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quarta-feira, 7 de junho de 2023

CAP. 08/25 - fichamento do livro - UMA GUERRA CONTRA O BRASIL - sobre a Lava Jato - Autor: EMÍLIO ODEBRECHT

 capítulo 8/25

 

         Pagina 65 -  Abuso de autoridade, a principal arma dos procuradores federais

         Dia 01-12-21 a Folha de São Paulo noticiava que um juiz do STJ considerou que em vários processos da Lava Jato havia crime eleitoral e deveriam ser julgados pelo TSE e que Moro não era competente para as decisões.

         O juiz do STJ declarou: “Reconheço a incompetência da Justiça Federal para processar e julgar o presente feito”.   

         Os policiais federais nas buscas em 2015 se precisavam de acesso a determinados setores das empresas, entravam em contato por WhatsApp com Moro e pelo próprio Zap recebiam o respaldo do juiz para agir.

         O justiceiro Sergio Moro em ação

         Quando Emílio faz contatos com advogados para defenderem a Odebrecht em Curitiba, eles afirmaram a mesma opinião:  “a Lava Jato não é um processo judicial.  É um processo midiático”.

         As ações da Vara do Moro     ...”sem nenhum controle e de certa forma, protegidos pelo TRF4 de Porto Alegre que se comportava como se estivesse refém das decisões de Curitiba”.      Página 72

         Frase da advogada criminalista Luiza A.V. Oliver, mestre em Direito Penal pela NY University no livro O Livro das Suspeições, página 235:

         “O mal dos justiceiros é que, a pretexto de fazerem o bem, desviam-se da lei para, ao fim e ao cabo, imporem seu próprio código de moral, o que subjetivamente entendem ser o certo”.

         Na escalada que alimenta o ódio deles, a Odebrecht vira “case” nos USA.

         Emílio diz que ouviu de um dos procuradores da Lava Jato sobre as prisões para forçar delações:    “Passarinho na gaiola canta mais do que solto”.

         Moro tinha consciência da fragilidade jurídica de grande parte de seus atos, e por isso usava sentenças e decisões para conquistar a opinião pública, dando-lhes completa publicidade...”

         ...”fortalecia a força tarefa e amedrontava ainda mais os tribunais superiores.”

         Antes da Lava Jato, em 2009, Moro participa de evento em Fortaleza na conferência anual da Polícia Federal.   Ele era convidado assim como a procuradora americana Karina Moreno-Taxman, que  atuava na Embaixada dos USA no Brasil.    No discurso dela, o eixo da estratégia:   “A disseminação do ódio”.    “Em caso de corrupção, você tem que correr atrás do rei de uma maneira sistemática e constante para derruba-lo.     Para que o judiciário possa condenar alguém por corrupção é necessário que o povo odeie essa pessoa.”

         “Naquele tabuleiro da política do xadrez o rei é Lula”.

         Dirigentes das empreiteiras presos.  Pressão psicológica neles e nos familiares deles.        ...”nos calamos.  Não denunciamos, então, o que ocorria na cela de Curitiba”.

         Na época o Grupo Odebrecht entre empregados diretos e terceirizados, tinha 250.000 pessoas.   Estes e seus familiares somariam ao redor de um milhão de pessoas.

        

         Continua no capítulo 09/25

segunda-feira, 5 de junho de 2023

CAP. 7/25 - fichamento do livro - UMA GUERRA CONTRA O BRASIL - autor: EMÍLIO ODEBRECHT - sobre a Lava Jato

cap. 07/25

 

         Na operação chamada pela Lava Jato de Juizo Final (sétima fase):  

         Numa só vez, ela colocou 300 policiais federais para buscas e apreensões em seis estados.  Tudo de forma midiática.

         Levaram presos os dirigentes de quase todas as empresas citadas.

         Empresas que ficaram desorientadas sem seus dirigentes e na pressão vem as deleções premiadas.

         A CPMI mista da Petrobras no seu relatório final recomendava ao MPF o indiciamento de 52 pessoas por irregularidades.     “Nenhuma delas pertencia à classe política, integralmente poupada no relatório final da CPMI”.

         Reflexões sobre o Caixa 2 do Estado Novo aos dias de hoje

         Caixa dois para campanhas políticas no Brasil vem de longa data.

         “... nem sempre essa opção é dos doadores.   Na maioria das vezes, quem recebe prefere que aquela doação seja mantida no anonimato...”

         Na Odebrecht  ...   “atendemos... desde que houvesse alguma identidade entre o seu ideário e o nosso...”  (como leitor, eu diria “interesse”)

         Na Lava Jato...  empresários encarcerados e ameaçados...     “Por essa razão, delações e condenações vem sendo anuladas e processos criminais arquivados por absoluta falta de provas”.

         “A mídia brasileira comprou a tese e a difundiu com vigor”.     Mesmo doações feitas dentro da lei, declaradas e aprovadas pela justiça eleitoral, a Lava Jato considerava propina disfarçada.      ...”dissimulação de suborno”.

         Isso foi só desmascarado pelo STF em abril de 2021 no processo envolvendo Lula.    (foi após a Vaza Jato que desmascarou a Lava Jato)

         Uma fábrica de delações se instala nos “Porões da PF em Curitiba.  Em 2015 na Lava Jato o PGR Procurador Geral da República Rodrigo Janot requer ao STF a abertura de uma série de inquéritos.   Referentes a 57 pessoas...   “com derrubada de segredo de justiça – ou seja, mesmo sendo inocentes, ou meros suspeitos, todos deveriam ter seus nomes expostos à opinião pública”.

         O Ministro do STF Teori Zavascki autoriza ações com quebra de sigilo.   Todos acusados na mira da república de Curitiba.     “Espetáculos matinais na TV da polícia federal prendendo “poderosos...”

         ...”a execução dos autos (prisão) era precedida de dramaturgia de cinema, com batalhões de homens em roupa de camuflagem, rostos cobertos por máscaras negras e armas pesadas nas mãos...”

         Seis da manhã era o horário das prisões.    Estratégia para “abastecer os noticiários e internet.”

         “O filé mignon em geral era a prisão de um figurão – era exclusiva da TV Globo, que abria o Jornal Nacional com a notícia mais importante”.

         A TV Globo criou até aquele cenário das tubulações enferrujadas com o dinheiro público indo para o ralo ( o chamado propinoduto) .   Todo dia aquilo.

         Prendiam mais nas sextas feiras porque daí os tribunais estavam fechados para o fim de semana e os detidos ficavam mais tempo presos.   E os noticiários fazendo estardalhaço.

         Os presos da Lava Jato, como prática específica contra eles, eram seguidamente revistados na cela mesmo à noite como forma de humilha-los e fragiliza-los.

         “O apoio  constante e destacado dos grandes meios de comunicação foi um dos pilares da Lava Jato...”       ...”juiz e força tarefa atuando em parceria, numa demonstração escandalosa de que havia um novo código penal ao qual eles obedeciam – aquele que fora criado por eles próprios e no qual o direito à defesa e o respeito aos direitos humanos não tinham sido contemplados”.

 

         Continua no capítulo 8/25        

sexta-feira, 2 de junho de 2023

CAP. 06/25 - fichamento do livro - UMA GUERRA CONTRA O BRASIL - Autor: EMILIO ODEBRECHT - sobre a Operação Lava Jato

 capítulo 06/25 

 

         A origem da Lava Jato era para punir lavagem de dinheiro com ajuda de doleiros.    O principal doleiro visado era Alberto Youssef.    O mesmo que no passado era o pivô dos doleiros no Caso Banestado quando foram desviados bilhões de dólares para o exterior.

         Como fachada, o  grupo de lavagem de dinheiro usava uma rede de postos de gasolina e de lavagem de veículos.

         Houve sucessivamente ao redor de 80 fases na Lava Jato, já com metas diversas do objetivo inicial que era combater a lavagem de dinheiro.

         Três dias após a primeira operação, no dia 20-03-14, prenderam Paulo Roberto Costa, diretor de Refino da Petrobras.

         O doleiro Alberto Youssef descobriu que sua cela na PF de Curitiba foi grampeada por gente da própria PF.  Um procedimento ilegal.

         Em maio de 2014, o Senado abre uma CPI para tratar da Lava Jato.  Deu mais visibilidade à operação.   Chamaram de CPI da Petrobras.

         Dia 19-5-14, com base em requerimento dos advogados de Paulo Roberto Costa e demais envolvidos, o juiz do STF, Teori Zavascki, concedeu liberdade provisória a ele e mais dez presos.   Os advogados alegaram que as acusações envolviam deputados federais e isso fugia da jurisdição do juiz Moro que era de primeira instância.   Teria que o caso ser conduzido pelo STF.

         Teori, do STF, determinou que os processos da Lava Jato fossem transferidos todos para o STF.    (lembrar que Teori morreu num desastre de avião...)

         Moro já era um personagem nacional e sua “jurisdição” na prática passou a seguir por esse caminho.  Ele já tinha para si a opinião pública.

         Moro em 2012 já tinha trabalhado ao lado da Ministra Rosa Weber do STF no caso do Mensalão.  Isto por sua experiência  no direito criminal.

         Houve em paralelo no congresso a CPI do Senado e a CPMI envolvendo Câmara Federal e Senado com foco na Lava Jato.

         Uma caça às bruxas.

         Paulo Roberto Costa voltou a ser preso por decisão do Moro.

         Tempos depois, mudam de advogado de Paulo.  Agora é a advogada Beatriz Cata Preta, a especialista em delações premiadas.

         A lei das delações premiadas:   “Promulgada pela então presidente Dilma, sob pressão do governo dos USA e do próprio FBI, o qual até mesmo enviou agentes ao Brasil  para ajudar na aprovação da lei 12.850/13.

         Na delação premiada, Paulo R. Costa acusa de receber propina da Petrobras, três governadores, 6 senadores, um ministro e ao menos 25 deputados federais.   Propinas em contratos entre a Petrobras e seus fornecedores.

         Moro e Dallagnol passaram a usar a delação premiada de forma ampla.

         Veio a delação premiada de Alberto Youssef, o doleiro.   Um fato notável.    O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defendia Youssef, deixou de defende-lo quando ele optou pela delação premiada.

         Kakay antes de abandonar a causa de Youssef pedia a anulação de todas as provas da Lava Jato afirmando que estas haviam sido obtidas de forma ilegal.

         “Além disso, acusava Sergio Moro, de portar-se com parcialidade no trato da operação”.

         Segundo Kakay, “Moro optara por ser simultaneamente investigador, promotor, magistrado e algoz de cada acusado, o que reputava como postura aberrante da parte do juiz”.

         Mais adiante isso tudo ficou comprovado de modo geral.

         Acéfalas e sem comando, empresas eram obrigadas a paralisar suas atividades.

         A Lava Jato deu o nome de Juizo Final à sua sétima fase.   Numa sexta feira, 14-11-2014, véspera do feriado da República.   Pega a quase totalidade das grandes empresas de engenharia do Brasil.   Camargo Correa, OAS, Mendes Junior, Engevix, Galvão Engenharia, UTC, IESA, Queiroz Galvão, Constran.   A Odebrecht é também atingida mais uma vez.

        

         Continua            cap. 07/25

quarta-feira, 31 de maio de 2023

CAP. 05/25 - fichamento do livro - UMA GUERRA CONTRA O BRASIL - autor: EMILIO ODEBRECHT - (sobre a Operação Lava Jato)

capítulo 05/25                maio de 2023

 

         “Os presos, infelizmente, estavam incomunicáveis...”.   Transportados de São Paulo para Curitiba em jato da PF, foram o tempo todo algemados.

     “O que parecia essencial ali não era a operação em si, mas torna-la um escândalo público.   Era preciso fazer estardalhaço, semear manchetes para a mídia, chamar a atenção do Brasil”.

         Assim foram as demais fases da Lava Jato também.    Os da Lava Jato queriam mais do que as leis, queriam torcida para agirem acima da lei.

         Emilio em 2015 já estava afastado da administração da Odebrecht há mais de dez anos.   Era seu filho Marcelo Baia Odebrecht que exercia a presidência do Grupo.   Emilio após deixar o comando executivo ficou na Presidência do Conselho  de Administração.

         Em 2015 Emilio estava com 70 anos de idade.    Ficam sequelas emocionais às pessoas detidas assim como foi descrito.

         Sofrimento pelas prisões e pela exposição exagerada do caso na mídia.  Pressão por delações.   “Não importava se fossem verdadeiras ou não, exageradas ou distorcidas.   Bastava que servissem aos objetivos de Moro e sua equipe de procuradores.

         Antes das prisões, a Lava Jato já tinha interrogado os dirigentes da Odebrecht e pedido documentos.   Sempre foram atendidos e os dirigentes se prontificaram a prestar novos depoimentos.   “Ofertas que jamais receberam sequer uma resposta de Moro”.

         O fato é que contra os presos não havia provas e não há.   Prender para pressionar por delações em busca de eventuais provas é uma inversão no procedimento.   “Quer dizer que a Lava Jato fazia prisões com o objetivo de arrancar confissões- é isso?”

         Pelo lado jurídico, teria que ter provas antes e só depois prender se for o caso.

         Naquelas circunstâncias, só uma pessoa tinha como assumir o comando da defesa: eu.      ...”começamos a nos organizar para suportar o maremoto que desabava sobre nós”.   (pessoas e empresas).

         Emilio se mudou para São Paulo para tomar providências e a expectativa era de que as prisões seriam de curta duração até pela fragilidade das acusações.

         ...”infelizmente a saída de Marcelo do regime fechado ainda demoraria dois anos e meio para ocorrer”.

         Certas decisões de Emilio chegavam inclusive a desagradar Marcelo Odebrecht, seu filho.    Emilio...  “aprendeu com o pai .... “converter adversidades e crises em fontes de aprendizados e a enfrenta-las de maneira estoica.”

         Na ocasião das prisões, o grupo Odebrecht tinha 180.000 colaboradores.     Na carta de Emilio aos colaboradores no dia das prisões...

         “Não se deixem abater, pois estaremos todos juntos neste momento de dificuldade”.

         Capítulo – A fúria do juiz que julga réus segundo seu humor do dia.

         Na ocasião das prisões, o Grupo Odebrecht tinha 70 anos de atividades, 15 áreas de negócios e mais de cem empresas.    Atuando em 21 países.

         A ruidosa estreia da Lava Jato: num só dia, 129 mandados , prisões e conduções coercitivas.    Início da Lava Jato dia 17-03-2014.

         “A prisão temporária no Brasil, por lei, é um encarceramento que pode durar cinco dias, prorrogáveis por mais cinco”.    Já a prisão preventiva é a constrição máxima que alguém pode sofrer antes de ser julgado; pode durar meses.

 

                   Continua no capítulo 06/25

segunda-feira, 29 de maio de 2023

CAP. 04/25 - fichamento do livro - UMA GUERRA CONTRA O BRASIL - Autor: EMILIO ODEBRECHT - (Sobre a Oper. Lava Jato)

 capítulo 04/25

  

         O juiz do Mãos Limpas diz que não dá para comparar o caso italiano do caso da Lava Jato.   Fundamental:   Lá o juiz da causa não virou político.

         ...”os protagonistas principais da Lava Jato confirmaram a mais grave acusação que se faz contra eles:  a de que a operação se transformou objetivamente em valiosa força auxiliar da extrema direita brasileira...”

         Fim do Prefácio feito pelo Diplomata Rubens Ricupero dia 13-10-22

         Parte I   - página 27 -   Autor:   Emilio Odebrecht

Um dia para não esquecer:  A PF bate às portas da Odebrecht

         O dia foi 19-06-2015.      Dona Regina, esposa do Sr. Emilio que recebeu telefonema avisando da ação da PF.   A família estava na Fazenda no sul da Bahia preparando a festa junina para dali dias, uma tradição da família.

         Era a 14ª fase da Lava Jato e nesta o alvo era o Grupo Odebrecht.   Quem ligou foi o filho Marcelo que mora em São Paulo.   A casa dele foi vasculhada por nove integrantes da PF.  Busca e apreensão e levaram Marcelo Odebrecht preso.   Prenderam ele e mais quatro diretores da empresa.

         No mesmo momento a PF também fez busca e apreensão na Empreiteira Andrade Gutierrez, levando preso o presidente desta e alguns executivos.

         Marcelo Odebrecht era desde 2009 presidente do Grupo Odebrecht.

         ...”Foi rápido, portanto, o telefonema de Marcelo.    “Não obstante, permanece, até hoje, como um dos mais dolorosos telefonemas que recebi em toda minha vida”.

         A PF apelidou esta fase de Erga Omnes, ou seja,  “Vale para todos”.

         “A acusação foi a de sempre:  participação de ambas as empresas em esquemas e corrupção e fraudes de licitações da Petrobras”.    Acusados de ter depósitos em contas no exterior em nome de diretores da empresa.

         Acusações sem provas.   “Nada, zero”.

         No caso da Odebrecht, houve buscas e prisões em quatro estados: SP, RJ, MG e RS.   Vários casos de prisão preventiva que só teve fim com a delação premiada.

         Delações premiadas, a maior parte obtidas à força...

         “As pressões exercidas sobre os presos eram para que dissessem o que os procuradores queriam – ou precisavam – ouvir para compor o tabuleiro de xadrez de seus diversos objetivos”.

         Os presos foram levados para a PF de Curitiba, cidade da 13ª Vara da Justiça Federal sob a batuta do juiz Moro.

         “Em despacho público, Moro atacou os aprisionados – legalmente, até então, todos inocentes.”

         No despacho Moro afirmava “parecer inviável que os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez não soubessem da suposta corrupção”.

         Foi assim um “julgamento subjetivo em que parecer – se transforma em certeza...”

         “O lapso verbal expunha, a quem quisesse ver, um prejulgamento decorrente do conluio entre o juiz Moro e os procuradores.”

         Os detidos foram “conduzidos em vara, ou condução coercitiva, e no Direito consta que isso só é aplicável a quem foi convocado a comparecer em juízo e se negou a se apresentar após duas convocações.      ...” a ilegalidade desse procedimento só foi reconhecida na fase final da Lava Jato”.

         Sob ataque:  A Lava Jato não quer justiça, quer escândalo público.

         Emílio e esposa voando para São Paulo para as providências.  Tensos por haver prisão do filho e o transtorno disso à família do filho e dos diretores presos.

         “Os presos, infelizmente, estavam incomunicáveis...”.   Transportados de São Paulo para Curitiba em jato da PF, foram o tempo todo algemados.

        

         Continua no capítulo 05/25

domingo, 28 de maio de 2023

CAP. 03/25 - fichamento do livro - UMA GUERRA CONTRA O BRASIL - autor: EMÍLIO ODEBRECHT (lançamento recente - maio 23)

 capítulo 03/25

 

         Sobre a Operação Mãos Limpas na Itália nos anos 90:   O jornal    ...”aponta como um dos erros da acusação não ter sabido distinguir entre financiamento da política e enriquecimento pessoal”.   Fala da jornalista italiana Michele Brambilla   (jornal Il Giorno).

         ...”recente..  o próprio juiz Di Piero admitiu em entrevista que se teria registrada uma  degeneração do sistema inquisitivo, consistente na atitude de que agora primeiro se prende o assassino e depois se procura o morto, isto é, considera-se alguém culpado antes de encontrar o crime de que é acusado”.

         “A justiça, de recurso se converteu em problema, talvez o problema”.

         O impacto mais grave, contudo, se manifestou na esfera da sociedade e da política:  “nasceram naquele tempo a antipolítica, o rancor, o ódio social, o conspirativismo”.

         Já o juiz Gherardo Colombo que atuou no caso da Loja Maçônica P2 da Itália, atualmente aposentado, declarou no jornal Il Giorno:   “até sob o aspecto penal, tudo terminou em muito pouco”.   “A cultura não se muda via processos penais”.    “Melancolicamente observa o jornal que, trinta anos depois, a política italiana nunca se recuperou”.   Após a Operação Mãos Limpas.

         Nem pessoas com envergadura para pleitear o comando da Nação italiana tem surgido depois da citada operação que ocorreu nos anos 90.

         Os tradicionais partidos derreteram e surgiram agremiações separatistas, xenófobas, anti-imigrantes, neofascistas.    O Fratelli d´Italia é neofascista.

         O Berlusconi surgiu nessa leva após Mãos Limpas.   Justo Berlusconi que teve duas dezenas de processos de corrupção e que prescreveram sem que ele pagasse pelos crimes.

         “O mais recente capítulo dessa história consistiu na vitória nas eleições de 2022 na Itália, da aliança com a Lega e Forza Itália Berlusconi com os neofascistas Fratelli d´Itália, os mais votados”.

         O que levou o juiz aposentado a cunhar a frase já citada:   “Não se muda a cultura, nem, portanto, a Itália, com processos penais”.

         Querer usar a justiça para forçar a mudança da forma de se fazer política não resolve como já foi visto.

         “Contraproducente porque a instrumentalização da justiça penal para fins políticos acaba por gerar desastres históricos para a sociedade e compromete a fé no sistema judiciário”.

         “Em novembro de 2018, ao anunciar-se que Sergio Moro aceitara o cargo de Ministro da Justiça, o jornal O Estado de São Paulo solicitou a opinião do juiz italiano Gherardo Colombo, que respondeu:     “Eu não teria tomado essa decisão.   Estaria  traindo minha independência de magistrado, colocando em dúvida a imparcialidade com a qual desenvolvi meu trabalho”.

         Isto foi publicado no Jornal o Estado de SP, edição de 12-10-22 pelo jornalista Marcelo Godoy no artigo “A Metamorfose de Moro”.

         Isto ajudou a que o STF decidisse sobre a parcialidade do juiz Moro na Lava Jato.

         A entidade Transparência Internacional tinha lá no passado apoiado a Lava Jato.  Após ver o Moro Ministro de Bolsonaro, essa entidade assim se expressou:    “Associar a luta contra a corrupção ao candidato Bolsonaro é prestar imenso desserviço à causa e desvirtuar o que ela fundamentalmente representa”.

         O juiz do Mãos Limpas diz que não dá para comparar o caso italiano do caso da Lava Jato.   Fundamental:   Lá o juiz da causa não virou político.

        

         Continua no capítulo 04/25

quinta-feira, 25 de maio de 2023

CAP. 02/25 - fichamento do livro - UMA GUERRA CONTRA O BRASIL - Autor: EMILIO ODEBRECHT (com prefácio do Diplomata Rubens Ricupero) lançamento de maio de 2023

 

capítulo 02 de 25 (estimativa de 25 capítulos)

 

 

         Este livro traz a fala do acusado com suas ponderações.

         O diplomata Ricupero conheceu de forma mais ampla a Holding Odebrecht a partir de 2005 quando a convite, ele integrou o Conselho de Administração da mesma.     Cargo que ocupou até 2018.... “quando o velho conselho foi dissolvido em meio à tempestade da Lava Jato”.

         Rubens Ricupero foi Professor e Diplomata e se aposentou no Itamaraty em 1995.   Foi funcionário da ONU por nove anos.   Integrando posteriormente por mais de uma década o Conselho do Grupo Odebrecht, vivenciou muito do mundo empresarial, incluindo questões logísticas da Olimpíada e da Copa do Mundo.

         Vivenciou tensões que equipe e funcionários da empresa viveram em obras em países com conflitos como Angola, Iraque, Líbia, Colômbia.

         A empresa treinou muita mão de obra inclusive nos países onde atuou, deixando um importante legado a esses povos.

         Ricupero ouviu de chefes de estados de vários países o reconhecimento por essa capacitação da mão de obra.

         “Constatei como centenas de fabricantes ou prestadores de serviços brasileiros conseguiam pela primeira vez exportar seus produtos graças aos contratos da Odebrecht.”

         Vivência de Ricupero na Odebrecht.   A empresa.... “ajudar Angola a construir e gerir seu primeiro supermercado; adaptar às condições africanas o cultivo da cana para permitir ao país tornar-se autossuficiente na produção de açúcar.”

         “Os efeitos demolidores da Lava Jato ainda não terminaram de passar...”.    “Pode-se ter a esperança, mas não a certeza, de que o Brasil conseguirá renascer das cinzas do incêndio aniquilador que se propagou sobre a política, a economia, o emprego do país”.

         Antes do Brasil, só a Itália passou por algo semelhante e os resultados lá também foram devastadores.

         ...”Ou a razão está com países mais sábios, conscientes de que a corrupção política ou nas empresas deve ser combatida por métodos menos espetaculares e mais efetivos de educação e aperfeiçoamento das leis e instituições?”

         ...”a operação tenha sido extinta somente em 1º/02/2021, data da dissolução das forças-tarefas, os efeitos da Lava Jato continuam a se manifestar até os nossos dias...”

         Na Itália a Operação Mãos Limpas foi iniciada em 17-02-1992 e durou até 1994, quando a eleição de Berlusconi e a demissão do procurador Antonio Di Piero marcaram sua liquidação.

         Em 17-02-2022 o jornal italiano Il Giorno destaca:   ...”após aprovar o objetivo de acabar com a corrupção e a impunidade, o jornal condena um dos efeitos da operação: substituir a corrupção do dinheiro pela corrupção das almas, dividir o povo em bons e maus, fazer passar a crença de que política é sempre propina, que os partidos são um câncer, que se deve confiar aos promotores públicos o destino do país.

         O jornal    ...”aponta como um dos erros da acusação não ter sabido distinguir entre financiamento da política e enriquecimento pessoal”.   Fala da jornalista italiana Michele Brambilla   (jornal Il Giorno).

        

         Continua no capítulo 03/25