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quinta-feira, 16 de junho de 2022

CAP. 08/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 08/20

 

         Havia pacto entre os britânicos e os rajás, dos britânicos governarem mas não se meterem na vida doméstica dos rajas e seus haréns.

           Uma passagem curiosa que destaca o uso da bombacha...   “três criados siques vestidos com camisa Achkam e calças bombachas, de turbantes”...

         Aos 21 de idade, o rajá, contrariando a lei inglesa, viajou ao exterior e levou sua segunda esposa disfarçada de criado na comitiva toda masculina.   Naquele tempo não havia o passaporte individual.   O rajá percorreu com sua comitiva vários países, mas na Inglaterra teve que manter a esposa escondida no hotel.

         Visita à França.    O jovem rajá tinha lido muito sobre a França, seus reis etc.    E tinha paixão pela arquitetura.   Os rajás da Índia tinham queda pela arquitetura e viam na construção de obras monumentais a forma de se imortalizarem no poder e na fama.    O rajá se apaixonou por Paris.  Sobre Londres diz  ...”me parece cinza, industrial, chata e feia”.

         Palácio de Versalhes (Paris) com sua galeria de espelhos.  O pé direito desse palácio tem a altura de doze metros.  Nele, a Galeria das Batalhas numa extensão de 120 metros ostentando telas sobre as batalhas.

         O rajá resolveu fazer um palácio no estilo francês até para se contrapor ao império britânico.   Contratou um arquiteto francês e seu palácio seria uma mini réplica do Palácio de Versalhes e do Palácio das Tulherias.

         Seu palácio teria 108 quartos com banheiros e água aquecida.   Elevadores elétricos (em 1908 por aí), teto de ardósia que viria da Normandia.

         Tempos da Europa curiosa com encantos da Ásia.  Época em que foram descobertos os templos de Angkor no Camboja, então colônia francesa.

         No seu reino o rajá  tinha suas limitações sociais pelos costumes e pelas normas britânicas e na França passeando e falando o francês fluente se sentia mais livre.

         O rajá visitou o Instituto Pasteur e conheceu pessoalmente o pesquisador Pasteur.

         Depois de Paris, foi de navio até Nova Iorque.   Em NY a imprensa ficou o tempo todo na cola dele e sua delegação.   Chicago estava em plena exibição de uma Exposição Universal.   Pela primeira vez esta exposição era nos USA.   Aberta por seis meses, recebeu 27 milhões de pessoas, equivalente à metade de todo o povo dos USA de então.  Ano de 1893.

         Nessa viagem longa, a esposa do rajá foi escondida e disfarçada de simples integrante da delegação, toda ela masculina.  E ela ficava trancada nos hotéis e não falava o idioma inglês nem francês.   Ela acabou caindo no alcoolismo.

         O rajá com quatro filhos, e foi encaminhando um a um para estudos na Europa.   Ele era chegado nas viagens.  Calcula-se que ele no cargo viajou um quarto do tempo do seu reinado.   Ele tinha que prestar contas inclusive de suas viagens.  No período de 1899-1900 ele gastou em viagens para a Europa, um quarto da arrecadação do reino.

         Ele seguia tanto o sistema europeu que uma vez cometeu com seu povo um sacrilégio, como sique, não faz barba e ele uma vez cortou a barba no costume ocidental.   “Os siques interpretaram isso como uma renúncia a sua religião e a sua identidade”.

         Mais adiante os siques adotaram a prática de raspar a barba também.

         Extravagâncias  dos rajás.    O deste romance, com mais destaque é ele ter feito um castelo no estilo francês para seu reino.

         Extravagâncias de outros rajás, marajás e nababos.

         Um rajá não deixou os trilhos do trem passarem pelo seu reino para evitar que passageiros de outras religiões comessem carne de vaca no restaurante do trem em seu reino.

         O marajá de Bharatpur nunca viajava sem a estátua do deus Krishna. Havia sempre um assento reservado para a divindade nos voos.   Os megafones do mundo inteiro repetiriam com frequência a mesma chamada:  “Ultima chamada, Sr Krishna, apresente-se no portão de embarque...”

         O nababo de Rampur, de grande cultura, “organizava competições de palavrões em punjabi, urdu e persa.    O nababo sempre ganhava.   Obteve seu recorde ao soltar vários palavrões e insultos durante duas horas e meia sem parar, enquanto seu rival mais próximo ficara sem vocabulário ao cabo de noventa minutos”.

 

         Continua no capítulo 09/20

terça-feira, 14 de junho de 2022

CAP. 07/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

CAP.07/20

         O príncipe cresceu cercado de criadagem.   Criado tocar o pé do príncipe em sinal de veneração.   Cresceu cercado de criados e professores.

         Quando jovem, começou a viajar bastante para o exterior inclusive para se distanciar um pouco da rotina de ser servido.

         Ele não conheceu o pai que vivia trancado no manicômio.   O pai morreu quando ele tinha cinco anos.    No falecimento do pai dele, havia carpideiras (choradeiras profissionais) servindo no velório.

         O reino desse rajá era pequeno – 600 km2 mas era muito rico porque o avô dele, numa revolução da Índia contra o domínio britânico ocorrido em 1857, seu avô ficou do lado dos britânicos.    Essa batalha é considerada pelos indianos como sua primeira guerra pela independência.   Só 90 anos depois, em 1947 é que conquistaram a independência.

         Até a revolução de 1857 na prática o poder estava com a Companhia das Índias Orientais, ente privado que tinha até exército para ajudar a manter a ordem das colônias.

         Após a batalha de 1857,  a coroa britânica resolveu assumir de fato o mando no Império e suas colônias.   Para isso, adotou para administrar a Índia com seus 300 milhões de habitantes de então, com apenas 130.000 ingleses na Índia, o pacto de dar garantia de segurança aos reinos (são muitos pequenos reinos que compõem a Índia) em troca dos reis locais cederem à coroa britânica o único título de Rei e os rajas ficaram como príncipes de seus respectivos reinos.   Então o Rei fica sendo o Soberano Inglês.

         Essa condição de proteção fez com que os rajás fossem se acomodando e se afastando do povo e se tornando gente de ostentar e de imitar os colonizadores.

         O avô do rajá na citada guerra ganhou mais terras que foram confiscadas pela coroa inglesa de rajás vizinhos adversários e essas terras foram anexadas às do rajá aliado.

         O jovem rajá deu um salto da idade média para outro patamar da civilização no seu reino.   Adotou inclusive vários costumes europeus.   Incluia caçar javalis com lanças.

         Por outro lado, ia ao Conselho de ministros com roupa de gala ancestral, montado num elefante bastante ornamentado, como de costume.

         “O bom relacionamento com os ingleses antepunha-se, assim, ao conceito de servir ao povo”.

         O príncipe nessa situação de assumir o poder tão novo e de não ter contado na infância da orientação do pai e governar se equilibrando entre as normas dos britânicos e as tradições do seu povo teve distúrbio de comer demais e engordar além da conta.   Aos dez anos de idade, pesava 100 quilos.   O médico indicou regime, mas estava difícil de cumprir e o menino dormia muito.    Ao ponto de correr o risco de morrer antes de ficar adulto e assim não deixar descendente para seguir no trono.   E nessa hipótese, abriria nova briga de família na disputa pelo trono.   

         Aos onze anos, pesando 130 quilos.    Casar aos 14.

         A busca em outros reinos, pelos seus emissários, de uma noiva nobre para ser esposa dele.   Uma pretendente de alta casta brâmane.   O dote e a união seriam efetivados quando os noivos atingissem a idade de 14 anos.   A noiva não sabia que o noivo era tão obeso.

         Casados, no começo não houve sexo entre ambos.   Ele, casado aos 14, aos 18 continuava com mais de 100 kg e nada de herdeiros.

         As práticas sexuais e o tradicional Manual do Kamasutra com todos os detalhes da relação sexual.

         O gordo rajá tinha ereção mas não conseguia copular por causa da enorme barriga.   Souberam que um cuidador de elefantes constatou que tais animais quase não se reproduziam em cativeiro.  Observador, notou que eles precisavam de uma posição muito especial.   Fez um pequeno relevo no chão e as elefantes fêmeas deitavam no local de um modo que a cópula dava certo.  Levou-se a ideia para o caso do rajá.   Um engenheiro da corte montou uma cama especial segundo as dicas do cuidador de elefantes e a engenhoca deu certo.   Assim o rajá, mesmo obeso, conseguia copular e viriam os descendentes.

         Uma das castas, a dos brâmanes, os sacerdotes hindus.   “Casta em troca de dinheiro:  a aristocracia dos brâmanes – os sacerdotes hindus – unia suas filhas com homens de linhagem duvidosa, desde que fossem riquíssimos”.

         “No começo do século XX, o sonho do rajá, compartilhado por vários colegas seus, continuava sendo o de encontrar uma mulher capaz de ser esposa e amiga ao mesmo tempo, e capaz de transitar em ambos os mundos – Oriente e Ocidente – com a mesma facilidade que ele”.

         Havia pacto entre os britânicos e os rajás, dos britânicos governarem mas não se meterem na vida doméstica dos rajas e seus haréns.

        

         Continua no capítulo 08/20 

sábado, 11 de junho de 2022

CAP. 06/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

CAP. 06/20

 

         A noiva Anita, perto da data do casamento, alterna momentos de euforia com outros de melancolia.  Incluindo saudade da família.

         O casamento deverá ser o mais marcante da sua vida e não terá parentes e amigos ali na ocasião.

         Cartas para a família demoram de quatro a seis semanas para chegar.

         Preparo da noiva no dia do casamento.    Banheira cheia de leite de burra morno.   Costume das antigas princesas mongóis do passado distante. Depois, massagem com óleo de gergelim.   As aias da massagem enquanto fazem seu trabalho, entoam cânticos.

         Anita vestida de noiva com o rigor destinado a uma princesa.   Carruagem dourada puxada por quatro cavalos brancos.   O noivo com traje sique, que é sua religião.    Turbante cor salmão (cor reservada à família real).

         Antes do rito em si, os noivos não podem se ver.  Costume do passado islâmico do tempo do domínio mongol na região, no qual os noivos só se conheciam no rito do casamento.    É costume indiano as famílias organizarem o casamento e decidirem sobre quem será a noiva.

         Marcha nupcial escolhida para o casamento: Mendelsshon.

         No siquismo não há clérigos.   Seguem o livro sagrado chamado Granth Sahib.   O siquismo nasceu no Punjab em oposição ao hinduísmo e ao islamismo.

         Os principais ritos sagrados dos siques são diante do citado livro sagrado. 

          “Aceitar esse livro como nosso mestre

Reconhecer a humanidade como uma só

Não há distinção entre os homens

Saem todos do mesmo barro

Homens e mulheres iguais

Sem mulheres ninguém existiria

Exceto o Senhor eterno, o único que não depende delas...”

..................

         ...”noivos que podem dar sequência ao ritual mais importante do ponto de vista religioso.   Os esposos põe-se em pé, segurando as pontas de um xale, dão quatro voltas ao redor do livro sagrado.   Depois o ancião convida os esposos a se reconhecerem oficialmente.   Lentamente, cada um deles afasta o véu do outro com sua mão livre”.

         No costume sique as mulheres casadas recebem como parte do novo nome o Kaur, ou seja, princesa.

         A outra parte do nome virá das quatro aberturas do livro sagrado pelo ancião e letras (quatro letras) formam o novo nome.   No caso de Anita, saiu Prem, significando amor.   Então o nome dela passa a ser Prem Kaur, Princesa de Amor.

         Um costume, um rito hindu, que no passado foi adotado na Índia por imperadores mongóis.     Uma grande balança de dois pratos.   Num se senta o rajá e no outro prato colocam barras de ouro até equilibrar com o peso do rajá.

         Esse ouro será gasto na compra de comida para distribuir aos pobres.   “É a maneira que o monarca tem de fazer que todos os seus súditos participem de sua alegria”.

         Noiva sobre um elefante super enfeitado, desfilando na cidade para seus súditos.   Ela se lembrou do casamento do rei da Espanha que ela assistiu deslumbrada.

         Pratos requintados do Punjab.   Perdizes com coentro, cubos de frango com gengibre, pedaços de queijo branco com espinafre.

         Na apresentação pelo rajá das suas outras quatro esposas à Anita.   A primeira esposa a observa muito bem, não sorri e foi o rajá se virar para o lado e a primeira esposa num lance, arranca a correntinha com crucifixo de Anita.    Renega o símbolo do cristianismo.

         O senhor do mundo

         Quando o rajá nasceu, houve salva de canhões e quarenta dias de festa.  Custo milionário e convidados ilustres.   Era o príncipe do trono.

         Incluiu esmolas para os pobres e anistia para 28 prisioneiros.

         Antes do nascimento dele, o pai chegou a ser internado num manicômio.

         Havia o astrólogo oficial do estado na época que nasceu o rajá.

         O nome do bebê: Jagatjit que significa Senhor do Mundo.

         O príncipe cresceu cercado de criadagem.   Criado tocar o pé do príncipe em sinal de veneração.   Cresceu cercado de criados e professores.

                   Continua

 

 

                   No capítulo 07/20  

quinta-feira, 9 de junho de 2022

CAP. 05/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

Cap. 05/20

 

         Ainda nos tempos de Paris, ela tendo encontrado o pintor Anselmo, o ex paquera, visitam juntos o  atelier de um conterrâneo dele que é bastante mulherengo.

         Ela percebeu que se o conto de fada que está vivendo ruir, tem os amigos dos tempos passados como consolo.

         Ela ao fim da aula de equitação se encontra com o rajá que aparece de surpresa, também a cavalo.   Vão ao hotel e ficam a sós.   Foi uma ocasião e fizeram sexo, que para ela era a primeira vez.

         Avançando no tempo, ela já na Índia, na estação de trem do final do percurso rumo ao reino do rajá.   Ao descer do trem, recebe tapetes vermelhos pelo pessoal do reino.   Recebe também uma guirlanda de nardo de flores brancas como boas vindas.   (o nardo seria a planta da qual a essência estaria na passagem bíblica em que uma mulher lava os pés de Jesus com os cabelos e a essência.

         Uma saudação típica do povo local:   Namastê!   No idioma hindi é uma saudação onde “eu me curvo diante de você”.  Uma reverência.

         As pessoas das boas vindas foram colocando guirlandas e mais guirlandas no pescoço de Anita.   Só depois aparece o rajá que estava oculto contemplando a cena da chegada e como seria.

         O autor esclarece que a Índia tornou-se puritana.... “e não é de bom tom mostrar os sentimentos em público”.    Coisa do começo do século XIX e influenciada pelos britânicos.     Cita as religiões.   A grande maioria segue o hinduismo, havendo várias outras como o siquismo, o islamismo e mesmo o cristianismo.    O siquismo do rajá tem ao redor de 2% dos indianos como seguidores.

         Sobre a época de influência britânica:   “ Agora, a moral imposta pelos colonizadores vê com maus olhos os assuntos de amor e sexo, principalmente entre homens e mulheres de raças e religiões diferentes”.

         Os oficiais ingleses não foram saudar a Anita pelas razões do credo e da raça dela.  Nos documentos dela que passaram pelo vice rei na Índia, conheceram a origem de Anita e o fato dela ser cristã.    Na Índia esse casamento (em 1907) é um escândalo perante as altas esferas do poder e da sociedade.

         “Desde que Kapurthala existe, é a primeira vez que um rajá se dispõe a fazer algo parecido”.    O casal entra num carro Rolls Royce do ano e partem para o palácio.   Marcar a data do casamento, só depois de consultar o Astrólogo oficial da corte.

         Moinhos com pedras, movidos por juntas de bois ou búfalos.   Moer trigo ou milho.

         Os moradores das aldeias coletam as fezes dos bovinos para secar e depois usam isso para acender o fogo na cozinha.

         ...” a cúpula branca da Gurdwara, o templo sique”.   Já o palácio é em estilo francês.   Isto nos domínios do rajá.

         O reino do rajá conta com 50.000 habitantes e área de 600 km2 e o povo é de maioria da religião sique.    Tem nesse reino a que vem ser a segunda escola em toda a Índia que tem aulas para meninas e em função disso, há atritos com os muçulmanos da região.

         No reino tem estação de caça.  Caças mais comuns são cervos, gamos e javalis.   Raramente, alguma pantera.

         A casa do rajá, com todo luxo, modelo italiano, cozinha europeia, tudo ocidental.   Água de beber, sempre vinda da França, na casa do rajá.

         No palácio, a dois, ela conta a ele que está grávida.  Foi uma alegria total.

         Anita recebe o seu sári (dois panos) que é para a vestimenta no casamento.  Ela ficou decepcionada.   O sári tem seis metros de comprimento por um metro e meio de largura.  Todo ricamente bordado.

         A aia, idosa experiente, lhe vestiu o sári e Anita gostou pela elegância e por disfarçar a barriga de cinco meses de gravidez.

         Casamento dia 28-01-1908.   Na Índia costumam casar principalmente no inverno.    Os astros....  “ventura de ter pelo menos três filhos”.

         “O rajá despedira-se dela até o dia do casamento, porque se acredita que traz má sorte o noivo visitar a noiva antes da celebração”.

         Outro costume comum na Índia – os homens lavadores de roupas, os Dhobi.

         Sobre os estrangeiros que lá vivem.   “Não se deve pedir a um criado que faça algo que se considere abaixo de sua casta ou que seja contrário à sua religião”.

         Preparada para a cerimônia do casamento – Uma centenária tenda de seda, ampla e cheia de tapetes, usadas sucessivamente pelos reis locais.

 

                            Segue no capítulo 06/20 

segunda-feira, 6 de junho de 2022

CAP. 04/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 04/20

        

         Durante o domínio britânico, não se admitia que os chefes locais fossem tratados como reis, pois o rei era o Britânico.   Vários rajás se intitulam filhos do Sol.   ...”quase todos os rajás são excêntricos.”

         “O povo os adora, porque vê em seus príncipes a encarnação da divindade”.

         Cavalos, camelos, elefantes, muito comum como animais de serviço.

         O povo indiano é cheio de histórias de reinos, batalhas e tudo o mais.

         “Histórias nas quais a fronteira entre a realidade e o mito é tão difusa que se torna difícil saber onde acaba uma e começa o outro”.

         Cidade de Agra   (que conheci, onde tem o Taj Mahal).   Foi a antiga capital do Império Mongol na região.    O Taj Mahal evoca a grandeza do amor e a insignificância da vida.   Feito pelo Imperador Mongol Shah Jehan, obra iniciada em 1632, é um mausoléu para honrar a memória da mulher por quem o imperador se apaixonara.   Ela era bem jovem quando ele a conheceu no bazar do palácio.   O rei se apaixonou e casou com ela e deu-lhe o nome de Mumtaz Mahal, que significa  “A escolhida do palácio”.   Mumtaz, depois de 19 anos de casados, morreu num parto ao dar à luz seu décimo quarto filho e na época ela tinha 34 anos de idade.

         O Taj Mahal é uma forma abreviada do nome dela, Mumtaz Mahal.

         Os corpos dela e do imperador estão sepultados nesse mausoléu.

         O autor destaca:    O caso do Taj Mahal que mantem unidos o casal real não deixa de ser um paradoxo, já que eles viviam sob uma religião na qual era permitida que o homem tivesse várias esposas.

         O autor fala do Imperador Mongol cujo império se estendia inclusive à Índia quando o Taj Mahal foi edificado.

         “O imperador Shah Jehan encontrou um pobre consolo em sua grande paixão, a arquitetura.   Estava obcecado por construir, como se, tendo vislumbrado, com a morte de sua mulher, a fragilidade da vida, adivinhasse também   a fragilidade do seu império”.

         Para combate-la, dedicou-se a erguer monumentos capazes de sobreviver às tempestades da história”.

         Encheu de árvores o percurso de 600 km entre Agra e Delhi, ficando como se fosse uma imensa avenida.

         A região do Punjab é um dos solos mais férteis da Índia.  Fértil e bela, sendo considerada o celeiro do país.

         Anita quando em Paris provou o vestido feito para ela.   “Começou a achar-se bonita e gostou disso”.      ... não parecia mais uma dançarina de Café Concerto.    “parecia uma princesa”.    Ganhou do noivo uma bolsinha com moedas de ouro.

         Depois que ele saiu, a irmã perguntou o que Anita faria com o dinheiro. A resposta: - Vou comprar uma boneca.  Disse sem pensar duas vezes.

         Capítulo 10 – O rajá dedicado à namorada

         “Porém era uma situação difícil de racionalizar.   Apaixonara-se por uma espanhola, quando era fascinado por tudo o que fosse francês”.

         O rajá escrevia-lhe e mandava telegramas.

         Anita nos estudos e nos esportes e artes indicados pelo rajá.   Foco no idioma para se comunicarem.

         Paris...   ...”o costume francês de comer o cordeiro quase cru ou a lendária antipatia de alguns parisienses.

         Ir assistir um espetáculo teatral na Ópera de Paris e comprou um binóculo para melhor ver algum detalhe do espetáculo.

         Seis meses a família de Anita morando em Paris esperando o casamento dela.   Tem momento em que passam a ter alguma dúvida se ele continua interessado em Anita.

         Um dia Anita encontra seu ex paquera, o jovem pintor Anselmo, na rua em Paris.   Jantam juntos na casa dela e ele conta as novidades da Espanha.   Ele, Anselmo, diz para Anita que alugou em Montmartre (local em Paris) um quarto no sexto andar, sem elevador e que tem goteira.   E convidou-a para ir morar com ele.

 

                            Continua no capítulo 05/20

CAP. 03/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 Cap.03/20

         O rajá, em reservado, fala de um dote generoso à família de Anita.   E diz que tem quatro esposas e filhos grandes e isso é por tradição e não lhes deixa faltar nada.   E que moraria num castelo com Anita, os dois, no modo de um casal ocidental.

         “Expliquem tudo à Anita e se ela aceitar a situação, farei todo o possível para fazê-la feliz”.

         Um amigo da família de Anita, escritor, investigou a vida do rajá e recomendou o casamento.

         Voltando ao caso do casamento real da Espanha, que ocorreu num dia 31 de maio e por casualidade eu estava lendo essa passagem num dia 31-05.

         Em Madri, a comitiva do casamento passando perto da Porta do Sol e do Hotel Paris.     Alguém jogou de uma sacada, um buquê de flores com uma bomba escondida para acertar a carruagem dos noivos.    A bomba enroscou num fio da rede elétrica e caiu no meio da comitiva, mas não na carruagem do rei.     Resultou em vinte e três mortos e muitos feridos.

         O catalão Mateo Morral foi o autor do atentado.   Se suicidou depois do atentado.   Era filho de um industrial do setor têxtil e era anarquista.    O atentado acabou com as cerimônias festivas do casamento real.   No outro dia o rajá foi embora, já que veio para esse evento com nobre convidado.

         Na Índia, já Anita no hotel.   Seis da manhã, o chá da manhã, no costume britânico divulgado na colônia.   Depois, mais tarde, o café da manhã completo do hotel.   Ela aprendeu a tomar chá com um pouquinho de leite e um torrãozinho de açúcar.

         Ela aos 17 de idade e o rajá com 35.   Ela mal sabia ler e escrever.   O dote foi de cem mil francos, o que era uma fortuna em 1907.

         O grupo de intelectuais que frequentava o Café no qual Anita dançava conspirava para ela aceitar o dote e o casamento.  Só o apaixonado pintor Anselmo, ficava distante disso, pois amava Anita.

         O casamento para a mãe de Anita:  “Era melhor partido que o pintorzinho que vira e mexe rondava sua filha como uma mosca”.

         Dom Angel, pai dela, foi ficando cercado em sua posição relutante ao casamento.

         A mãe tentou, analfabeta funcional que era, mesmo mal sabendo escrever, rabiscar uma carta ao rajá.   Os intelectuais viram a carta e de tão mal escrita, eles às escondidas fizeram a versão deles e “assinaram” com o nome de Anita.   Postaram a carta ao rajá.        

         Capítulo 8    - Cidade de Bombaim, Índia, novembro de 1907

         Anita na Estação ferroviária local.   Um prédio monumental.   Na estação, gente para todo lado e os prestadores de serviço, inclusive os limpadores de orelhas das pessoas.

         Há vagões para vários tipos de passageiros.  Os de menor classe, levam gente até com galinhas ou cabritos no colo.    E pode haver homens viajando sobre o teto do trem por não pagar passagem.

         Na chegada à estação na qual desembarca, o cumprimento dos criados à futura rainha.   Os criados se prostram, colocam uma mão no pé da Anita e depois colocam a mão na própria testa.

         Sol.   Os indianos chamam-no de Surya e o veneram como a um deus.  A viagem de trem durou dois dias.

         O emissário do rajá tinha antes transferido a família de Anita para morar em Paris.

         No trem já mais ao norte da Índia.   Plantações de mostarda com flores amarelas.   Agricultores com seus búfalos puxando instrumentos agrícolas.

         Paris – perto das joalherias como a Chaumet ou Cartier.    No hotel em Paris, ele chega e fala com Anita em espanhol fluente.  Fala uma frase que decorou especificamente para a ocasião.   Era um poliglota, mas não dominava o idioma espanhol.

         Providenciou cabeleireira e costureira para Anita.   Queria que ela aprendesse francês, inglês, equitação, tênis, piano, desenho e bilhar.    Isso na França, antes de embarcar para a Índia.

         A família de Anita, frente ao garçom e ao rajá, bebeu a água morna que era para lavarem as mãos antes da refeição...

         O rajá resolveu separar Anita e sua governanta para que a noiva tomasse aulas também de etiqueta e aprender mais rápido o francês.

         Capítulo 9

         Em 1907 a Índia ainda era colônia britânica, mas tinha parte do seu território sob domínio britânico e uma área de um terço do país era comandado por 562 estados independentes.   Já a parte sob domínio britânico se compunha de 14 províncias.   Na parte independente, os rajás administravam seus estados mas sempre tutelados pelos ingleses.

         Rajá, palavra proveniente do idioma Sânscrito e tem dois significados ao mesmo tempo.   É o que governa e o que tem que agradar.

         Em sânscrito, Maha, significa grande.  Assim, um Maharaja é literalmente um grande rajá.

                  

                   Continua no capítulo 04/20

domingo, 5 de junho de 2022

CAP. 02/20 - fichamento do livro (romance histórico) PAIXÃO ÍNDIA - autor: Antropólogo e escritor JAVIER MORO - leitura em maio/junho de 2022

 CAP. 02/20

 

         Anita é recebida por Inder Singh, emissário do rajá.

         Ela residia em Madri quando foi pedida em casamento pelo rajá.

         Inder, o mesmo que um dia foi até a casa de Anita entregar uma carta de amor do rajá, o que mudou a vida dela.

         Em Bombaim, estão a uns dois mil quilômetros do reino do rajá.  Uma viagem de trem e depois mais duas horas de carro até o palácio do rajá.

         O Hotel Taj Mahal em Bombaim é em estilo vitoriano, projetado por um arquiteto francês.    Em 1904 o hotel com “elevadores elétricos”, orquestra permanente.   No hotel, lojas com sedas e outros itens de luxo.  O único de alto padrão de Bombaim que abre a todos os públicos.  Os outros de luxo só abrem para os brancos.

         Capítulo 3 -   Vacas andando pela cidade.   Como se sabe, são animais sagrados para o povo da Índia.    E os rickshaws, aquelas bicicletas com banco para dois passageiros atrás.     Andando pela cidade, um muçulmano fala sobre as vacas:   “Nós as comeríamos de boa vontade, mas para os hindus, a vida de uma vaca vale mais que a de um homem”.

         Bondes de dois andares – herança britânica – em Bombaim em 1904.

         Em 1904 o indiano natural de Bombaim, Rudyard Kipling ganhou o Prêmio Nobel de literatura.

         A Índia foi destaque também na produção de seda e tecidos de seda e de outros materiais.

         A cidade de Bombaim que Anita vê:  “Muito rica e muito pobre”.

         Sobre as Torres do Silêncio  num lugar alto de Bombaim.   Lugar de orações “onde os parses celebram seus ritos funerários”.    Seguidores de Zaratustra ( o zoroastrismo) um sacerdote do leste da antiga Persia... uma das religiões mais antigas da humanidade.

         No passado remoto, os parses, reprimidos na Pérsia pelos muçulmanos, migraram para a Índia.    Os parses não enterram nem cremam seus mortos.  Colocam os mortos de forma ritual sobre os mármores das Torres do Silêncio e em instantes, abutres e corvos os devoram.   Assim, na crença deles, a pessoa retoma nova vida daí em diante.

         Há pessoas exclusivas para o rito de recolher os ossos dos defuntos e lança-los ao mar.

         Anita teve um desmaio no restaurante do hotel em Bombaim.   Examinada pelo médico, o diagnóstico:   ela estava grávida.    Foi do caso que teve com o rajá em Paris.      E isso explica o enjoo que teve a viagem toda, mesmo em tempos de mar calmo.

         Ela imagina o quanto o pai iria ficar decepcionado se soubesse da aventura da filha antes do casamento.   Ele obcecado pela honra da família.

         Ela lembra do veredito do pai:   “Se não tem casamento, não tem Anita”.

         O pai de Anita sempre foi muito pobre.    Houve na Andaluzia anos de problemas de clima e de pragas nas lavouras e agravou a pobreza do povo.

         O rei foi lá em solidariedade mas ficou por isso mesmo.   A família Delgado, de Anita, tinha um Café na cidade e foram ficando sem clientes e decidiram vender o estabelecimento e migrar para Madri.

         Em Madri, o pai procurando emprego.  Anita conseguiu aulas de dança de graça.    “Ensaiavam diariamente sapateado e castanholas e o faziam escondidas do seu pai...”

         Um Café Concerto estava contratando bailarinas como figurantes e foram recrutar na escola onde Anita e a irmã Vitória eram alunas.    Foram convidadas a atuar por contrato, mas o pai delas ficou muito furioso.   A mãe ponderou que o dinheiro deles estava no fim e o emprego das filhas era uma necessidade.   Assim foi e estas passam a sustentar a família em Madri.

         No caso da gravidez, a mãe aceitaria.   Faria um drama, mas aceitaria.  “Era uma mulher prática e resignada, cansada de lutar contra a miséria”.

         Capítulo 5 -     Anita está há cinco meses do parto (já na Índia), longe da mãe e da irmã.    Tem medo de ser rejeitada pelo rajá.

         “A única coisa que tem certeza de verdade é do amor incondicional de seu pai, porém ela o traiu.   Por isso não consegue dormir”.

         Casamento  do rei da Espanha com uma nobre inglesa.  Ele, Alfonso XIII.   Entre os convidados ilustres, desfilava sua alteza o rajá Jagatjit Singh do reino de Kapurthala.

         À noite no Café, Anita e a irmã iriam se apresentar no palco entre os espetáculos da casa.      ... saia curta, armada, cor de fogo...

         Anita, a irmã e a mãe num almoço num hotel chique a convite do rajá que assistiu a dança dela.  Ele fala seis idiomas.  Tinha viajado pelo mundo afora e era 18 anos mais que os 17 de Anita.

        

                            Continua no capítulo 03/20