Editado pela Editora Alameda – ano 2020 – 330 páginas
Numa viagem passando por São Carlos-SP, visitamos o autor
deste livro que é Professor na UFSCar Universidade Federal de São Carlos.
Ele vem pesquisando há décadas o tema que envolve os
militares na política e assuntos correlatos.
Já na orelha do livro se lê
...”em curso no Brasil... uma
guerra que visa sobretudo a captura e neutralização de mentes”.
“Suas bombas são antes de tudo informacionais, visam causar
dissonâncias cognitivas e induzir pessoas a vieses comportamentais: percepção,
decisão e ação passam a trabalhar a favor de quem ataca”.
“Objetivo último... dominação do espectro total”.
Na guerra híbrida “não há mais separação entre guerra e
política...”
“A hipótese central aqui levantada é que o Brasil foi, e é,
laboratório onde este modelo foi aplicado”.
...”o resultado que vai muito
além da eleição de 2018, é a dissonância
generalizada que impera no Brasil hoje que segue um dos conceitos centrais da
guerra híbrida – a cismogênese”.
(final do resumo da orelha do livro)
Prefácio - Adeus Tocqueville! A Guerra híbrida e os novos sentidos da
democracia
Prefácio por Marco Antonio Gonçalves – Professor Titular de
Antropologia da UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
“Ao realizar esta etnografia da guerra híbrida em tempo
real, Piero Leirner se torna talvez um dos primeiros etnógrafos desse tipo de
guerra”.
“... a própria construção do conhecimento das ciências
humanas, em que observamos que a maioria dos conceitos são, agora, conceitos transitórios,
processuais e, portanto, sempre passíveis de serem questionados”.
“Em resumo: cultura do híbrido”. “O híbrido assim é um estado do ser nesta
cosmologia da guerra...”
“... engendra a potência do devir autômato, não apenas as
máquinas que replicam efetivamente as fake news, mas os seres reais, estes
mesmos que são capturados, domesticados, tornados exércitos pet, assim passam a
ser eles próprios máquinas de guerra, replicantes, androides”.
“Chegamos ao ano de 2019 – cenário de Blade Runner, coincidentemente
ano em que o filme se passa”.
Tempos atuais...
Havan e a estátua da liberdade.
A fachada das lojas Havan tentam imitar a Casa Branca. Por um lado a Havan seria parte do sobrenome
Hang e Van vem do sócio Vanderlei. Por
outro lado, Havan lida ao contrário seria navah, palavra em “hebraico do velho
testamento... dar existência às coisas que não existem”.
“Nada mais apropriado para significar o sentido da guerra
híbrida”.
“Sintomas mutantes de pessoas idosas, jovens, vários
empresários... vestindo o verde-amarelo.”
“Milhares de pessoas, espalhadas por todo o Brasil, desempenham
performances cívico-militares que culminam no empoderamento dos símbolos
nacionais: uniformes, hinos e bandeiras.”
...”gente desse tipo fazendo churrasco no Condomínio
Vivendas da Barra no Rio de Janeiro após o assassinato da vereadora Marielle
Franco, condomínio este onde morava um dos suspeitos da morte da vereadora...”
...”imaginar.... “um grupo
de homens comendo carne, sorrindo e fazendo gestos das arminhas com as mãos,
imagem ícone da guerra híbrida à brasileira”.
(Para se ter uma ideia do rigor em pesquisa desta obra, o autor ocupa 19 páginas em citações bibliográficas)
Continua no capítulo 2/30
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