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quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Cap. 08/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

capítulo 08/12

 

         Josefa que agora faz pesquisa sobre sua ancestral Iñe-e, no passado, bem jovem, teve um namorado que a abandonou quando ela ficou grávida.  Ela teve aborto espontâneo.

         Tomás e Josefa passam a se relacionar sem que ele ficasse querendo saber do passado dela.   Mantinham relação sexual rotineiramente, ela e Tomás.

         Tomás ao sair de rotina do local onde mora Josefa.  Ela diz:  “A minha bisavó materna foi pega no laço, sabia?  Tenho um tanto de sangue caiapó em mim.   Mas o fato é que todo mundo tem uma avó pega no laço no Brasil, eu, você, o porteiro lá embaixo”.

         ...”O curioso é que esta minha avó colombiana como que crescia, se agigantava ao convocar o meu passado materno, como se estivesse ela mesma prestes a ganhar novo corpo e novas feições, e de sua estrutura delicada de ossos estivesse pronta para sair outra mulher, enorme, quase brutal”.

         Josefa no passado, educada pela tia que vivia impondo regras para tentar a sociabilidade da sobrinha.   

     ...”Em Munique, Spix se empenha em ensinar alemão e português pra Iñe-e.  Busca que ela saia da profunda tristeza agravada pela morte de Juri.

         Spix abalado com...   “o fracasso que mais aquela morte representa.  Tais sentimentos o aniquilam”.

         Josefa e a lembrança triste do seu tempo de criança, criada pela tia e a avó que morava junto com elas.   A avó pega a laço.      ...”a presença inexorável da mulher pega a laço e o desejo de que o pai não voltasse nunca mais”.

         Capítulo VI     página 103

         Voltando a Martius e seus planos.   “ A ideia de Martius de apresenta-los em exibições etnográficas pelo continente teria que esperar momento mais propício”.  (a saúde dos dois jovens índios não estava boa)

         O menino que era forte estava definhando na Alemanha e Martius se lembrou que quando chegou no Brasil com plena saúde, teve seus problemas de saúde por conta da mudança de clima.   Spix sofreu mais com o clima do Brasil e isso tirou dele certas iniciativas e aumentou a avidez do colega.  Martius se acostumou na liderança e com frequência ignorava alertas de Spix.

         Spix se afeiçoou tanto às crianças que chegava a pregar a palavra de Deus a elas, mesmo sabendo que havia total barreira de idioma.   Confiava no milagre da sua fé.

         Quando o menino Juri morreu, Spix ficou muito chocado e arrependido de não ter sido mais enfático contra o plano de Martius de comprar as crianças.

         “Fora covarde e conivente.   Antes, quando as crianças estavam em melhor condição de saúde.... Spix...  “sente-se feliz de contempla-las.  As crianças são suas”.

         Capítulo VII  - página 106

         Na rua Wirt em Munique, uma caixa postal que só recebe poesias.  Fica bem perto da casa de Spix.   “Os homens gostam de glorias para si e aos seus”.

         “Os homens, sobretudo os brancos, gostam de fixar-se na suposta permanência dos monumentos de pedra ou minério”.    Há na cidade monumentos ou placas em homenagem a Martius e Spix.

 

         Continua no capítulo 09/12 

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Cap. 07/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 

capítulo 07/12

 

         Capítulo XX página 79

         A índia ralando yuca.   (planta fibrosa da qual fazem farinha)

         Já em Munique...   começa a nevar.   E nesse tempo, Iñe-e tem sua primeira menstruação.  Na cultura do povo dela, o lugar onde isso ocorre pela primeira vez, se torna para essa pessoa um lugar sagrado.

         A dona da pensão falando com a empregada sobre a índia.   “Não passa de uma macaca suja...”

         Segunda parte do livro -  página 85

         A autora cita Guimarães Rosa – do seu livro Grande Sertão – Veredas:

         “A gente quer passar um rio a nado, e passa, mas vai dar na outra banda é num ponto diverso do que em que primeiro se pensou”.

         Outro lugar e outra época bem atual:   Carros, buzinas na Avenida Paulista em São Paulo.    ...”mendigos na calçada pedindo esmolas para a ração dos cães talvez porque as pessoas sintam mais empatia pelos animais do que por aquela gente encardida e amontoada”.

         Josefa na Avenida Paulista vendo uma exposição no centro cultural de um banco.    Ela que no passado fugiu.   “Josefa não sabe exatamente do que fugiu.   Ou nem quer saber.”

         ...”Não quer pensar porque veio ou no que deixou”.     Lida com traduções e livros didáticos.   Outros tipos não dão renda.

         No Recife... numa exposição de artes.    “O estilo vivaz de Debret a assombra...   Na tela... “os índios vistos como parte da fauna.”

         Na exposição há telas cujos modelos são Iñe-e e Juri.  Gravuras denominadas Muxurana.   (ver no link:  https://journals.openedition.org/artelogie/3774?lang=pt  )

         Fala de três telas:  Muxurana, Miranha e Juri.

         ...”A terra sempre vomita o que lhe faz mal.”   Os rios também...

         Capítulo III da Segunda parte do livro     página 90

         O jovem Juri com doença dos brancos e os médicos tentando lhe aplicar sangria.  O usual da época era colocar vermes reproduzidos em laboratório (sanguessugas) que sugam o sangue da pessoa pela pele.

         Ele que desde menino sempre foi um exímio nadador, agora longe das suas águas.

         “Afogava-se em si mesmo sem que houvesse água ao redor.  Afogava-se por dentro e esse era verdadeiramente o começo do terrível”.

         Faleceu o jovem Juri depois de sofrer com a doença dos brancos.   Morreu de uma pneumonia crônica devido ao frio rigoroso da Alemanha.

         Morreu dia 11-06-1821.

         Capítulo IV – página 96

         O corpo do jovem sendo dissecado para pesquisa.   Ao dissecar, deceparam também ele e depois de colocar a cabeça numa forma de gesso para tirar a modelagem, colocaram a mesma em vidro com formol.    E depois aquela cabeça ficou sobre a estante de Martius em seu escritório.

         Agora a autora volta ao tempo moderno com Josefa e sua lida.

         Para se livrar do estresse, corridas na praça.      ...”os velhotes passeando com os cães, mas esquecendo de recolher a merda dos bichos”.

         Josefa... foi menina magra e guenza...  (guenza – adoentada, raquítica)

        

         Continua no capítulo 08/12

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Cap. 06/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 Capítulo 06/12

 

... “1889 no Rio de Janeiro, queda de Dom Pedro II e a vinda da república.  Soldados e armas.      ...”suas lâminas e armas de fogo sempre a postos, pairando ao longo dos tempos sobre a cabeça do povo”.

         ...”todo castelo guarda em si túmulo e prisão”.

         No Castelo do rei que encomendou a expedição.    “Há ainda as gentes presas nos quadros das paredes”.     ... “os espelhos a multiplicar os corpos...”

         Página 67

         Os meninos indígenas foram apresentados ao rei no palácio.   Muitos curiosos também no salão.   Um homem que tem contato com os cientistas analisa os dois meninos, inclusive tocando-os, abrindo e examinando a boca deles etc.

         Capítulo XVII – página 69

         Martius e Spix desembarcaram para a expedição no Porto do Rio de Janeiro, vindos de carona com a comitiva da Princesa Leopoldina, isto em 14-07-1817.   (a família real veio para o Brasil em 1808)

         Os pesquisadores viram na cidade do Rio de Janeiro uma face de civilização, mas a quantidade de negros escravizados transitando pelas ruas em suas atividades de trabalho diversas chamaram a atenção dos cientistas.

         Na época o transporte de cargas mesmo na cidade portuária do RJ era comumente feito com tração animal.   Carros de boi e carroças com burros.

         Os cientistas numa comitiva viajando a cavalo pela Serra do Mar entre o Rio e São Paulo.   Escrevem:   “Diante de tanta riqueza de formas, não temos mãos e olhos suficientes para realizar nosso trabalho”.

         ...após apresentarem os meninos ao rei na Alemanha...   “agora tudo deve ser celebração pelo regresso, prestação de contas e, é claro, um pouco de gloria”.     “Mas neste momento, por um átimo, seu olhar cruza com Iñe-e.   E uma sombra anuvia seu pensamento”.   (te-la como escravizada)

         Capítulo XVIII – página 72

         Os meninos do castelo perto do Rio Isar na Baviera.  Ela já não mais compreende a voz do rio.    “Sente terrível falta da maloca, do cotidiano perdido...   da pele morna da mãe”.

         “Não sente fome, sono, vontade de nada”.

         As filhas do rei tentam brincar com os indígenas, como se estes fossem brinquedos.    Iñe-e vê bonecas e são muito estranhas para ela.

         Já na primeira semana, batizam com o padre os dois meninos.

         Iñe-e agora é Isabella e Juri é Johann.      O rei se chama Maximiliano I da Baviera.

         Iñe-e é do povo Miranha e Juri da tribo Juri (tribos inimigas).

         Capítulo XIX – página 74

         Em 1821 o pessoal assistindo na Alemanha a peça de Schiller, peça A Donzela de Orleans, sobre Joana D´Arc.   A rainha era casada com um parente que já era viúvo e pai de quatro filhos.  Ele, o rei da Baviera.

         Ela, a rainha, tinha o hábito de anotar coisas.

         Anotou o que o rei adquiriu da expedição de Martius e Spix:  350 aves, 85 mamíferos, 2.700 insetos, 6.500 plantas e duas crianças.

         A rainha percebeu que não eram bom para seus filhos ficarem interagindo com os dois indígenas e também não seria bom para estes últimos.   Pediu ao rei e ele atendeu – para que os meninos fossem entregues aos cuidados de Spix.

         A rainha perde uma criança nova e na sua dor, presume a dor das mães dos indígenas que foram escravizados e estavam ali com eles.   Ficou muito mal e se lembrou das palavras finais da Donzela de Orleans da peça de teatro:     “Adeus, colinas, campos que eu amava”

         Adeus, sereno vale, adeus”

         Adeus, pois nunca mais virei pisar teu chão”...

         Joana vai, não volta nunca mais”.

 

         Próximo capítulo 07/12

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Cap. 05/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 capítulo 05/12

        

 

         Resumo da descrição que Martius faz em 1823 sobre os índios da Amazônia.     “Sem refletir sobre a criação universal, sobre as causas e a íntima relação das coisas, vivem com o pensamento preocupado só com a conservação própria”.

         “Passado e futuro quase não se distinguem para eles, daí que não cuidarem nunca do dia seguinte”.      ....”não tem ambição...”

         Capítulo XII -  página 47

         Raoni explicando sobre o tempo de criança.   O pai dele falando do filho:   “Você se dá bem com as pessoas.   Você vai ser amigo de todo mundo”.     ...”o branco começou a matar.    E foi daí que começou a guerra”.

         O pássaro gigante Uiruuetê.     Os índios kaiapós e o risco oferecido pelas barragens.   Muitas aldeias são próximas dos rios.  Se represar, vai afeta-los.    Índios em pé de guerra contra barragens.

         Capítulo XIII -  página 49

         Quando Martius comprou as crianças, Spix reprovou:  “não somos traficantes”.

         Martius trouxe para enfrentar a solidão no Brasil, o primeiro volume de Fausto, obra de Goethe.  Trouxe também um violino.

         Martius escrevia cartas ao seu conterrâneo Goethe.   (ano 1817)

         Iñe-e chegando ao frio de Munique.   “O frio lhe vergava as costas”.  E ela se sentia doente de estar longe, debilitada por tantos caminhos”.

         “Por que Iñe-e, que era livre, agora tinha donos?”

         No passado, pensando...    se tivesse virado onça...  “só pouparia as crianças, as mulheres, as avós e os avôs gerais.   Nenhum outro homem ficaria em pé, porque bem sabia que o macho pertence à guerra do mesmo modo que a guerra pertence ao macho.”

         A onça em espírito dentro dela:  Tai-tipai uu!

         Ela em Munique que...  “pisando aquele chão sem nenhuma felicidade”.

         Curiosos da cidade para ver as crianças.

         A dona da pensão diz a Martius:   “Deixemos que os apreciem por cortesia, Martius.   Não considero correto que cobremos ingresso para exibi-los.   Somos homens da ciência”.

         Capítulo XIV – página 54

         Em Munique...  “os cientistas nos levaram para ver o rio da cidade.   Era um rio magro e singular.    ... congelado em alguns trechos”.

         O menino e a menina eram de tribos inimigas, mas agora isolados na Alemanha, mesmo sem conhecer o idioma entre si, acabam virando amigos”.

         Spix levava os meninos para caminhar, exercitar.   Se torna de certa forma, amigo deles.   Na região, rios Reno e Isar.

         Capítulo XV – página 59

         Falando de um rei Henry, o Leão.  E do lugar.    “O mundo é um pasto de maravilhas para quem tiver os olhos de ver e alma para crer”.

         O rio... “sei dos animais tristes que são os homens.”

         Cita o Estádio Allianz Arena da cidade de Munique, campo do Bayern

         Voltando ao passado, tempos de Martius.     Jörg, jovem construtor de pontes, recebe ameaça do tio sobre a ponte em obras e resolve se atirar no rio para a morte.   Um dia Iñe-e à margem do rio sente isso...  “vislumbrou Jörg com os outros fantasmas como se a esperar por ela e seu companheiro. E seu corpo todo estremeceu”.

         Capítulo XVI – página 65

         O povo, o rei, os castelos...  “e as guerras”.   “Ah, as guerras, é claro!” “E a ciência que coloca as guerras em movimento, com suas sempre novas tecnologias de matar”.

 

         Capítulo 06/12

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Cap. 04/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 capítulo 04/12

         Na selva amazônica, os cientistas alemães e a escolha de garotos escravizados para leva-los à Europa.    (Ano 1817)

         Para escolha, colocaram os meninos em fila e Martius escolheu um.   “Era filho do líder de uma horda indígena que morrera em combate”.

         Zani era o capitão do barco da expedição dos cientistas.   Ele pegou malária nessa viagem à Amazônia.

         Martius ao colocar no papel, cita que Iñe-e era prisioneira de guerra dos índios, quando na verdade foi presente do chefe da tribo e pai dela, que se desfez da filha por conta da crença de que ela fez pacto com a onça e seria ameaça e inimiga da tribo.

         “Parece-lhe melhor pintar o chefe como um demônio”.     ...”palavras podem ser animais dóceis”.      ...”minhas poucas semanas entre eles”...

         Na visão de Martius  ...”esses selvagens não tinham ideia alguma do Deus bondoso, pai e criador de todas as coisas...”    ....”só a fome e a sede lhes lembram as necessidades da vida... e a morte lhes é indiferente”.

         Na versão de Martius...   ...”e as crianças, fardo dos pais e, por isso, evitadas”.   ...”ódio hereditário contra as tribos estranhas...”.

         Iñe-e passa a ser Isabella Miranha depois de batizada na Baviera.

         “Para ele não há nome anterior...”  ...”para ele, ela não tem história.”

         “O papel suporta tudo”.   Na hora da escolha do rapaz na fila.    “Eu apontei para o belo rapaz juri, o capataz o retirou da fila e o pai do menino não o acompanhou, em vez disso, seguiu-me com um olhar fixo: era uma pergunta ou era raiva?   Eu não me esqueci desse olhar”.

         “Letras são animais que, depois de domesticados, apenas obedecem, ele acredita”.    Aqui é a autora falando de Martius.

         Capítulo IX – página 38

         “Uma pessoa sabe que está morta quando não consegue mais escutar a voz dos animais, dos espíritos, das árvores, dos rios”.       ...”e por estar vivo é que consegue responder”.

         Iñe-e sendo levada embora de canoa.    “A natureza, a correnteza, tentando impedir a canoa de seguir viagem...”    “Mas nada adiantou a arenga das correntezas”.

         Capítulo X – página 41

         No mar, capitão do navio, muito rude.   Racionava água e comida.

         Na viagem de navio  (os bichos foram os primeiros a morrer)... em seguida, as crianças.

         Jogados, mortos, ao mar sem nenhum ritual.   “Longe de seus familiares, nunca encontrariam o caminho para qualquer terra sem males onde pudessem se encontrar com seus ancestrais”.

         Iñe-e viu as outras crianças morrerem na viagem.   Só ficou ela e, sem palavras, já que ninguém entendia seu idioma.

         “Morreu com todos porque lhe faltava a palavra”.    Só sobraram dos escravizados, ela e o menino Juri.

         A caravana aportou em Lisboa.  Iñe-e sentia que todo tempo o espírito dos meninos acompanhava tudo.   Nas paradas em outros portos na Europa também os cientistas expunham seus achados.  Valência, Tarragona, Barcelona, Lyon, Alsacia e depois, já no rio Reno, Estrasburgo até chegar na capital da Baviera.

         Capítulo XI   página 45

         A autora cita um trecho do ano 1577 de Jean Levy descrevendo os índios da América:   “de corpo pintado, coxas e pernas riscadas de preto com suco de jenipapo”.     Descrição por Martius e Spix de 1823:

 

         Continua no capítulo 05/12

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Cap. 03/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 capítulo 03/12

 

 

         Iñe-e se torna presa do desconhecido.    Agora ela sentia que se extraviara e não tinha como na vez que se perdeu na mata, uma onça para protege-la.

         Pensa a menina.  “Como pode ser bom alguém que compra outras pessoas?”   “Que as leva para longe dos seus parentes?”.

         A menina até então, não achava tão descabido ver as tribos venderem seus inimigos capturados nas guerras.  Agora ela vê que tudo isso é um absurdo.   Foi vendida juntamente com outras crianças, estas que foram capturadas pela tribo.

         Antes ela via a venda dos inimigos como...  “Era a natureza da guerra”.

         As crianças sendo transportadas pelo europeu não conseguiam falar com eles pois falavam só a língua do povo delas e nem o português conheciam.

         “Iñe-e e um menino do povo Juri não tinham com quem conversar e mesmo entre si não conseguiam porque suas tribos tinham línguas diferentes”.

         No Rio Negro, se encontraram com o chefe do cientista Martius.  Os cientistas alemães Martius e Spix.   “Ambos cientistas eram homens considerados muito sábios pelo povo dela”...   No mundo dela, só pessoas bem mais idosas eram consideradas sábias sobre as coisas materiais e espirituais.

         Ela via os cientistas como não sábios, mas menos brutos que outros brancos com quem tinham contato.    ...”modos suaves”...   mas para Iñe-e  ...”tinha em mente que não passavam mesmo de inimigos impuros”.

         Capítulo VII – página 30

         O pai de Martius era na Europa um farmacêutico e professor.   Um antepassado de Martius era do tempo da Renascença, o italiano Galeotto Martio.  Este era uma pessoa de ideias que em resumo...  “a ignorância é o pecado máximo”.   (um homem da ciência do seu tempo)

         Galeotto e suas ideias geraram tretas com a igreja e ele foge para a Hungria.  Lá, outras tretas, foge para a Alemanha...   “que é esta terra aqui...”

         Carl Martius, alemão, fez medicina, o que agradou o pai.  Logo se apaixonou pela botânica.   “...deseja reconhecimento...”  É ambicioso. 

         Parte a serviço do rei da sua terra para conhecer a flora brasileira com seu também jovem colega pesquisador Johann Spix.

         Capítulo VIII    Martius e a importância de anotar.

         ...”se confirma como superior à voz, que se dissipa, que se perde tão logo é proferida...”      “Então Martius escreve primeiro para suplantar a limitação da memória, a evaporação da voz...”     ...”pela obrigação com o rei e principalmente para se convencer e convencer aos outros”.

         Martius negociou escravos em desacordo com Spix.   Martius “justifica” a compra (troca por equipamentos) dos meninos escravizados.

         Usa como argumento que eles estavam todos doentes, com pouco tempo de vida e já eram escravizados pelos nativos e morreriam logo de toda forma.

         “Martius rasura.   Omite o destino do menino.   Precisa apagar rastros...

         Município de Manacapuru, de onde levam o garoto Juri, da família Coma-Tapüjaa.  Juri, Iñae-e e outras crianças foram levadas para a Munique - Alemanha.

 

                   Continua no capítulo 04/12

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Cap. 02/12 - Fichamento - livro - O SOM DO RUGIDO DA ONÇA - Autora Micheliny Verunschk - Cia das Letras - 2021

 capítulo 2/12

  

Capítulo III – página 17

         “Ela está no centro da maloca, e a maloca é o ventre do universo, e a barriga dela, o centro do mundo”.    ...”Japurá Deus que fala todas as línguas”.

         Nascem os gêmeos, ela recebe o nome de Iñe e e ele, Tsittsi.   Ele recebe do avô um dente de onça do seu colar.

         “A onça, sim, inimiga do seu povo, mas a quem devem temor e respeito por ser ela a Dona da Caça, aquela que lhes permite viver em seus domínios”.

         Um dia a pequena Iñe e se desgarrou das mulheres e sumiu.  Acharam ela na beira do rio e uma onça ao lado dela sem ataca-la.   Quando a levaram, a onça foi embora.   O pai dela, a partir daquele dia, entendeu que ela tinha feito um pacto com a inimiga onça e assim também passa a ser inimiga.

         Mesmo ela sendo abençoada pelo avô, o pai  encarou o episódio como uma maldição sobre sua filha.    “Ela um dia se transforma e nos devora a todos, como Nonueteima se transformou em jaguar, acusou o pai...”

         “Ela pensava... que talvez algum dia haveria de ter alguma serventia ter um pacto com onça”.   Ela aos sete anos e o avô decidiu leva-la às festas de Yurupari, o Dono das Frutas,  “quando meninos e meninas são colocados diante da Esanuámina, para talvez serem escolhidos em uma missão de grande responsabilidade”.

         Ser escolhido ou escolhida era uma honra.   Ela foi uma das escolhidas.   “e por isso deveria mirar Yurupari por sete vezes para, quando completasse doze anos, se convertesse em curadora do corpo e do espírito, vendo aquilo que ninguém mais poderia enxergar”.

         Capítulo IV – página 20

         “A vida é o tempo que segue correndo”.   

         Comitiva com brancos chega.   Calombos pelo corpo deles pelas picadas do mosquito carapanã.     “... que todos vieram fazer negócios lucrativos”.  (pesquisadores da Alemanha – Martius e Spix)

         Festa na aldeia com os visitantes.     (ano 1817)

         Logo a mãe dos gêmeos é deixada pelo marido que escolhe outra companheira mais jovem e mais bonita.

         Uma comitiva parte pela mata para trazer escravos.   “Eram crianças que aquele branco mais queria”.   Era costume na tribo negociar escravos por mercadorias.  Escravos inimigos.

         Iñe e viu e ouviu o pai dela negociando entre risos.   O pai da menina já fazia barba e já usava algumas roupas no costume do branco.   Ela estranhava isso.   Um dia ele foi batizado por um frade e recebeu o nome de João Manoel.

         Martius comprou na tribo sete crianças e ganhou de presente, Iñe e dada pelo pai dela.   Seriam levados para a Europa com os pesquisadores.

         Capítulo V  - página 21

         Muda a época.    O cacique Raoni falando na TV...   advertindo   “que quem é da guerra, na guerra morre.”

         Capítulo VI – página 27

         “Os mais velhos mascavam a palavra nas folhas de hiibii, a coca, e os mais novos esperavam que chegasse a sua vez de masca-las e receber  linguagem do sumo das folhas”.

         Iñe e na fila dos que seriam mandados para a Europa.   Ela se torna presa do desconhecido.

 

                   Continua no capítulo 03/12