Cismogênese – conceito formulado
por Gregory Bateson. “É um processo
de diferenciação entre os indivíduos baseada em normas de comportamento que
podem produzir tanto oposições quanto convergências a partir de uma acentuada
escalada de conflitos e de suas consequentes divisões reforçadas por conflitos
já existentes ou criados a partir de novos conflitos”.
...”constata-se no nosso meio social brasileiro... por divisões, polarizações, oposições”. “O que
parecia estar enraizado na guerra evangélica de conversão, nas
estratégias híbridas das igrejas neopentecostais se radicularizou por toda
sociedade, convergindo para a militarização da política”.
...”articulações estratégicas entre evangelismo e
militarização na construção da política no Brasil contemporâneo”.
“A cismogênese engendra no sujeito um processo de mutação em
que uma vez capturado, o cativo torna-se soldado, passando então, a replicar,
como máquina, a própria guerra, ativando memórias, apontando e criando inimigos
potenciais e, sobretudo, produzindo imagens”.
“É nesta concepção imagética que a guerra híbrida se associa
à produção de autômatos, cativos capturados ‘por coisas que não existem´ mas
que ganharam existência em imagens e que por serem imagens transbordam seus
rastros no real...”
Postagens na internet com certas imagens... “e seu poder de interferência nas mentes e no
comportamento das pessoas”.
Constata que o cineasta Eisenstein usou imagens em cartazes em
praça pública na Rússia reforçando, entre 1917 e 1920, a revolução
comunista. Imagens que geravam comoção
social e manifestações por parte das pessoas contra as indústrias, contra o capitalismo
ou o czarismo”.
O cineasta visitou Walt Disney e trocaram ideias sobre o
poder das imagens. “Os filmes de W.
Disney permitem compreender que um ratinho desenhado e animado (Mikey) pode
conquistar a adoração de pessoas”.
A imagem do Mikey se tornou algo real na mente de tantos
pelo mundo.
...” Walt Disney
mostra milhares de cartas recebidas, escritas por pessoas racionais
(empresários, donas de casa, estudantes...) ... todas endereçadas ao Mikey.”
“O cineasta Eisenstein volta para Moscou, definitivamente
convencido do poder das imagens, do cinema, do que veio conceituar como
dualidade unidade da imagem: é mentira e
é verdade ao mesmo tempo”.
Consta isto tudo no livro Memórias Imortais editado por ele
em 1987. Sergei Eisenstein.
Já o autor deste livro que estamos elaborando a resenha cita
episódios com o ex juiz Sergio Moro e Ernesto Araujo, sendo civis, fazendo
continência, que é coisa de militar.
“Adentramos no teatro militarizado da política”.
O devir de Bolsonaro e a guerra híbrida. O livro permite... “reorientar nossa perspectiva ao apontar para outras
direções... “As profecias de Foucault
se cumpriram no Brasil, saímos da ordem do mito, do discurso e entramos na
ordem da história, da dolorosa práxis; experimentamos como laboratório as
conspirações digitais, a sociedade de vigilância e controle, a chamada guerra
híbrida”.
Combater ... tática guerreira. “Pode ser, quem sabe, os personagens do
hino da Mangueira de 2019: índios, negros e pobres” ... o tipo dos que combateriam aqueles que
nos causam mal.
Aqui termina o prefácio do livro e agora segue a parte do
autor.
Continua no capítulo 3/30
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