2020

capítulo 17/35 

         Bate papo com Paula Dib

         Um dos projetos – Comunidade da Juréia (litoral paulista) que era extrativista na Mata Atlântica.   Os moradores tiveram que ser removidos com a criação da Reserva Ecológica.   Foram removidos para Peruibe-SP a contragosto.   As mulheres passam a trabalhar em casas de veraneio para sustentar a família.    Com o projeto, voltaram a usar seus saberes e fazer peças dentro da cultura deles e melhorar a renda e autoestima.

         “Aquela peça que é feita ali não é apenas um produto, mas é uma história de resistência vendida pelo Brasil inteiro”.

         Em geral o poder público quer gente para  ensinar o povo a “gerar renda” e daí todo foco fica nessa pessoa que vem para articular as ações, a que vem para “salvar” a comunidade.  Não é esse o caminho.      “Nesse caso, o projeto deixa de ser o da Comunidade e a única forma dele seguir em frente é se o motor for a própria comunidade”.

         Qual é a intenção desse tipo de trabalho?

         “A intenção é sempre ativar as forças do lugar”.   Não ficar obcecado pela geração de renda.    “Eu acho que esta visão vale também para  minha vida, na forma como me envolvo com os projetos”.

 

         Outra Humana de Negócios – Ilona Szabó    - “Guerreira sem armas”

         Ela é descendente de húngaros.   Ela cresceu em Nova Friburgo no interior do RJ.   A mãe dela é jornalista.

         Nos anos 90, economia do Brasil em crise, a jovem Ilona conseguiu fazer um intercâmbio na Letônia.   Esta que há pouco tempo tinha deixado de pertencer à URSS com o fim do comunismo local.   A Letônia é um pequeno país com pouco mais de dois milhões de habitantes.  A capital é Riga, cidade portuária do Mar Báltico.   Chegou a enfrentar frio de trinta graus negativos por lá.

         Ela terminou o curso de Relações Internacionais em 1997.  Fez o curso na Universidade Estácio de Sá, uma das três no Brasil que tinham o curso na época e a única no estado do RJ.

         Trabalhou por quatro anos no Banco Icatu.   Nesse tempo, ela que é do interior do RJ, passa a circular pela capital e vê mais a miséria e a violência no dia a dia da cidade.

         Atuando no mercado financeiro ela reflete:  O que eu quero?    ... não quero deixar o rico mais rico.   É o que ocorre com quem trabalha no mercado financeiro por exemplo.

         Ela queria fazer mestrado na Europa sobre Conflito e Paz.     “A América Latina vive uma epidemia de violência com apenas 9% da população mundial, na região ocorrem 39% de todas as mortes violentas do planeta”.    O pior índice é em El Salvador com a média de 60 mortes para cada grupo de 100.000 habitantes. (ano 2017)

        O Brasil fica em 13º lugar nesse ranking com 27,8 mortes por grupo de 100.000 habitantes.    Em termos absolutos, o Brasil é destaque negativo com 60.000 mortes violentas intencionais por ano.   Mortes intencionais – quando o agressor tem o propósito de matar a vítima.

         A maior parte das vítimas no Brasil desse tipo de crime são jovens entre 15 e 29 anos, sexo masculino.

         Ilona fez seu mestrado na Suécia.

         Mais adiante, em 2011 ela funda a Ong Igarapé.   Também atuou na Ong mais antiga, a Viva Rio, fundada em 1993 por Rubem Cesar.

         A Viva Rio foi criada para pesquisar e formular políticas públicas para promover a cultura da paz e do desenvolvimento social.   Ela trabalhou no Viva Rio com o Antropólogo britânico Downey.

         O Rubem Cesar do Viva Rio colocou Ilona na Coordenação da Campanha de entrega voluntária de armas de fogo.   Os postos de entrega comumente eram em igrejas, quarteis, associações.

         Ela disse que seu trabalho incluía contatos com os quatro pês: padres, pastores, policiais e políticos.   Envolvia muita mobilização e comunicação.

         Essa onda ajudou a criar o Estatuto do Desarmamento.   Segundo dados do Ministério da Justiça, na Campanha do Desarmamento, foram recolhidas 443.000 armas de fogo.   Foi quase seis vezes a meta inicial da Campanha.

         No começo da Campanha, 80% dos entrevistados se colocavam contra civis com armas de fogo.   Em 2005 o governo federal lançou um referendo popular para a população votar sim ou não aos civis terem acesso a armas de fogo.   No debate público as coisas foram desiguais.   De um lado lideranças contra as armas e sem recursos para levar as ideias e de outro o lobby das armas com dinheiro à vontade como um rolo compressor.

         Nesse clima,  o Não às armas ficou com 36% dos votos e o Sim ficou com 64%.    Ela ficou bastante decepcionada com essa reviravolta.

         Ela andou viajando por vários países para tentarem colocar na Declaração de Genebra sobre Violência Armada e Desenvolvimento, a questão da  redução da violência nos ODMs Objetivos  do Desenvolvimento do Milênio da ONU.    Nessas viagens e tratativas, ela conheceu no Panamá o economista Robert Muggah, com quem depois se casou.

         Drogas e violência – mobilização de alguns governos sobre o caso.   Brasil, Colômbia e México puxam uma ação articulada contra drogas e violência.   Criam a Comissão Latino Americana sobre Drogas e Democracia.   Ilona se torna Secretária Executiva dessa Comissão.  No contexto dos debates, surgiu a certeza de que os USA estavam adotando no combate às drogas uma política equivocada.   Apesar disso, essa política era adotada até então pelo mundo todo.

         A Comissão secretariada por Ilona em seu ousado relatório de 2009 pediu a descriminalização da cannabis.     A Comissão Latino Americana deu origem à Comissão Global de Políticas sobre drogas formada pela ONU com participação de dez chefes de estado, incluindo Kofi Annan, ex secretário geral da ONU.    Ilona foi Coordenadora dessa Comissão Global de 2011 a 2016.   Em 2016 a sede da Comissão Global se mudou do RJ para Genebra e ela deixou o cargo.

         Anteriormente, em 2010 ela começou a articular o Instituto Igarapé para atuação contra a violência.   Igarapé em tupi – caminho da canoa.

         

terça-feira, 9 de novembro de 2021

CAP. 16/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - História de homens e mulheres que estão (re)humanizando o capitalismo - Autor: RICARDO V. CUNHA - Ed. Voo - 2020

 CAP. 16/35        livro lido nesta parte em novembro de 2021

         Outra Humana de Negócios:  Paula Dib     -  “design do tempo”

         Paulistana, filha de pai árabe (sírio) e mãe mineira.  Fez design industrial na FAAP Fundação Armando Alvares Penteado em São Paulo.  Ela nasceu sem o braço esquerdo.   Em 2002, menos de um ano após o atentado das Torres Gêmeas nos USA, ela trabalhava em Londres e havia risco de bombas por lá e  um dos suspeitos, argelino, trabalhava na equipe em que ela trabalhava num restaurante.   Ela, só por ter nome árabe, foi detida, interrogada e sumariamente deportada.

         Anteriormente, antes de terminar a faculdade, ela tinha feito um trabalho no sul da Bahia.   Nesse tempo ouviu sobre Sustentabilidade de que emergia com força no âmbito internacional.   “De volta de Londres... comecei a reconectar as peças, ampliando meu olhar e unindo aspectos da cultura e do meio ambiente no meu trabalho”.

 

 

 

         O pai dela, engenheiro e a mãe dela, psicóloga.   Na verdade os irmãos do pai dela nasceram na Síria e depois de migrarem para o Brasil, logo ele nasceu e assim só ele dos irmãos é brasileiro nato.

         No começo da vida dos pais dela, começaram como muitos de origem árabe na Rua 25 de Março em São Paulo, lugar de comércio popular.   Donos da loja Rei do Armarinho.

         Quando ela era criança, o médico chamado à casa deles sobre a questão da falta do braço da menina, ficou observando ela lidando com os brinquedos e executando tudo que precisava numa boa.  Viu que os pais dela achavam que ela precisaria de prótese, mas o médico concluiu que não.   “Ela está ótima e não precisa de nada disso”.

         Foi colocada aos três anos de idade numa escola Rudolf Steiner, método criado pelo educador na Alemanha em 1919.   O método da escola se mostrou tão eficaz que as escolas que usam o método se espalharam por muitos países e há também em São Paulo.    A criança se deu tão bem que os pais resolveram colocar as outras filhas na mesma escola.

         Tempos do Plano Real, Brasil com moeda forte, ela com 18 anos, facilitou para ela poder ir estudar inglês no exterior.   Ela optou pela Austrália.   Lá chegou para estudar e era uma cidade grande e não se encaixava na expectativa dela.   Conseguiu um lugar mais desafiador.  Foi para uma missão governamental junto a povos aborígenes do norte da Austrália.    Uma das ações era ajustar o descarte de embalagens de mantimentos que passaram a ser enviados aos aborígenes e que eles não sabiam como executar o descarte adequado de embalagens.  

         De volta ao Brasil, optou por estudar Design Industrial.   Escolheu esta profissão.. “porque queria criar algo para alguém usar”.

         Optou por pegar além do curso, no contraturno, uma monitoria (estágio) na própria FAAP e assim ia cedo para a faculdade e saia de lá à noite.

         Fez oficinas de litogravura, xilogravura, metal, madeira, cerâmica etc.

         Fez alguns trabalhos remunerados e deu para passar um tempo viajando pela Europa.   Nessa, em Londres, estava num trabalho quando foi deportada.

         Ela via a questão, de um lado, a pobreza e de outro, o consumismo.

         “Eu não via sentido em produzir mais um sofá ou uma cadeira e assinar com meu nome”.  Para quê?

         Um dia ela teve um episódio de serendipicidade (descobrir meio por acaso).   Numa loja de artesanato, viu um produto modelado em jornal e a pessoa queria pintar a peça.   Paula argumentou que se pintasse, a peça não mais poderia ser reciclada.    Daí ela foi convidada pela dona da loja para atuar numa entidade que lidasse com design social e comunidade.

         Ela achou ali o que queria.   Juntava observação, comunidades, sustentabilidade e processos manuais.

         No Instituto Super Eco (ligado à Companhia Suzano de Papel e Celulose).    Projeto Comunidade Produtiva, isto no sul da Bahia.

         Comunidades no entorno da fábrica da Suzano.    Ela trabalhou com as comunidades carentes nos municípios de São José da Alcobaça e Helvécia, na Bahia.

         Sugeriram que ela concorresse com seu projeto num concurso na Europa.   Ela colocou na justificativa para a banca examinadora...    “estou fortalecendo a noção de que não precisamos buscar o norte de fora, mas, sim, dentro de nós.    E o potencial transformador que esse resgate da auto estima desencadeia na pessoa é enorme”.

         O projeto dela foi classificado e ela foi para a premiação em Londres.   A turma do concurso foi almoçar num restaurante.   Justo o local onde ela no passado trabalhou até ser deportada.    Assim para ela foi muito simbólico voltar lá para ser premiada (reconhecida).     Havia várias modalidades concorrentes e ela foi premiada na modalidade compatível com seu projeto.

         O destaque que a premiação deu, gerou convites para ela se apresentar em universidades na Alemanha, Holanda, Hong Kong, Inglaterra, Suécia e Venezuela.

sábado, 6 de novembro de 2021

CAP. 15/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re)humanizando o capitalismo. Autor: RODRIGO V. CUNHA - Ed. Voo - 2020

CAP.  15/35

         Próximo Humano de Negócios: Marko  Brajovic

         “Natureza rima com beleza”.

         Arquiteto croata.  Chegou  nos anos 2000 a Barcelona.  Antes se formou em Veneza.  Em Barcelona, fez mestrado em Artes Digitais.  Incluia nos estudos dele a produção de vídeo mapping – projeções visuais de superfícies irregulares.

         Surgiu um projeto na Costa Rica.  Lá teve contato com os indígenas e ele aprendeu com os locais a tecer bambu para obras arquitetônicas.  “design da natureza”.

         Bambus domesticados na China há mais de sete milênios.   É uma das plantas que cresce mais rapidamente.   Há registro de espécie de bambu que chega crescer até 91 cm em 24 horas.

         Ele teve infância num lugar agradável, perto do mar e muito visitado por turistas.  Teve uma infância boa.

         “Criar uma infância com valores que importam é a melhor estrutura que você pode dar a alguém.   São valores impermeáveis, de amor e respeito, que te seguem pela vida toda”.

         Quando ele tinha 17 anos, estourou a guerra na Iugoslávia, então seu país com várias etnias e ele se transferiu para a Italia (numa região distante apenas 80 km de onde morava). 

         Em Veneza estudou Arquitetura, Filosofia e Belas Artes.  Passou pela Rússia.   Na Espanha, em Barcelona, fez mestrado em Artes Digitais e Tecnologia Audiovisual.

         Na lida com bambu, notou que a cestaria tem traços comuns na África, Amazônia e Japão, todos tão distantes.   Seria um dos artesanatos mais antigos da humanidade.

         2014 – Houve o tsunami na Indonésia.  Destruição de casas...     Ele importou dois containeres de bambu da Colômbia para trançar pontes de emergência na Indonésia pós tsunami.   Serviu para explicar e depois se usou bambu da própria Indonésia para expandir o serviço.

         Passou pela cidade de São Paulo, deu palestras e cursos.   Ficou deslumbrado pela cidade.   “Para mim é o monstro mais belo que já vi”.

         “A beleza fica feia se não renasce e se reinventa.   São Paulo tem uma beleza que se arrisca – isso me fez topar o convite na hora”.   Trabalhar aqui no ambiente acadêmico.    Nasceu o Atelier Marko Brajovic.     ...atuou na idealização do Pavilhão Brasil na Expo-Milão 2015.

         “Beleza rima com natureza”.    Marko escreveu o livro “In Nature We Trust”.   Obras inspiradas na natureza.

         Bate papo com Marko.       Ele detesta termos do mercado como chamar público alvo de target, que é um vocábulo militar.   Metas – ele não usa o termo.   “O grande resultado vem de pequenas escolhas que você faz nesse caminho.   Esse caminho envolve escolhas, éticas, estéticas, de comportamento, de relacionamento com as pessoas”.

         “Como nas plantas, nosso crescimento vem de baixo para cima, sem definições”.

         “... ter sucesso também é ser um bom pai e ter tempo para ficar com meus filhos e minha família”.

         “Não acredito em revoluções.   Acredito em evoluções”.   Porque somos natureza. 

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

CAP. 14/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re)humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - Editora Voo - 2020

 14/35        leitura feita em outubro de 2021

     Outra Humana de Negócios -  Carol Ignarra

         “Deficiência e abundância”.

         Carol é paulistana.   Um dia dirigindo sua moto, sofreu um acidente que afetou sua coluna e ficou paraplégica.   Foram um mês e meio de hospital e depois a fase de reabilitação dentro do possível.   Ela era estudante de Educação Física e tinha uma noção de anatomia humana e logo após o acidente ela percebeu a gravidade do seu caso.

         Fez inclusive reabilitação em Brasilia no Hospital Sarah que é referência no setor.    Lá há salas amplas onde pessoas em diferentes fases de reabilitação interagem e isso facilita a dar ânimo aos pacientes. 

         Lá ela conheceu outra paciente, a Tábata Contri que foi fundamental para ela retomar a vida com os novos desafios.

         Em 2009, depois de anos que as empresas já eram obrigadas por lei a contratar certo número de deficientes físicos, só 21% das empresas cumpriam essa lei.    Carol tinha muitas atividades em ginástica laboral nas empresas e depois em assessorá-las para contratarem de forma adequada deficientes físicos.

         Depois ela virou sócia de empresa especializada em recrutamento de pessoas com deficiência física nas empresas.   Chamou essa habilidade de “Movimento Incluir”.

         Em certo tempo ela fez curso de teatro e isso ajudou também nas atividades de trabalho.  Se soltou mais em palestras.   A amiga Tabata conseguiu uma ponta na novela “Viver a Vida” da TV Globo.

         Agenda cheia e precisou aperfeiçoar a gestão.   Foi procurar o SEBRAE (este sempre fundamental para aprimorar talentos).

         Bate papo do autor do livro com Carol:

         Ela sempre se aprimorando para novos desafios e o empreendimento deslanchando.   Namorou, se casou e tiveram uma filha.   Ao recrutar mão de obra como colaboradora em sua empresa não só as que mais precisam do emprego, mas também as que realmente se interessam em fazer parte da equipe dela.

 

         Outro Humano de Negócios:   Edgard Gouveia Júnior

         “Jogo sério”

         Quando ele era  criança se impressionava muito com cenas que via pela TV como as de famintos na África.  Quando ficou jovem, se tornou jogador profissional de vôlei em São Paulo. Defendia a equipe do Pinheiros-Transbrasil.  Jogou ao lado de José Roberto Guimarães que depois se tornou treinador da Seleção Feminina de Volei.

         Ele nasceu em Santos-SP em 1965.  Parentes da mãe dele morreram de tuberculose.   Ele mede 1,98 m.   O pai era pobre, mas gostava de ler e se preocupou em passar esse gosto para os filhos.

         O pai dele era autodidata e fez curso por correspondência no IUB Instituto Universal Brasileiro.

         Jogou também no Banespa.   Ganhou dinheiro no vôlei, comprou imóvel.   Investiu inclusive em linhas telefônicas no tempo que eram caras e permitiam obter renda alugando linhas a terceiros.

         Para Edgard, sempre introspectivo, foi o vôlei que o resgatou.    “É um esporte de velocidade e força, mas não de violência e agressividade”.

         Não sonhava em virar astro no vôlei.   No meio da carreira, parou de jogar e foi fazer faculdade.  Foi em Santos fazer faculdade de Arquitetura e Urbanismo.   Participou como estudante, de vários Congressos Nacionais de Arquitetura.    Foi despertando para o compromisso social do Arquiteto.   “Fui pegando gosto de estar ali, de conhecer o ser humano”.

         Logo após a faculdade, ingressou no Instituto de Tecnologias Intuitivas e Bioarquitetura (Tibá), fundado em 1987 pelo Arquiteto e Urbanista holandês Johan Van Lengen, autor do Manual do Arquiteto Descalço.      Sua formação ajudou no passo seguinte no instituto Elos, Ong de Projetos de Inovação Social e Guerreiros Sem Armas.   Curso de Lideranças Sociais.

         Desenvolveram no tempo de faculdade um sistema de ação em grupo.   Atuar nas comunidades carentes.   “O objetivo entra construir o projeto sonhado pelos moradores, com os recursos disponíveis, a tecnologia local e a participação da comunidade”.

         Ele lidera a Ong Live Lab e a empresa Epic Journey, ambas focadas no  desenvolvimento de gincanas e jornadas ramificadas para a transformação social e ambiental.

        

         Bate papo com Edgard Gouveia Junior

         Ele foi uma criança e um jovem tímido.  Entre outros recursos na sua formação, conheceu a Comunicação Não Violenta.  

Sobre as mudanças até nas premiações da arquitetura.   “Gerou uma mudança em cadeia nas universidades.  Até então, os projetos premiados eram sempre edifícios, museus. Ninguém queria saber do social”.    A partir daí, explodiu a quantidade de projetos sociais, tanto que o Opera Prima, o “Oscar” dos estudantes do setor, também começou a premiar.   Hoje em dia, grandes edifícios são os que menos importam”.

Ele teve convivência com mestre budista e leva em conta certos ensinamentos dessa filosofia.

         Visão dele de utopia:    “Utopia, para mim, é essa visão lá na frente, que você enxerga, você sabe como é, você a desenha.   Não é um sonho, porque não está enevoado; você sente a cena claramente, é o paraíso no futuro e é forte o suficiente, bela o suficiente , sedutora o suficiente para te mover até ela”.

         “Não precisa ensinar nada, está tudo pronto dentro, é só destravar o que nos está impedindo de sermos humanos”.    

domingo, 31 de outubro de 2021

CAP. 13/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

 CAP. 13/35                leitura - outubro de 2021

         .     Indicaram para ela buscar estágio na área de RH Recursos Humanos e ela partiu para isso.   Se empregou na TV Band.   Depois ela trabalhou na Catho, empresa forte na área de agência de empregos.

         A família dela ficou dividida quando ela começou a cogitar de largar o emprego para ser empreendedora social.   A mãe não apoiava, olhando para o lado da segurança financeira e o pai já apoiava sua nova iniciativa.

         A PwC que é uma grande empresa de auditoria precisou do conhecimento em RH da Patrícia.   Desenvolver competências para trainee egressos da Faculdade Zumbi de Palmares.     Demanda de grandes empresas buscando um pouco de equilíbrio na contratação de pessoal sem discriminação.

         Ela pelo traquejo em RH tem sido requisitada em palestras e participações no Programa Encontro com Fátima Bernardes da TV Globo.

         Ela disse que hoje em dia há inclusive uma certa pressão internacional nessa linha de não discriminar os afrodescendentes no mundo do trabalho.    Dentro desse contexto, conseguiu consolidar a EmpregueAfro no mercado.

 

         Bate papo com a Patrícia Santos

 

         O trágico episódio da circunstância da morte do norte americano George Floyd  (policial imobilizou ele no chão com o joelho e ele morreu asfixiado).    O caso reacendeu com força a onda contra o racismo no mundo todo.   A Campanha – Vidas Negras Importam tem sido mobilizadora pelo mundo afora.

         As empresas no Brasil ficaram mais atentas a essa questão do racismo.    A população negra daqui começou cobrar das empresas.   Cobrar oportunidade de emprego, de cargos, de produtos adequados aos pretos.   Mexeu com o mercado.

         A própria filósofa Djamila vendeu uma maior quantidade de livros do que todas as outras pretas juntas venderam até então.

         Fala de um dos contatos dela na Rede Globo como consultora.  Um dia no estúdio, na antessala, uma visitante perguntou “o que ela fez para chegar lá” (ser consultora).   Um ato de preconceito da pessoa que fez essa colocação.

         O que é o sucesso pra você?

         “Eu entendo que o sucesso é muito relativo, tem a ver com realização pessoal, com se sentir bem, fazer o que gosta, estar no seu caminho, cumprir sua missão”.

 

 

         Outra Humana de Negócios -  Carol Ignarra

         “Deficiência e abundância”.

         Carol é paulistana.   Um dia dirigindo sua moto, sofreu um acidente que afetou sua coluna e ficou paraplégica.   Foram um mês e meio de hospital e depois a fase de reabilitação dentro do possível.   Ela era estudante de Educação Física e tinha uma noção de anatomia humana e logo após o acidente ela percebeu a gravidade do seu caso.

         Fez inclusive reabilitação em Brasilia no Hospital Sarah que é referência no setor.    Lá há salas amplas onde pessoas em diferentes fases de reabilitação interagem e isso facilita a dar ânimo aos pacientes. 

         Lá ela conheceu outra paciente, a Tábata Contri que foi fundamental para ela retomar a vida com os novos desafios.

sábado, 30 de outubro de 2021

CAP. 12/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - editora Voo - ano 2020

12/35                leitura em outubro de 2021 

         Adriana trabalhou na Jovem Pan.  Fazia contatos de campo.   Conheceu por filmes, movimentos negros dos USA como os Panteras Negras e outros.

         Passou a frequentar o Movimento Negro Urbano em São Paulo.

         A Feira Preta, que ela protagonizou a formação, foi instalada em sucessivos lugares.  Eventos ao ar livre que às vezes eram afetados por chuvas, vendavais.

         Entraram, ela e a amiga Deise, rumo à profissionalização, com a Feira Preta na Artemisia que atua como aceleradora de negócios sociais.

         Casou, teve uma filha, separou.    A Feira Preta tinha altos e baixos.  Sufoco nas finanças.   Nessa fase, três lideranças negras foram escolhidas pela ONU Organização das Nações Unidas para celebrar a Década Internacional dos Afrodescendentes.  Pelo Brasil, a ONU convidou Lazaro Ramos,  Taís Araujo e Adriana da Feira Preta.

         No contexto do evento estava programado (como de fato houve) um jantar do grupo com o então Presidente Obama.    Esse evento deu grande projeção a Adriana e à causa que ela defende.  Em 2017 a Feira Preta teve programação de vinte dias e 27.000 pessoas.

         Êxito total, incluindo a conquista do retorno da Feira Preta à Praça Benedito Calixto.

         Bate papo do autor do livro com a Adriana

         Adriana fez terapia por longo tempo.   Acha que sem a terapia ela não teria inteligência emocional para dar conta das pressões da caminhada.

         “Está aí o grande desafio da minha vida:  viver bem e com propósito”.  Viver fazendo aquilo em que acredito.

         Na época do convite da ONU ela estava numa fase ruim no emocional e no financeiro.    Não tinha meios de fazer a viagem aos USA.

         Fizeram uma vaquinha para ela pelas redes sociais e se arrecadou o suficiente para bancar a viagem e a participação no evento da ONU.

         No retorno, foi capa da Revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios e em vários programas de TV.   A Feira Preta se fortaleceu muito.

 

Outra Humana de Negócios – PATRÍCIA SANTOS

“Passado ainda presente”.

         Empreendedora, já tinha contato com grandes bancos e multinacionais articulando empregos para talentos negros.  Muitos dos contatos, na Avenida Faria Lima em São Paulo, local onde se concentram os escritórios das grandes corporações nacionais e multinacionais.

         Ela lutava pela “EmpregueAfro”.    Cita o livro da filósofa Djamila Ribeiro:  Pequeno Manual Antirracista.   Neste livro a pesquisadora Joice Berth afirmou:   “Não me descobri negra; fui acusada de se-la”.

         Pesquisa DataFolha em 1995:  90% dos brasileiros pesquisados afirmaram não serem racistas.   Mas 87% manifestaram algum preconceito em relação à cor.

         “Para Djamila, existe uma explicação:   “O racismo faz parte do sistema e está tão enraizado que, muitas vezes, passa despercebido.   É impossível – ressalta a filósofa – não ser racista tendo sido criado numa sociedade racista”.

         “É algo que está em nós e contra o que devemos lutar sempre”.

         O EmpregueAfro foi lançado em 2005.   O lançamento foi na FATEC Faculdade de Tecnologia Tiradentes em São Paulo.

         Ela aos 20 anos trabalhou no setor de RH da TV Bandeirantes.   Começou a faculdade de Educação Física e durante o curso sugeriram que ela fizesse Pedagogia.  A família reclamou que ser professora ganharia muito pouco porque nosso povo não valoriza os professores.     Indicaram para ela buscar estágio na área de RH Recursos Humanos e ela partiu para isso.   Se empregou na TV Band.   Depois ela trabalhou na Catho, empresa forte na área de agência de empregos.

         Continua.... 

terça-feira, 26 de outubro de 2021

CAP. 11/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - História de homens e mulheres que (re) humanizaram o capitalismo - Autor: RODRIGO V. CUNHA - Editora Voo - ano 2020

 CAP. 11/35                leitura em outubro de 2021

         Veio e trouxe a bagagem de palhaço consigo.    O pai mesmo enfermo já articulou lá no hospital para o filho mostrar sua arte junto a crianças internadas no Incor.    Eram umas vinte crianças.    Foi essa a primeira apresentação de palhaço em Hospital no Brasil e ele em seguida montou o Projeto Doutores da Alegria.

         No dia que percebeu que seu pai, nove meses depois da primeira apresentação no Hospital onde fora internado, estava nos momentos finais da vida, ele prometeu para o pai que não regressaria aos USA e ficaria no Brasil ajudando a cuidar da família.    E assim fez.

         Em 1991 nasceu o Projeto Doutores da Alegria.   Aqui o personagem dele virou o Doutor Zinho.

         Em 2106 o Doutores da Alegria comemorou os 25 anos de atividade com uma bagagem de mais de 1 milhão de visitas a crianças pelo Brasil inteiro.     Inspirou em torno de 900 organizações semelhantes ao Doutores da Alegria pelo Brasil afora.

         Ele alerta que é bastante delicado se apresentar em hospitais.  Há que se seguir muitas regras e ter certas habilidades e cuidados que requerem treinamento.   Não se deve improvisar.

         Bate papo com Wellington 

         Hoje em dia ele fica na condição de Empreendedor Social.   É membro da entidade Ashoka e lá ele se enquadrou como Empreendedor Social.

         O Projeto Doutores da Alegria tem algo a ver com o sonho do pai dele, que queria o filho formado Médico.

         E o Wellington pelo Médicos da Alegria tem se apresentado inclusive na Faculdade de Medicina da USP.   Ele também tem proferido palestras para médicos e alunos de medicina da USP.

         Os males atuais:   “É todo mundo precisava.  Eu não sei mais onde começa e onde termina o Hospital.   Hoje a gente está cultivando doenças em uma série de relações pela vida”.   Então, na dúvida, tenha sempre um bestiologista por perto.

         “Eu aprendi, por exemplo, que é no local de trabalho que a pessoa se interna”.    “No mundo corporativo, tem muita gente doente e estressada...

         Segundo Wellington “a palavra trabalho tem raiz etimológica ligada a tortura (do latim tripaliu) que era um instrumento de tortura.

         “Se eu acredito em outra estrutura de trabalho.   Quero buscar implementar uma visão que seja mais coletiva, fluida e divertida.  Aí reside a força criativa mais importante.  

        

         Outra Humana de Negócios:    Adriana Barbosa

         “Da Praça Benedito Calixto para o Mundo”

         Ela é paulistana.  Aos vinte anos trabalhava numa gravadora.  Ela é preta e seu chefe era preto.   Quando ele deixou o emprego, ela foi despedida.    Sem emprego, se virou pela Vila Madalena com um pequeno brechó ambulante.  Expunha roupas em feirinhas.

         Um dia resolveram, ela e uma amiga, criar a Feira Preta em São Paulo.

         Eram muitas baladas na Vila Madalena nos anos 1990.  Por essa época a Unilever lançou o sabonete Lux Pérola Negra com um grande show no Parque Anhembi em São Paulo.

         Adriana e a amiga Deise passaram a frequentar o SEBRAE para articular a Feira Preta.  Foram conquistando patrocínios e apoio inclusive da Prefeitura de SP.    A primeira Feira Preta aconteceu na Praça Expedito Calixto no bairro de Pinheiros em SP.

         Inauguraram a Feira Preta com Show da cantora Paula Lima, preta que apoiava a iniciativa.

         Passados poucos anos, cassaram a autorização de realizar a Feira Preta em Pinheiros e ela supõe que tenha sido por discriminação.

                   Segue no próximo capítulo