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sábado, 11 de dezembro de 2021

CAP. 27/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - Ano 2020

 27/35

 Outro dos Humanos de Negócios:    JOHN FULLERTON

         Muito além de Wall Street

        

         Americano, atuava em Nova York há 18 anos no coração financeiro da cidade – em Wall Street.

         Estava transitando em NY na hora que houve os ataques de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas.     Ele viu o acontecido no momento exato.

         Na década de 1990 atuou no projeto de escolas charter nos USA.  Escolas públicas menos dependentes da burocracia e que conseguiam avanços em novas soluções mais acessíveis e criativas.

         Sobre o onze de setembro:   “Na época, eu não sabia nada sobre a crise ambiental ou sobre sistemas complexos.   Afinal, nada disso se ensina em Wall Street”.

         Após o ataque ele começou a ler livros de pensadores para entender melhor o mundo.  Leu mais de cem livros em oito anos.    A busca de entender o eu e o propósito da sua vida.

         Logo no começo da carreira, trabalhou no renomado Banco JP Morgan (1982).   Nesse tempo o presidente do referido banco foi dirigir o Banco Mundial.   John sonhou fazer uma carreira no JP Morgan e um dia atuar no Banco Mundial para ajudar o povo.

         Depois de doze anos no mercado financeiro conheceu as escolas charter, estas que chegaram a se espalhar por três continentes e ter mais de 450.000 alunos.      “O contato foi suficiente para despertar em John o interesse por alinhar capital com propósito social e ambiental”.

         A energia alternativa também chamava a atenção dele.   Por outro lado, a expansão do mundo da internet fez surgir a oportunidade para ele atuar numa fintech,  tipo de empresa de tecnologia no ramo financeiro.

         Nos anos 2000, o Banco JP Morgan foi fundido com o Banco Chase Manhattan Bank e este era o terceiro maior banco dos USA.     John se reuniu com os executivos do Chase e percebeu que para ele, era hora de deixar o emprego.

         John nasceu perto de Manhattan, filho de uma dona de casa e um publicitário.   A família teve tempos de finanças apertadas.

         Ele pediu demissão quase duas décadas depois de entrar no Banco JP Morgan.  Saiu em abril de 2001 (ano do atentado de 11 de setembro)

         Após o atentado, ele entrou com mais afinco nas leituras para tentar entender o mundo.   Dentre os livros, um de Herman Daly com todo o conceito de economia ecológica.    “Ficou marcada na memória de John a leitura de Daly...   leu a distinção idealizada pelo filósofo Aristóteles entre economia real e economia especulativa.     Especulativa, no caso, usar o dinheiro para fazer mais dinheiro.    (o que se faz no mercado financeiro).

         “O filósofo grego entendeu que havia uma diferença fundamental e considerava a segunda (o especulativo) uma atividade antinatural, ou não alinhada com a natureza”.

         Nisso ele estava com 40 anos de idade.   Para ele isso foi de grande impacto.    O que ele fez por duas décadas era o especulativo.

         Não gostava mais do que fazia (especulação financeira).   “E não sabia o que queria fazer”.

         (sabia o que não queria e não sabia o que queria)

         Recebeu convite para atuar na Schumacher Center for a New Economics...  dedicada, desde 1980, a visualizar os elementos de uma economia global justa e sustentável.  Nesta foi pedido a ele um relato de 20 páginas sobre a importância da Schumacher para o século 21.

         No texto, John pela primeira vez falou sobre a economia e as finanças “a partir do sistema econômico global estar falido”.    “Eu digo isso não como ambientalista ou ativista de direitos humanos, mas como ex-diretor administrativo de quase vinte anos de experiência no Banco JP Morgan e, posteriormente, como líder em fundos de hedge”.

         Eram oito anos de leitura para chegar a essa análise.   A visão holística também entra em cena.   John criou o Capital Institute – “Organização que defende a aplicação de princípios de sistemas vivos para representar a economia e as finanças”.    Economia e Finanças Regenerativas.

         “John acredita que a economia e as finanças regenerativas, apoiadas nos princípios e padrões dos sistemas vivos, e definitivamente alinhados com sabedorias tradicionais resistentes ao teste do tempo, particularmente a sabedoria indígena, guardam a chave para um futuro compartilhado próspero e ecologicamente correto”.

         Daí tentar colocar em prática um empreendimento que leva em conta   “fomentar uma ideia que não era discutida nas universidades  e escolas de negócios...”

         “Passou a documentar projetos regenerativos que se desenvolviam ao redor do mundo”.   Em 2015 John lançou o paper  (tipo de artigo científico) chamado:  “Capitalismo Regenerativo: como os princípios e padrões universais moldarão a Nova Economia”.

         John tornou-se um dos principais pensadores econômicos contemporâneos.  Ele cunhou o termo Regenerative Humans que logo o setor rebatizou como (Re) Humans, os Humanos de Negócios.

         Em 2018 o Capital Institute lançou a Iniciativa Global Regenerative Communities Network para estimular a emergência de comunidades regenerativas ao redor do mundo.

         Vários destacados financistas de Wall Street começaram a acreditar nessa ideia mesmo não concordando com tudo.    “Eles não concordam com tudo o que eu digo, mas já não pensam mais que eu sou louco”.

         John escreve artigos, tem um blog e uma Newsletter.      www.capitalinstitute.org 

         O autor deste livro pergunta a John como anda a finança pessoal dele depois desta guinada na carreira.    John responde.    “Eu não continuei a ganhar dinheiro, mas eu sou muito mais rico do que quando sai de Wall Street, em termos de senso de propósito”.

         Em seguida, no próximo capítulo, um bate papo com John.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

CAP. 26/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - ano 2020

 CAP. 26/35

         Outro Humano de Negócios:   DANIEL IZZO

         “Coragem de jogar tudo para o alto”

        

         Ele é paulistano.   Atuou por bom tempo na Johnson & Johnson.    Chegou deixar a empresa uns tempos quando atuou no Submarino que atua via internet.    Voltou em seguida para a J &J.    Atuou mais em marketing.

         No Brasil, o protetor solar da J&J Sundown responde com quase 1/3 do lucro da companhia.

         Daniel era um sucesso no mundo corporativo mas ... “nunca em encaixei bem na parte comportamental”.    Pediu demissão da J&J para ir cursar MBA no Canadá para ficar perto da namorada.   Lá ele se sintonizou com o conceito de Sustentabilidade social, econômica e ambiental.

         ...” e por projetos ligados à preservação da natureza e à distribuição de riquezas”.

         Voltou depois para a J&J mas não no marketing e sim no RH Recursos Humanos.   Mas antes disso, fez um mochilão de quatro meses percorrendo Vietnã, Nepal, Tibete e Tailândia.    O desafio de viver de mochila...   “Eu percebi que podia viver desse jeito.   Aprendi muito sobre desapego de bens materiais como de relações”.

         No setor de RH da J&J não se achou e ficou muito frustrado.

         Ele, filho de um engenheiro mecânico, o primeiro engenheiro da família.   A mãe fez arquitetura na FAU Fac de Arquitetura e Urbanismo da USP.   Ela nunca exerceu essa profissão.   Bem depois de criar os filhos, ela voltou à USP e fez Direito.

         Ele, filho mais velho foi bastante cobrado nos estudos pelo pai, cuja família vivia com orçamento apertado.

         Daniel, quando estudante da FGV Faculdade Getúlio Vargas e namorando, foi buscar uma vaga de trainee e conseguiu na disputada J&J.   Em 1999 deixou esta empresa e foi para a Submarino.   A Submarino foi criada pelo GP Investimentos de propriedade de Jorge Paulo Lemann (das cervejas), Telles e Beto Sicupira.     Depois veio o estouro da bolha da internet e a redução de quadros na Submarino.     Retornou para a J&J.

         Lá adiante, atuando no departamento de RH da J&J,  já tinha estudado empreendedorismo social e não via viabilidade naquilo.

         Ele foi implantar um projeto na J&J em venda direta de produtos para a área de saúde em comunidades carentes cariocas.    No decorrer do projeto notou que já não era celebrado dentro da empresa como nos tempos de atuação na área de Marketing, na qual fez sucesso total.

         Traduziu livros de Terceiro Setor e se associou a projetos ligados à comercialização de artesanatos.   Caso do Impacto Hub.

         Em 2008 ele notou que havia desafio de gestão e formas de captar recursos para projetos sociais.   Ele afirma que viu naquela oportunidade seu novo caminho.    Diz:  “Pensei:  é isso que vou fazer da minha vida”.

         ...”apoiar negócios sociais.  Nestas, ...”simplesmente não há espaço para hesitação ou vacilo”.

         Ele criou em 2009 a Vox Capital que se tornou a primeira gestora de investimentos de impacto do Brasil.   Ele tem sócios na Vox Capital.

         Ele diz:   “...é o caminho onde dinheiro e propósito se encontram”.

         A Vox traz às Ongs os dois fatores: estrutura organizacional e de gestão.       “Hoje menos de uma década depois de fundada, a Vox contabiliza mais de cinco mil negócios analisados e investimentos em 23 com impacto em 7,2 milhões de pessoas”.

         Há entre os projetos implantados desde microcrédito no interior do Nordeste, até cartão pré pago de saúde.  Tem reconhecimento internacional.

        

         Bate papo com Daniel Izzo

         Nas perguntas, o autor lembra o quadro atual do Brasil com milhões de desempregados e desalentados. Consta que somos “o país com o maior número de casos de depressão e ansiedade do mundo...”

         Daniel diz:   ...”foi uma força enorme em mim.   Para quem está em crise e quer mudar, eu sugiro fazer uma busca dentro da alma para achar algo que te deixa apaixonado, que te mobiliza, para então ir atrás disso”.

         Alerta:   “Nossa sociedade valoriza muito o ter, a grana”.   Essa pressão da sociedade de certa forma afeta de algum grau mesmo quem empreende na área social.    Um dos projetos que ele destaca pelos resultados é o investimento no Diaspora.black, um serviço de hospedagem como o Airbnb, tudo pela internet, porém focado na cultura negra.

         Comumente no mercado há chance de investimentos para investidores que dispõem de elevado capital.   Já no caso da Diaspora.black, conseguiram formatar sistema em que a partir de R$.1.000,00  a pessoa já pode ser investidor na mesma.

         Futuro que ele vê no mundo do trabalho.   Cresce a especialização da mão de obra e cresce a dependência de quem faz as coisas básicas como consertos, reparos, preparo de alimentos etc.

         “Acredito que voltaremos para coisas mais básicas, como plantar a própria comida, fazer coisas que nos tragam mais autonomia e nos façam depender menos do dinheiro”.

         Fim deste capítulo.     Vem outros...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

CAP.25/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re)humanizando o capitalismo - Autor: RICARDO V CUNHA - Editora Voo - ano 2020

CAP. 25/35

CAPÍTULO 25/35 - fichamento do livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - autor: RICARDO V CUNHA

Ouro entrevistado - JEAN-CLAUDE RAMIREZ - "A agonia da bifurcação"

Ele, detentor de quatro graduações universitárias e uma carreira na pesquisa. Se casa com Roberta Civita, filha do Civita da Editora Abril Cultural. Estavam morando nos USA e ela queria ter os filhos no Brasil e se mudaram para cá.

Aqui o país não aplica quase nada em pesquisa e ele não tinha como dar sequência em suas pesquisas. Tinha que criar novos rumos para sua carreira. Ele é filho de pai hondurenho e mãe argentina e teve um casamento anterior nos USA. Ele nasceu na Suiça. Chegou no Brasil em 1997 quando nossa economia estava bem tumultuada.

A complexidade de ser consultor para grandes empresas. Ajudar os executivos destas a melhorarem o desempenho das empresas. Em duas décadas de trabalho chegou ao topo de uma empresa renomada em consultoria.

Bate papo com Jean-Claude Ramirez - É da natureza do consultor ensinar e ao mesmo tempo aprender. Não é incomum os consultores se tornarem sócios da empresa à qual presta serviços. ..."Temos economias e geografias em etapas muito diferentes de desenvolvimento, Talvez economias mais avançadas achem que tem o direito de falar às menos avançadas sobre os problemas que estão causado, mas se esquecem que já passaram por esse ciclo"...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................Outro Humano de Negócios:

JAYME GARFINKEL (da Seguradora Porto Seguro) - "Rumo ao campanário". Jayme é paulistano. O pai dele, Abrahão, nasceu na Ucrânia. O pai trabalhou muitos anos na Bradesco Seguros e depois comprou a Porto Seguro que na época era pequena. A esposa de Abrahão ajudava a equipe na seguradora e ela é graduada em Engenharia Química na POLI Escola Politécnica da USP. A família de Jayme é de origem judia. Jayme nasceu em 1946, um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial. Desde criança ouvia falar do que ocorreu no holocausto na Europa e ficava indignado porque os vizinhos dos que estavam sendo exterminados nada fizeram para que isso não ocorresse.

Agora, estabelecido no bairro Morumbi em SP perto da grande favela de Paraisópolis, sentia que teria que fazer alguma coisa em prol daquela comunidade. Sentia que não podia ignorar aquilo ao lado de onde há a enorme favela em São Paulo. Um dia se preparou e foi assistir uma palestra sobre violência urbana e visitou uma prisão e passou a conversar com pessoas que interagiam com o tema, inclusive contatos com o Dr. Drauzio Varella que tem vasta experiência no setor carcerário. Paralelo a isso, investiu numa firma emergente em Piracicaba-SP que atua no desenvolvimento de produtos de origem biológica para controle de pragas em lavouras. Ficou impressionado com a motivação da equipe que trabalha nesse setor na empresa que está dentro do conceito de trabalhar com o meio ambiente, buscando não agredi-lo. Voltando à pauta da segurança pública em São Paulo, ele entrou em contato com Solange Senese que há treze anos é ativista no tema do sistema prisional. Ele passou a apoiar ações no setor, inclusive para a busca da ressocialização e busca de treinamento e emprego aos egressos dos presídios. O Brasil tem atualmente uma das maiores populações carcerárias do mundo. O Monitor da Violência levanta dados com o NEV Núcleo de Estudos da Violência. Alto índice de reincidência que resulta em nova prisão do detento, de forma sucessiva. Ao redor de 75% dos casos. O preso cumpre pena, é solto, não tem preparo para emprego e portas não se abrem para ele e volta a delinquir e ser preso.

Jayme e Solange criaram em 2015 o Instituto Ação Pela Paz. O foco atual do Instituto é evitar a reincidência do preso. Jayme se sente energizado estando acompanhando, além dos seus negócios, suas ações no Terceiro Setor.

A partir de 2019 Jayme optou por deixar a presidência da Porto Seguros. Passou o bastão para o filho Bruno. Ele disse que parar seria deixar de ter um propósito e que é interessante ter o próprio propósito para dar um sentido à vida.

O propósito não precisa ser de natureza econômica. "Eu tenho vários interesses que me absorvem e espero poder fazer desta etapa um segmento da vida com desafios e emoções, mas com calma para pensar e entender melhor a vida".

Bate papo com Jayme Garfinkel

Pergunta a ele: "O que é sucesso?" Ele responde: "O que é sucesso? Aparecer na revista Caras rindo? A escala de valores do mundo ocidental está errada. Estamos num consumismo estúpido em que as pessoas estão sem propósito".

O que fazer, pergunta o autor: Resposta: "Cada um tenta fazer sua parte para mudar isso. Não dá para não fazer nada.

Ele é ateu. Ele usa na sua fala final algo do livro de Jean-Paul Sartre, livro A Idade da Razão.

continua no capítulo seguinte com outro Humano de Negócios. 

sábado, 4 de dezembro de 2021

CAP. 24/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - 2020

 

 CAP. 24/35

Continuação - CLAUDIA SENDER - slogan - Quanto mais difícil, melhor

Aos 21 de idade conseguiu estágio numa empresa de consultoria americana. Depois de certo tempo de trabalho, foi para um MBA em Harvard.

Cláudia é judia. Na POLI Escola Politécnica da USP onde fez engenharia não havia colegas negros em sua classe. Já em Harvard tudo era muito diferente, inclusive nesse quesito, pois havia muitos negros colegas de Universidade.

"Hoje me considero uma pessoa muito mais tolerante e compreensiva". Buscando desafios maiores, foi para a Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul. As maiores marcas do mundo no ramo de eletrodomésticos.

Desafio com uma fábrica no ABC paulista que não era rentável. Houve a decisão de juntar essa fábrica com outra de Rio Claro-SP para redução de custos. Fizeram um programa para dispensa de empregados buscando evitar que gastassem a indenização e ficassem sem emprego. Houve um programa de preparo dos empregados para encararem o desafio de estarem preparados para novos empregos com habilidades compatíveis.

O sistema elaborado para isso deu resultado e 95% dos empregados que foram desligados em 6 meses estavam de novo empregados.

Assumindo postos na empresa foi liderar o MKT Marketing. Liderava uma equipe de centenas de pessoas. Era uma lider muito controladora. A equipe não ia tão bem. Um dia ela buscou uma consultora e no contexto do diagnóstico, a pergunta à equipe. Se tivesse uma varinha mágica, o que você faria. Uma da equipe respondeu; Eu faria a chefe desaparecer. Aquilo para ela foi um marco e ela mudou a postura e a mudança fez com que retomasse a liderança da equipe em outras bases e esta passou a atuar muito melhor. Quando tudo estava no eixo, ela deixou esse emprego. Partiu em busca de novos desafios. Em 2011, na fusão das companhias aéreas LAN e TAM, ela aceitou o desafio de participar da gestão. A TAM brasileira e a LAN chilena. O autor do livro conheceu a Cláudia em 2016 num evento empresarial. Em 2019 ela saltou para outro desafio após oito anos de LATAM. Foi para o Conselho de Administração da Lafarge Holcin, Estácio e Gerdau. "Uma posição em que a participação feminina é baixíssima - apenas 11% nas 500 maiores empresas do Brasil segundo o Instituto Ethos. Bate papo com Claudia Sender .................................... "Poder me colocar no lugar do outro virou algo natural para mim". (e isso gera empatia). "Quando vou visitar o pessoal de operação, dou beijo e abraço em todo mundo. Somos todos iguais e eles estão trabalhando por todos nós". "Buscar a simplicidade nas mensagens e atitudes foi um grande aprendizado".

Sobre o começo de tudo para Cláudia Sender: "Nada na minha vida foi fácil. Nunca tomei um atalho. Sempre fiz as coisas dentro das regras e dentro da minha régua de valores". Um dia, palestrando em Harvard, um aluno latino perguntou como ela conseguiu chegar lá sem ter uma família influente nem contatos influentes. E ela diz que o caso dela é de esforço e com isso chegou lá. Marcante para ela, o conselho de um ex chefe na Consultoria. "Temos um guard rail onde de um lado estão as leis e do outro, os valores da companhia". Quando você cometer erros dentro desse muro de contenção, estarei do seu lado, vou protege-la. Mas se você pular do outro lado do guard rail, você está sozinha". Ela afirma: "sempre deixo claro para as minhas equipes que valores da empresa e lei são inegociáveis".

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

CAP. 23/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo. Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - 2020

CAP 23/35 

         Ela trabalhou na Consultoria ThoughtWorks fundada em Chicago por Roy Singhan há cerca de 25 anos.   Ele buscou criar um experimento social.   A empresa era retratada na mídia como socialista.    Os pilares da ThoughtWorks:  > Gerir um negócio sustentável;  >  liderar e promover a excelência de software e revolucionar a indústria de TI Tec da Informação;

         >  e advogar apaixonadamente em favor da justiça social e econômica.

         A Revista Exame publicou que em 2017 apenas 16% dos graduados em cursos de computação eram mulheres enquanto que em 2019 na Consultoria ThoughtWorks a presença feminina no ramo era de 45%.

         Atualmente a empresa está em mãos de britânicos.   Apesar dos seus pilares não descuidarem do lado humano, seu desempenho econômico é de destaque.   Em 2017 faturou bruto pelo mundo mais de 400 milhões de dólares...   “mas não descolada de uma preocupação genuína em tentar enfrentar grandes problemas do mundo”.

         Carol e Gabi se encontraram trabalhando na ThoughtWorks.   Carol vinha da americana HP.

         Incomodava um pouco a equipe só se comunicar em inglês no trabalho e mesmo no cafezinho.   Ficava faltando algo da cultura local.

         “Viver a desigualdade é diferente de ler sobre a desigualdade”.   Diz Gabi.   Ela foi escalada em certo tempo para o desafio de acolher a diversidade no ambiente de trabalho.

         “Cada mulher que entra num ambiente de empresa de tecnologia, se sente mal, deslocada”.    “Isso não pode ser assim”.

         Carol e Gabi encarando o desafio de remover preconceitos dentro do ambiente de trabalho.    As duas trocavam muitas ideias antes de tomarem as decisões.   Um dia foram sondadas em separado para assumir um cargo em nível internacional.   Cada uma, sem combinar com a outra, disse que aceitaria o cargo na condição de que a colega aceitasse o mesmo de forma compartilhada.   Assim foi aceito e assim se fez.   Desde então, elas conduziram as tarefas no comando de forma colaborativa e a empresa não para de crescer.

         Gabi em 2018 teve que se afastar do emprego em licença médica, numa crise de Burnout – que envolve esgotamento e outros sintomas.

         Depois deixou a empresa e foi para outros estudos e empreendimentos.   Outra mulher assumiu seu cargo na ThoughtWorks no Brasil também de forma compartilhada.

 

         Bate papo com Carol Cintra e Gabi Guerra

         Gabi    “sabe que, além de aprender muito no dia a dia, quando surgirem questões que não tenho experiência ou conhecimento, a terei comigo dá muito alívio”.

 

         Outra humana de negócios -   Claudia Sender

         “Quanto mais difícil, melhor”.

         Claudia é paulistana.  Aos cinco de idade foi na venda com a mãe e pediu bala e a mãe não comprou.   Ao chegar em casa, disse pra mãe que trouxe balas.   A mãe foi com ela na venda e fez ela devolver as balas e pedir desculpa.     Exemplo que ela leva pela vida afora.  Fazer a coisa certa.

         Morava no Bairro Bom Retiro, perto da Estação da Luz na capital paulista.    O pai dela, médico e a mãe, fonoaudióloga.

         Na infância, em quatro irmãos, recursos poucos, o presente de Natal costumava ser uniforme escolar novo.    O pai investia no estudo dos filhos e em educa-los para a vida.

         Ela fez engenharia de alimentos na UNICAMP.  Antes de se formar, mudou para Adm de Empresas e depois, para engenharia elétrica.  Acabou se formando em engenharia química, esperando trabalhar em plataforma de petróleo.

 

Continua no próximo capítulo    24/35 

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

CAP. 22/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo - Autor: RODRIGO V CUNHA - Editora Voo - ano 2020

 22/35

         Continuação do Humanos de Negócios

         Thaís Corral     -   Ativista Acidental

         Após isso ela deu outra reviravolta na carreira.

         Ajudou a criar a WEDO, Redeh e Cenima.   Teve o reconhecimento e homenagem desde o Vale do Silício até na UNESCO, órgão da ONU.

         No Brasil ganhou o Prêmio Abril de 1999 e foi a Mulher do Ano do Brasil em 2001.

         Surgiu em 2006 o projeto Adapta Sertão, instalado em Pintadas-BA no semi-árido.   Cooperativismo e empreendedorismo para pequenos produtores rurais com alternativas para enfrentamento às secas.

         Ela criou também o Sinal do Vale, projeto de regeneração ambiental e apoio à população local.

         Participou em evento do autor deste livro, o Humanos de Negócios, em seus edição de 2019.

         Bate papo do autor com Thaís Corral

         ...”meu pai era um visionário.   Ele me criou desde muito pequena para que fosse uma mulher livre e independente”.

        

         Outras Humanas de Negócios -  Carol Cintra e Gabi Guerra

         “Duas Mulheres no Comando”

         Gabi Guerra – porto-alegrense.   Trabalhou no mercado financeiro.   Era muito crítica ao mundo empresarial.   Um dia partiu para a política.   Se juntou a um grupo porto-alegrense que trouxe ao Brasil uma iniciativa Global, o “Porto Alegre, como Vamos?”.    Objetivo:  aproximar o cidadão comum da política.

         Em 2012 o projeto estava com ela na direção e ainda não tinha verba para implementação.

         A Carol Cintra, também porto-alegrense, fez curso de Computação na UFRGS.   Estagiou na multinacional Oracle, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo.   Se formou em 2000.

         Ela trabalhou pela Oracle inclusive em Cleveland – USA.

         Voltou ao Brasil, trabalhou na HP Hewlett-Packard em 2010

         Gabi – filha de pais separados, o avô dela foi um dos primeiros médicos da região a ter registro no CRM Conselho Regional de Medicina e seu número era 00011.    O avô dela criticava muito o jeito pelo qual nos organizamos como sociedade, inclusive o sistema capitalista.   Era um estudioso de Karl Marx e questionava muito por que uma pessoa detinha os meios de produção e ganhava em cima do trabalho dos outros.

         Já a avó dela era uma católica fervorosa.

         Voltando à Carol – ela fez intercâmbio nos USA.   Ficou hospedada numa casa de família onde tinha um irmão de moradia que era esquizofrênico e isso a encorajou a estudar Psicologia.

         Estudou Psicologia no Brasil e depois foi para Londres e trabalhou lá em serviços diversos.    Fez certificação em mercados de capitais e trabalhou na XP Investimentos, esta que depois passou a ser controlada pelo Banco Itau.   A empresa remunerava bem, mas a pessoa tinha um ritmo frenético de trabalho ao ponto de afetar a saúde.     Nesse emprego na XP que é uma corretora de valores que opera em Bolsas, eram só três mulheres na equipe e setenta homens.

         Ambiente bem machista, além da pressão absurda dos movimentos das Bolsas.   Sobre o tema, cita o filme O Lobo de Wall Street estrelado por Leonardo Di Caprio que mostra a pressão no setor.

         Carol  nasceu numa família de militares do Exército.   Cada dois anos mudavam de cidade, o que é típico na carreira militar.  Aos 17 de idade ela resolveu sair da casa dos pais.   Antes era um construir relações num lugar e logo mudar e reconstruir tudo em outro lugar.

         “Aprendi com isso que não existe um lugar certo – é você que monta esse lugar com as outras pessoas”.

         Os pais dela se separaram após 25 anos de casados.  Vinham de uma vida de não se entender bem entre si.    Ela questiona:   Se não é bom os pais se separarem enquanto os filhos são novos, também os pais levarem o relacionamento instável não é bom para as crianças.

         Os três testes vocacionais que ela fez indicava o curso de Direito.

         Ela fez Ciência da Computação na UFGRS.   No mercado de trabalho, o abismo entre o número de homens em relação às mulheres atuando em TI Tecnologia da Informação.    No curso dela, eram 60 homens e seis mulheres.

         A mãe dela, esposa de militar, dependia do marido em tudo.  Já a filha, entrou no mercado de TI ganhando acima da média do que ganhava uma pessoa da sua idade, o que lhe dava independência financeira.

     continua no próximo capítulo até 35

sábado, 27 de novembro de 2021

CAP. 21/35 - fichamento - livro - HUMANOS DE NEGÓCIOS - Histórias de homens e mulheres que estão (re) humanizando o capitalismo. Autor: RICARDO V CUNHA - Ed. Voo - ano 2020

 CAP. 21/35

         Outra Humana de Negócios – Thaís Corral     -  Ativista Acidental

         Em 1992 o mundo voltou a atenção pra o Rio de Janeiro para a ECO 92 da ONU, conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

         A ONU já tinha em 1972 promovido a primeira  Conferência ECO  em Estocolmo na Suécia.

         Um ano antes da ECO 92 no RJ, se reuniram nos USA várias mulheres para elevar a voz feminina em debates da ONU sobre justiça social, econômica e ambiental.    O Grupo WEDO.   O grupo era liderado pela senadora e ativista de Direitos Humanos Bella Abzug.  Havia e há outras lideranças internacionais que participam do grupo WEDO, sendo duas brasileiras:  Ruth Escobar, a primeira  Presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e Thaís Corral, ativista e articuladora de duas organizações no Brasil.   Nessa época (1991) Thaís era relativamente jovem e nem tão conhecida com seus 33 anos de idade.   A missão incluía ser uma voz do Brasil em eventos da ONU.   Ela tinha como missão representar o Brasil e articular ações na América Latina.   A voz feminina e a Sustentabilidade econômica, social e ambiental.

         Thaís é filiada ao Partido Verde.   Se viu organizando o Planeta Fêmea, evento no RJ em 1991 no qual passaram 1.500 mulheres de todas as partes do mundo.  Foram 14 dias de evento.

         Em tempos anteriores, início da década de 80, Thaís estava trabalhando em rádio em Roma.

         Descendente de espanhóis, ela nasceu em Macaé-RJ.  Ela diz:   “Meu avô fez o primeiro restaurante vegetariano do Brasil em São Paulo.   Ela nasceu numa família vegetariana.   “Minha mãe nunca comeu carne e nunca foi à escola.  Aprendeu a ler e escrever em casa, com professora particular”.

         “Me incomodava com a gente era diferente”.    O pai dela morreu cedo e ela sentiu uma força.   “Eu estava preparada”.   Disse:  “eu vou dar conta”.  Isso aos 14 de idade.    A mãe ficou abalada com a perda do marido e ela ajudava a cuidar da mãe e dos dois irmãos mais novos.

         Foi boa aluna.  Queria no futuro resgatar a fábrica do pai.   Fez Administração de Empresas na renomada FGV Fundação Getúlio Vargas.

         Ela foi aluna da turma do Gustavo Franco e outro que também como ele, foi ministro.     Ela deixou o curso no meio e foi para a Europa, inclusive na região dos seus ancestrais na Espanha.

         Na Itália, se apaixonou pelo lugar e a vida em si.    Conseguiu emprego na área jornalística e foi parar numa emissora de rádio e fazia locução.  Assuntos da mulher.

         Aos 28 de idade, retornou ao Brasil por um mês, já com Bolsa de estudo nos USA.   Estudou no Programa Família, Gênero e Idade.

         Brasil na década de 70.   Cresce a população urbana (migração campo-cidade) e cresce a presença feminina no mercado de trabalho.  Tempo de transformações e demandas como creche e outras mais.   Ela retornou ao Brasil em 1987 em tempos de ebulição após o fim da Ditadura Militar que acabou em1985.    Ela começou a se reunir com um grupo formado pelo Fernando Gabeira, Carlos Minc, Lucélia Santos e outros e deram origem ao Partido Verde.  Neste, criaram um grupo de mulheres chamado de Bando das Mulheres.

         Teve convite para formar na América Latina uma rede de jornalistas mulheres ...  “que repercutissem a voz e ações inovadoras das mulheres na A. Latina”.   Encarou o desafio.   “Um grande desafio que abracei com muita garra”.

         Em 1980 foi criado o Partido Verde alemão.  Criado por ambientalistas, pacifistas e ativistas dos Direitos Humanos.   Queda do muro de Berlim em agosto de 1989.    Como foi dito, ela teve participação no evento Planeta Fêmea em 1991 que antecedeu a Eco 92 ou Rio 92.

         “Quando deixei a FGV Fundação Getúlio Vargas, eu nunca imaginei que chegaria a esse lugar de visibilidade e poder”.   Fui uma das poucas brasileiras que foi a todas as Conferências da ONU nos anos 1990.

         ... fui como sociedade civil, não pelo serviço diplomático.

         Em 1998 ela perdeu uma amiga, também da luta pelas causas sociais.  Resolveu  fazer um sabático.  Um período de estudos.    ...”abraçou os ensinamentos da antiga escola Nyingma do budismo tibetano”.

         Foi fazer Mestrado na tradicional Escola de Governo de Harvard nos USA.   Nesse tempo ela estava com 42 anos de idade.

         Neste curso, um dos seus professores foi Ron Heifetz – que tem um curso que muda cabeças.   Ele criou o conceito de liderança adaptativa, em que a liderança é uma atividade que se faz mobilizando recursos para a mudança.

         Após isso ela deu outra reviravolta na carreira.

         Ajudou a criar a WEDO, Redeh e Cenima.   Teve o reconhecimento e homenagem desde o Vale do Silício até na UNESCO, órgão da ONU.

         No Brasil ganhou o Prêmio Abril de 1999 e foi a Mulher do Ano do Brasil em 2001.

                   Continua.....